𝐛𝐞𝐫𝐫𝐲 𝐧' 𝐜𝐚𝐤𝐞𝐬 ♥ 𝐛𝐢𝐧𝐜𝐡𝐚𝐧

𝐩𝐨𝐩

✩ 🎀 𝒷𝒾𝓃𝓃𝒾𝑒 🎀 ✩

Duas semanas se passaram saltitando, como coelhos procriando ou flores desabrochando. Changbin não dizia muito, apenas experimentava receitas novas, aperfeiçoava algumas antigas e sempre fazia questão de trazer um sabor diferente para o paladar do tal Christopher.

Ele comparecia todas as terças, quintas e sextas-feiras pela manhã entre nove e onze horas, apenas para descobrir o novo sabor que adornaria seus lábios e o deixaria cada vez mais viciado naqueles doces cheirosos.

Dia 22 de dezembro era uma sexta-feira gelada e nublada se fazendo presente nas fotos de visita da cidade.

Deixando a brisa gélida passar pelas frestas das portas de vidro e a umidade escorregar pelos pisos e paredes, Changbin desenhava pequenos personagens num bloquinho de papel. Ele estava sentado no balcão do caixa, balançando os pés pelo banco ser alto e resmungando Ode to Vivian de Patrick Watson. A música também ecoava em som ambiente pela confeitaria, trazendo a magia que todo aquele lugar sugeria.

— Changbin... o que está fazendo? — Jisung se aproximou, jogando o pano de prato sobre o ombro, olhando o que o menor fazia, espalhando diversos post-its pelo balcão conforme terminava seus desenhos.

— Desenhando, oras — desdenhou, achando que era óbvio de se ver o movimento constante da caneta contra o papel amarelado.

— Eu quis dizer: Por que não está trabalhando, mocinho?

— Não tenho mais o que fazer? E eu sou seu chefe, pare de brincadeiras — jogou parte do cabelo para trás da orelha, ajeitando a postura para conseguir continuar a desenhar.

— E os pedidos dessa semana?

— Enviamos todos — balançou os ombros, terminando de desenhar os pelinhos do gatinho malhado.

— Os bolos?

— As massas estão prontas, os recheios fiz só os que precisam esperar, e as embalagens estão dobradas e carimbadas...

Jisung concordou, balançando a cabeça enquanto pensava em qualquer outra desculpa de atividade não cumprida para distrair o baixinho dos próprios questionamentos.

— Está pensando demais, seu bobo.

— Não estou, só estou desenhando gatinhos, Hani — resmungou com uma careta, jogando a língua para fora.

— Está pensando nele, né? — Jisung agora se apoiava pelos cotovelos no balcão de pedra, olhando para o lado de fora do estabelecimento ao invés de olhar o garoto.

— Em quem eu estaria pensando? — com mais alguns rabiscos ele conseguiu terminar o gatinho malhado de chapéu cheio de morangos ao redor —Tome, um gatinho pra você.

O Han bufou, rindo da fofura do amigo e pegando o pedaço de papel em mãos, ele iria guardar dentro de um livro junto com os outros desenhos que já recebeu do menor. Changbin se levantou e foi até a cozinha, ignorando completamente o assunto.