Prólogo

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Uma faísca por mais que pequena pode trazer consigo o nascimento de uma fênix. É com essa mesma faísca que o incêndio no quarto se começa, a primeira página de um livro no chão começa a queimar, no seu primeiro parágrafo se dizia:

"Há mais de cem anos atrás, foi registrado pela primeira vez a descoberta do antigo povo Aquae Vitae, aqueles que viviam nos fundos dos rios do Brasil."















Aella estava a procurar seu jovem aprendiz e protegido, eles mal haviam começado com os treinamentos recentemente e o outro quase nunca aparecia, ela sabia que ele não gostava nem um pouco, mas era preciso.

Afinal, a cada dia ficava mais perigoso com os humanos e sabia que o treinamento seria essencial para o pequeno. Ela nadou com sua cauda vermelha e preta por entre cada Domus da vila, mas ele não se encontrava em nenhum lugar, nem mesmo onde ele costumava brincar e se esconder por entre os cardumes de pirarucu.

Quando ela estava prestes a entrar em um pequeno surto de perder logo seu único protegido, ela chega numa parte isolada do rio. Ela reconheceu o lugar imediatamente, era onde Lena normalmente fazia seus estudos em paz, longe de qualquer tumulto da vila.

Esperança brilha em seus olhos, afinal só ela poderia saber ou mesmo deduzir onde o pequenino delas poderia estar. Logo de cara a guerreira nota sua parceira e seu protegido conversando, mas sem entender o que falavam da distância que estava. Se aproximando de fininho do local, ela se esconde por trás de uma rocha querendo entender o que estava acontecendo antes de interferir.

Enquanto a Lena trabalhava organizando suas pesquisas e materiais de estudos, seu pequeno protegido estava suspirando frustrado sentado numa das suas mesas. Parecia que eles estavam discutindo por um bom tempo.

O pequeno protegido não havia parado de fazer diversas perguntas para sua outra guardiã, onde metade das respostas dadas por Lena, ele ficava mais confuso que antes e isso estava começando a frustrá-lo.

"Nossa espécie não nasceu para ficar na superfície, meu pequenino, mesmo que a gente possa prender nossa respiração por 2 horas fora d'água" Diz a guardiã explicando uma das perguntas anteriores.

"Então porque eu consigo respirar lá em cima e aqui?" Ele diz virando a cabeça levemente em confusão. A cada resposta da guardiã, ainda mais perguntas se formavam na mente do pequeno.

A guardiã começa a ficar cautelosa, como se enquanto avalia-se suas falas também calcula seus próprios movimentos. Ela estava tensa, isso Aella conseguia sentir de longe, e não poderia culpá-la.

"Meu amor... você não é como a gente, você-" Ela diz com cuidado procurando as palavras certas, mas a curiosidade do outro é mais rápida.

"Mas...mas se eu não sou como vocês, o que eu sou?" Ele pergunta com um tom aflito.

Só de ouvir quebra o coração de ambas, como elas poderiam lhe dizer? Ele ainda era tão novo, principalmente nos anos humanos, que pelos cálculos ele não teria mais que 7 anos humanos.

O Conto de Pescador - HIDEDUOOnde histórias criam vida. Descubra agora