-Alastor!- berrou uma voz (familiar demais aos ouvidos sensíveis do demônio vermelho) embebida em desespero, um medo agridoce flutuava no ar, apesar de abafado pelas altas portas do hotel.-Alastor!
Batidas soaram contra os portões.
Repentinamente, ambas as portas abriram em um estrondo violento e a pequena figura de Mimzy surgiu sob elas, ferida e assustada como uma ovelha em fuga – contudo lobos e raposas sabiam disfarçar suas intençōes, ele sabia disso. Charlie, agilmente, compadeceu e acolheu a ex-cantora para dentro do Hotel.
Era possível escutar Husker murmurando um palavrão aos fundos, incomodado com a presença e tão prontamente quanto, Angel o calou enquanto aguardava pela fofoca mais quente do inferno inteiro – era a explicação mais plausível para contrariar o demônio do rádio.
-Alastor...- assoprou, assustada.
-Mimzy, my dear'.- saudou Alastor, abrindo os braços, teatralmente, sem esperar que ela fosse acolhida em seu abraço.-Eu pensei ter dito para que você não voltasse aqui.
-Alastor, é a [S/N]...- bufou.-Ela caíu.
-Alastor, quem...- iniciou Charlie, contudo a voz da Magne pareceu amontoar-se ao redor da própria garganta ao enxergar uma densa aura negra rodeando o demônio.
-[S/N] 'tá aqui?!- ralhou Niffty, animada, seu olhar repleto de um brilho insano ao saltitar para perto do balcão, junto à Husker e Angel Dust.
Quase surpreso, Angel assistiu conforme a asa direita do demônio-gato estalou contra a prateleira e uma garrafa verde de cerveja já havia colidido no assoalho de madeira antes que qualquer um pudesse respirar.
-Merda...- murmurou Husker, inaudível aos ouvidos de todos, exceto o ex-ator pornô.
Abruptamente, todos recuaram sob o olhar amedrontador que o demônio direcionava à jovem ex-cantora.
Um som violento de estática envolvia seus ouvidos, violentamente, crescente e agudo.
-Onde?
-Ela atravessou o segundo círculo enquanto caía e está lutando contra os empregados de um dos V's.- alertou a cantora, chacoalhando as mãos exageradamente.
Como se nunca estivesse estado lá, Alastor desapareceu em uma sombra e o silêncio no hotel permaneceu.
~[S/N] sentia o sangue gotejar da asa direita abaixo de suas omoplatas, pingando no chão de concreto em estalos quentes – ela ignorou outra vez. Havia uma lança em mãos, ambas sustentavam a liga metálica do bastão.
Ao redor dos pés dela, descalços, lagoas de sangue transbordavam de feridas brilhantes e queimaduras borbulhantes, seu [tamanho] cabelo [cor] serpenteando junto à brisa, seus olhos derramando lágrimas prateadas sobre suas bochechas angulosas.
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𝐈𝐦𝐚𝐠𝐢𝐧𝐞𝐬 𝐇𝐚𝐳𝐛𝐢𝐧 𝐇𝐨𝐭𝐞𝐥
Fanfiction"Prefiro o paraíso pelo clima e o inferno pela companhia." Em um universo de demônios, pecadores e transmorfos, tudo era temível e ninguém era realmente confiável, mas quem poderia acreditar que o inferno guardaria tantas surpresas?