Capítulo 3

100 10 25
                                    

Estou nervosa

Se eu não for generosa, me sinto ociosa

Não posso cansar, não posso falhar

Será que eu vou quebrar? O que me faz quebrar?

(Estou Nervosa - Encanto)


Uma caixa delicada branca pequena com um laço de fita de camurça roxa foi posto nas mãos de Kate e em frente a carruagem vermelha da que é usada pela Lady Danbury, a velha senhora olhava para o visconde com olhar de repreensão ao homem que conhece desde que era uma criança. Mas aquele olhar apaixonado e sem se importar com os outros em sua volta, Anthony Bridgerton se pareceu com seu avô lorde Ledger. O visconde apenas deu acenou se despedindo com mínimo de educação para Lady Danbury e Edwina Sharma, a mais jovens das duas estava até estranhando com a atitude mais fria que o lorde Bridgerton lhe tratou a tarde toda e ainda mais quando tentou conversar durante a corrida, e todas as suas resposta eram curtas e sem qualquer oportunidade de continuar qualquer assunto, o homem antes tão claro com ela agora dava toda a sua atenção a Kate.

Assim que Kate entrou na carruagem e colocou sobre seu colo a pequena caixa, era um pequeno presente e tinha certeza que não era nada de muito caro, porém ainda assim segurou com tamanho cuidado e só abriria quando estivesse sozinha. Embora admirasse a atenção o visconde Bridgerton lhe dera a tarde toda, ainda não conseguia tirar a sensação de que não merecia tal gesto ou pior ainda uma vozinha num canto obscuro de sua mente lhe dizia que aquilo era apenas um artimanha para conquistar a sua simpatia. Ainda bem que a viagem de volta foi silenciosa dentro do veículo, assim que a carruagem entrou pelas ruas de Londres e ouvir os barulhos que o mundo longe daquela estranha tarde foi se deixando aos poucos para trás. Katanhi Sharma respirou fundo, ela tinha voltar a se focar no seu objetivo principal que é ajudar Edwina a conseguir um casamento com alguém da nobreza e deixando, a mais velha das Sharma não poderia se desviar do seu objetivo e tinha que garantir o futuro do Mary e Edwina.

"Como foi seu passeio com o visconde Bridgerton?" A pergunta que saiu dos lábios de Lady Danbury, mas lhe parecia uma censura e Kate soube no mesmo momento que para Agatha aquilo foi uma péssima decisão que foi tomada.

"Apenas estava seguindo Edwina e lorde Fife quando o visconde me alçou, em meio a um grupo de matronas que passava por perto e dentre elas a senhora Fearrington e pude recusar tal convite." Explicou Kate como quem tentasse se defender de um julgamento. "Sabia que até mesmo minha recusa poderia afetar a imagem Edwina e tive que aceitar o convite e foi um passeio agradável."

Após de dizer a última palavra Kate mordeu os lábios inferiores demonstrando um certo desconforto, ela se lembrou que o homem havia segurando sua mão na frente de Eloise Bridgerton e Penélope Fearrington, e sabia que isso era uma informação que não poderia dar a Agatha Danbury, Kate sabia que a mulher mais velha queria unir Edwina ao solteiro mais desejado da temporada. Porém naquele dia não queria ser lembrada daquilo, queria ainda se apegar mesmo que por poucas horas a sensação de ser escolhida e cortegada por alguém. Kate apenas virou seu rosto para a janela, fingiu observar a paisagem das casas grandes da elite ou as pessoas na rua, segurando cada parte de seu corpo para não deixar claro que a censura de Lady Danbury não feriu seu orgulho.

Kate não desceu para jantar, preferiu ficar em seu quarto longe das curiosidade Edwina, da estranha apatia que Mary estava demonstrando por estar em Londres e principalmente estava evitando a Danbury. Só queria não se sentir tão sozinha, queria ter alguém com quem conversar.

Ela estava sozinha sentada em sua penteadeira olhando o conteúdo da caixa que Anthony lhe deu de presente. Sentia seu coração apertar com a luva numa ton bem de roxo clarinho, era extremamente dedicada e pouco enfeitada, era simples e ainda assim algo tão precioso, percebeu com o visconde Bridgerton era observador. Ninguém no conviveu de Kate havia percebido que ela estava usando apenas luvas antigas, o pouco dinheiro que tinha havia comprado vestidos tanto para a família, todo o vestuário de Edwina tinha peça novíssima, mas Kate cortou custo em suas coisas, não sobrou dinheiro para que pudesse comprar novas luvas e dias usava luvas antigas que reformou na melhor maneira. Foi estranho perceber que apenas uma pessoa havia prestado atenção naquilo.

Queria que o conteúdo da caixa fosse apenas a luva, mas não também estava lá o valor que o visconde Bridgerton havia ganhado na maldita aposta da corrida. Kate já havia informado numa conversa que não queria aquele valor, não sentia que fez algo para receber o valor, apenas escolheu um cavalo e nada mais, aquele dinheiro não veio do seu esforço e nem ao menos sentia que era justo possuir tal quantia. Era quase o dobro que conseguiria trabalhando como tutora de alguma jovem, era uma pequena fortuna que estava causando ansiedade só por ter em seu quarto. A mulher sabia que não teria paz enquanto não devolvesse o valor ao visconde.

O quarto de visita nas cores azul pastel e creme, embora fosse decorado para tranquilizar quem estivesse o ocupando, não era como Kate sentia desde o dia que chegou. Sempre que estava naquele lugar se sentia meio melancólica e como quem estivesse sempre mascarando cada aspecto em sua personalidade. A diferença entre a falsa educação e o claro tratamento que recebia, por ser apenas a filha do primeiro casamento de diplomata que teve a sorte de se casar com a filha de marques, sentia que todas as pessoas colocava ela apenas como um acompanhante sortuda por estar ao lado do diamante da temporada, estava no meio de uma grande cidade e onde não tinha liberdade para andar sozinha. Os chás sempre são mais fracos e sem personalidade.

Sentou-se ali em frente ao grande espelho, fechou os olhos e se imaginou andando em volta da sua casa no perto do campo e com uma floresta, mas alguns quilômetros de distância e cheiro da terra, o som comum. A casa que agora não pertencia mais a si, que foi vendida para cobrir as despesa da viagem, o céu sempre azul e até ouvia Newton ladir feliz atrás de algum pequeno animal, sentiu os braços se cobrindo e cheiro amisco de um perfume masculino com leve cheiro de whiskey saindo dos lábios que encostou sua bochecha direita e disse chamava apenas de Kate.

Seus olhos se abriram assustados e se viu novamente na casa de Danbury sozinha. Sua respiração estava acelerada e seu rosto não escondia o ardor que sua pele sentia ao imaginar o lorde Bridgerton tão próximo de si própria. A mulher apenas balançou a cabeça e resolveu se aprontar para dormir.

TimelessOnde histórias criam vida. Descubra agora