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Lana's pov

Já havia se passado sete horas desde que tudo aconteceu. Seis horas e meia que o Vincent estava na sala de cirurgia e não tínhamos recebido nenhuma notícia ainda. Todos na sala estavam acordados, Maria conseguiu se acalmar. Eu continuava sofrendo em silêncio, meu peito doía, eu queria gritar e pedir por respostas. Eu estava com raiva, queria quebrar a cara do Payton porque ele quase matou o Vinnie, o colocou em risco de morte. Tudo por causa de uma besteira. Jett estava ao meu lado, eu apertava a mão dele, ele não ligava, sabia o que eu estava sentindo. Vincent é amigo dele, Jett está sentindo também.

- Com licença família, sou o médico do Vincent. - O mais velho entrou na sala e todos nós nos levantamos. Segurei a mão do Jett mais forte. - Me chamo Dylan e vim falar do estado dele. Vincent passou bem durante a cirurgia, apesar de suas lesões e do sangue que perdeu. Nenhum dos tiros foi fatal, exceto um que por pouco não atingiu a coluna. Estaremos atento a isso, apenas saberemos se os movimentos foram comprometidos quando ele acordar. No momento ele está na UTI, vamos esperar ele acordar e ficar mais forte para assim, o transferir para um quarto. Ele precisará ficar em observação por tempo indeterminado.

- Meu filho pode ter ficado paralítico? - Maria perguntou chorando. O médico assentiu.

- Meu Deus. - Nate colocou as mãos no rosto e se sentou.

Eu comecei a chorar em silêncio. Consegui soltar o que estava preso em mim, mas agora estava mais preocupada do que antes. Talvez ele não volte a andar. Vincent, meu Vinnie que é tão ativo. Que ama surfar.

Jett me segurava, parecia que eu ia me desmanchar ali mesmo. Me sentei no chão e ele sentou-se comigo. Me abraçou.

- Ele ficará bem. Ele é forte. - Jett falou.

Eu e minha família fomos para casa, voltaremos amanhã para vê-lo já que é permitido apenas duas pessoas por vez. Queria muito visitá-lo hoje, mas não é possível e assim, é mais seguro para ele. Eu aguento até amanhã.

Quando chegamos, policiais nos aguardavam na frente de casa. Eu não sei se tenho forças para falar com eles agora.

Eu e meus irmãos entramos, enquanto meus pais falavam com as autoridades. Eu subi para o meu quarto, fui direto para o banheiro. Despi minhas roupas e entrei debaixo do chuveiro, deixei a água cair uns vinte minutos enquanto chorava e me lembrava de mais cedo. Do Vinnie nos meus braços, dos paramédicos levando ele. De todo aquele sangue.

Vesti um pijama e me joguei na cama, estava exausta, mas não sei se conseguiria dormir. Minha cabeça estava pesada, meu corpo doía.

- Posso entrar filha? - Minha mãe perguntou da porta. Eu assenti. Ela se deitou ao meu lado e me abraçou.

- Ele ficará bem meu amor, não se preocupe. Vincent é forte, você sabe.

- Eu sei. - Sussurrei, sem forças para falar.

- E o seu braço?

- Tudo bem, não dói.

- Vou deixar você descansar, qualquer coisa, me chama.

- Obrigada mãe.

Acordei no dia seguinte com dor de cabeça, o sol quente entrava pelas frestas da cortina do meu quarto. Parecia passar da 13h. Alguns segundos depois, Leo veio me ver, perguntar se estava tudo bem comigo. 

- Estou um pouco melhor. - Respondi me sentando na cama. - Só com dor de cabeça, pode me alcançar o remédio dentro dessa primeira gaveta?

- Posso. - Ele me entregou o comprimido e um copo de água. - Você ainda está assustada?

- Sim e você? - Perguntei me sentindo culpada por não pensar muito nele. Leo é o mais novo e viu tudo aquilo ontem assim como eu.

- Um pouco. Escutei o papai e a mamãe conversando... eles estavam falando em nos levar em um psicólogo, quando a poeira abaixar.

Concordei com a cabeça. É de se esperar, e é o melhor a se fazer, dado as circunstâncias.

- Eu vou me trocar e vou descer. Antes de ir ao hospital, preciso passar na praia.

Almocei com os meus pais me observando, estava sem apetite, mas comi mesmo assim. Meus irmãos estavam sentados no quintal, comeram antes de mim.

- Preciso ir à praia. - Falei quando terminei de comer. - É rápido, não quero demorar para vê-lo.

- Tudo bem filha, nós te esperamos.

Dessa vez não peguei a prancha. Eu só precisava ver o mar, sentir a brisa, o vento e a água nos pés. Ele tem o poder de me deixar bem, assim como o Vinnie. Mas eu não tenho ele agora. E eu preciso estar bem para ajudá-lo a ficar bem neste momento.

Coloquei meus pés na água e respirei fundo. Fechei os olhos. Conseguia visualizar nós dois pegando as ondas, fazendo manobras, apostando quem ia ganhar. Ele vai voltar. Aqui é o lugar dele, ninguém vai tirar isso do Vincent.

Peguei meus chinelos e voltei para casa, agora eu me sinto preparada e um pouco mais recuperada para vê-lo e dar a força que ele precisa.

-🌊-

oiii gente linda, estão bem? espero que sim

espero que gostem do capítulo

não se esqueça de votar e comentar 💝

beijinhossss.

𝐂𝐇𝐈𝐋𝐃𝐇𝐎𝐎𝐃 𝐋𝐎𝐕𝐄 - ᵛⁱⁿⁿⁱᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora