Capítulo 2

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Após deixar a equipe TF141 sem dizer uma palavra, Aria embarcou em uma jornada solitária, determinada a encontrar um propósito além das traições e manipulações que a levaram a se afastar. Decidida a continuar protegendo os inocentes e lutando pelo que era certo, ela se aventurou em uma área remota, longe dos olhos curiosos e das intrigas da vida militar.

Durante anos, ela mergulhou nas sombras, dedicando-se a missões secretas e operações clandestinas, onde suas habilidades excepcionais eram colocadas à prova em cenários perigosos e imprevisíveis. Longe do conforto e da segurança de sua antiga vida, ela enfrentou desafios extremos e perigos mortais.

Aria optou por proteger pessoas em países vulneráveis, dedicando-se a ajudar comunidades desfavorecidas e marginalizadas que enfrentavam ameaças constantes de conflitos armados, terrorismo e opressão. Embora não trabalhasse mais para o governo, suas habilidades e experiência eram inestimáveis ​​para organizações humanitárias e grupos de defesa dos direitos humanos, onde ela encontrou um novo propósito em sua vida, lutando por aqueles que não podiam lutar por si mesmos. Seu nome era sussurrado em círculos clandestinos como uma lenda, uma figura misteriosa cuja presença era sentida apenas pelos que mais precisavam dela.

Na escuridão de uma noite de trabalho comum, Aria se viu no meio de uma situação angustiante. Em uma região de vilas remotas, onde a violência era uma constante ameaça, ela testemunhava uma injustiça terrível se desdobrar diante de seus olhos. Soldados desconhecidos, cujos rostos estavam encobertos pela escuridão, estavam sendo enviados para executar civis inocentes, seguindo ordens governamentais.

O coração de Aria se apertou com angústia ao ver uma cena que contradizia tudo em que ela acreditava. Em um instante de coragem, ela se lançou à frente de um dos soldados, protegendo uma garotinha indefesa dos braços da morte iminente.

No auge da batalha, Aria conseguiu desarmar e deixar o soldado inconsciente, neutralizando a ameaça imediata à criança. Ela descobriu que a garota se chamava Lila e tinha apenas 5 anos de idade, o que partiu ainda mais seu coração.

Sua vitória foi breve, pois logo ela foi surpreendida por outro membro da força-tarefa que a rendeu por trás. Enquanto ela se erguia, pronta para enfrentar seu próximo desafio, ela se viu diante de um rosto familiar que ela nunca esperava encontrar sob aquelas circunstâncias.

Em um instante de surpresa e descrença, Aria reconheceu o homem diante dela. Sua arma caiu de suas mãos trêmulas enquanto seus olhares se encontravam em meio à tensão que os cercava. Embora estivessem em lados opostos da situação, o peso do passado e a conexão entre eles eram impossíveis de ignorar.

- G...Ghost? - ela murmurou, sua voz vacilante com a intensidade do momento.

Em meio à escuridão da viela, o som dos passos dos outros soldados se aproximando ecoava ao redor deles. Aria sabia que sua presença ali poderia ser sua sentença de morte, não apenas a dela, mas também a da criança ao seu lado. Sem hesitar, Ghost pegou a pequena menina, que se manteve em total silêncio, em seus braços e, silenciosamente, conduziu-as para longe do perigo iminente, levando-as para um lugar onde sabia que estariam a salvo.

Enquanto caminhavam pela escuridão, Aria sentia um turbilhão de emoções em seu peito. A revolta fervia dentro dela, mas havia também uma confusão tumultuosa em sua mente.

Ao chegarem a um local seguro, Aria não conseguiu conter completamente sua revolta, mas a presença reconfortante de Ghost ao seu lado trouxe à tona uma sensação familiar de segurança. Ela pegou a menininha dos braços dele com cuidado, sentindo o coração pesar com a responsabilidade de protegê-la.

- Como... como você está aqui? - Aria perguntou, sua voz oscilando entre a incredulidade e a angústia. - E por que... por que está fazendo isso?

Os olhos de Ghost encontraram os dela, tristeza e conflito espelhados em seu olhar cansado. Aria viu a dor silenciosa em seus olhos e, por um breve instante, todas as barreiras entre eles se dissiparam, reacendendo uma chama de sentimentos que ela pensava ter perdido para sempre.

Ghost não disse uma palavra sequer, mas se comprometeu a proteger Aria e Lila, limpando o caminho para que pudessem escapar em segurança. Seus passos determinados cortaram a escuridão, abrindo espaço para que Aria pudesse deixar a criança em segurança e de volta com sua família.

Enquanto Ghost guiava Aria e Lila para longe do perigo iminente, ele sabia que suas ações poderiam ser interpretadas de forma desfavorável se alguém descobrisse. A lealdade à sua equipe e ao seu país estava em conflito com o desejo de proteger os inocentes e fazer o que ele sabia ser moralmente certo. Se suas ações fossem descobertas, ele poderia ser considerado um traidor, enfrentando consequências graves e irreversíveis.

Enquanto eles se aproximavam da possível rota de fuga, o coração de Ghost disparou quando uma figura conhecida emergiu das sombras: Autumn. Sua presença era um lembrete amargo das divisões e traições que assolavam sua antiga equipe. Ghost sabia que, se Autumn descobrisse sua traição, ela faria de tudo para detê-los e expô-lo como um traidor aos olhos da equipe. Ela em um instante os viu, não demorou muito para que notasse o que estava acontecendo.

— Bem, bem, bem, o que temos aqui? Parece que vocês estão em uma situação um pouco chata, não é mesmo? — provocou Autumn, caminhando lentamente em direção a eles.

— Fique calma, nós vamos encontrar uma maneira de sair dessa — sussurrou Aria para Lila, tentando tranquilizar a menina que tremia ainda em seu colo.

A pequena Lila apenas continuava tremendo e então passou a chorar. Ela nem sequer conseguia dizer nada.

— Nós vamos dar um jeito, Lila. Eu prometo — assegurou Aria mais uma vez, seu tom suave contrastando com a tensão ao redor.

— Você?? — Autumn questionou, finalmente percebendo quem estava ao lado de Ghost. — A covarde que abandonou a equipe. O que está fazendo aqui? - Ela jogou a própria arma no chão, estava se preparando para uma luta corpo-a-corpo, parecia ansiosa por aquele momento.

— Apenas nos deixe passar. — Ghost falou em tom sério.

— Agora que vi quem é a pessoa que você está ajudando eu não vou deixar mesmo. — Ela riu como uma psicopata.

Aria se manteve em silêncio, sua expressão determinada enquanto enfrentava o olhar gelado de Autumn. Ela não se deixaria intimidar pela antiga colega de equipe, não quando a segurança de Lila estava em jogo.

Ghost permaneceu impassível ao lado de Aria, seu rosto duro refletindo sua determinação em proteger aqueles que estavam ao seu lado. Ele não mostraria fraqueza diante de Autumn, não importa o que ela tentasse fazer. Ghost se colocou em posição de ataque, mas a sua colega de equipe não estava focada nele.

Aria passou na frente dele e deu a criança em seu colo, com os olhos fixos em Autumn.

— Ghost, leva a Lila para um lugar seguro.

Caminhos Cruzados: O Reencontro de Dois GuerreirosOnde histórias criam vida. Descubra agora