O Procurado | Inimigo do Estado • Livro Um

CAPÍTULO I - O ATENTADO E A EXPLOSÃO

ALLAN REED

Estou andando por um corredor de uma casa estranha, os pisos eram de marfim e rangiam com cada um os meus passos. Na parede do lugar haviam diversos quadros antigos e históricos como a Monalisa de Leonardo da Vinci e de também a Noite estrelada de Van Gogh e ao fundo da casa podiam se ouvir vozes de crianças que estavam gritando e correndo pelo corredor, vejo algumas passarem rapidamente por mim. Todas usavam um macacão branco com números de 1 a 200 nos ombros, mas o meu número eu não conseguia visualizar pois ele estava borrado e com isso sinto um toque delicado de uma mão feminina em meu ombro direito.

- Vamos... é a sua vez... - A voz de uma mulher que ecoava em pelo lugar.

Ela me levou a uma sala estranha no qual eu não conseguia ver nada, estava tudo escuro como se estivesse cego e apenas ouvia um barulho de algo que está abrindo e me senti sendo colocado em um lugar estreito, ouço algo se fechando estendo a minha mão só redor para tentar saber em que lugar estou, assim percebo que havia um tubo ou redoma de vidro em volta do meu corpo, no mesmo instante os meus sapatos estavam ficando molhados, nesse momento o lugar começou a encher de água, fiquei desesperado como nunca e batia no vidro, mas nada acontecia, até sinto uma agulha me perfurar no nos meus dois braços, nas minhas pernas e por fim nas minhas costas e aquilo a me suspende no ar, até que...

(...)

SAN FRANCISCO, CALIFÓRNIA.
11:00 HORAS DA MANHÃ.

Acordo extremamente assustado, dou uma olhada ao redor para me localizar e percebo que tudo aquilo havia sido um pesadelo bastante estranho e constante, tanto que já era o quinto na semana, o meu corpo e a minha cama estavam molhados, devo ter suado muito durante a madrugada. O apartamento estava uma bagunça generalizada com várias latinhas e garrafas pet de refrigerante, caixas de pizzas espalhadas e dezenas de roupas largadas pelo chão, enquanto a televisão estava ligada desde ontem em um canal de culinária chinesa.

Levanto da minha cama para procurar a droga do meu celular que estava no meio de todas aquelas caixas de pizza, ao conseguir localizá-lo, o pego para ver as horas, acabo tomando um tremendo susto ao perceber que estou bastante atrasado para o trabalho, entregando pizzas por toda São Francisco. Corro para o banheiro o mais rápido possível e coloco a primeira camiseta, calça e tênis que vejo pela frente e escovo os meus dentes.

- Droga... Porque tenho que estar sempre atrasado!?

Ouço batidas vindo da minha porta, mas quem será que está batendo nessa hora da manhã?

- Sr. Reed!! Precisamos conversar, o aluguel desse mês está atrasado!!! - Gritava uma voz feminina que parecia ser da Senhora Chen que era uma idosa Chinesa que tinha saído da China nos anos 60, vindo a América a procura de ter uma vida melhor, no entanto esbarrou em vários empecilhos como o preconceitos com a sua etnia, mas isso não a impediu de seguir em frente e se tornar dona de uma franquia de quatro restaurantes chineses em toda Chinatown, inclusive é a síndica do pequeno prédio em que eu morava.

Eu estava sem tempo para ficar de papo com a senhora Chen e estava bastante atrasado e o meu chefe não gosta nenhum pouco disso. Depois de escovar os meus dentes e de trocar de roupa, corro até a janela do meu apartamento que dá acesso às escadas de incêndio que vão até o solo. Após descer toda a escada de incêndio rapidamente, vou correndo para o meu trabalho que era em algumas quadras de onde morava.

(...)

Depois de ficar mais de 10 minutos correndo sem descanso pelas ruas de Chinatown, chego no meu trabalho que era em uma pizzaria de origem italiana chamada de "Ferrazini Pizza's", fundada pelo meu chefe e pizzaiolo Milo Ferrazini, um homem de meia idade que saiu do interior da Itália em busca de um sonho, no qual era ser um ator de sucesso em Hollywood, mas tudo acabou indo por água abaixo, ele até faz alguns testes para entrar no mundo dos musicais e dos teatros da Broadway, mas novamente ele foi negado e com tanta decepção e frustração na vida artista, Milo se dedicou a culinária e isso o fez se tornar um pizzaiolo dos bons e conhecido em toda Chinatown por causa de suas excelentes pizzas mas também por sua personalidade que a todo momento, inclusive estava na porta do lugar com uma expressão de raiva estampada no rosto.