Capítulo 24

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– Querida, está na hora. – Diz Abelardo.

Aurora estava cochilando no sofá.

– Anabel já chegou? – Ela desperta e esfrega os olhos.

– Não, mas precisamos ir. – Diz ele.

– Tio, o senhor prometeu que iriamos esperar ela chegar. – Protesta Aurora.

– Eu sei, minha querida, mas Ruth teve um dia longo e precisa descansar.

– É verdade. – Aurora suspira e aceita voltar para casa.

Eles se despedem de Ruth e caminham em silêncio. Aurora percebe que seu tio está inquieto, mas prefere não falar nada, não era a primeira vez que ele ficava assim. Abelardo abre a porta e Aurora apressa o passa até seu quarto, só queria tomar um banho e cair na cama.

– Querida. – Diz Primrose quando Aurora pesa no primeiro degrau. – Guardamos seu jantar.

– Obrigada tia, mas não estou com fome. – Ela lhe dá um beijo no rosto e percebe que Prímula está chorando bem atrás. – O que aconteceu? – Ela pergunta embora não leve muito a série, Prímula era sempre mais emotiva e só o que sabia fazer nos últimos dias era chorar. Aurora estava quase estava ignorando isso e subindo quando percebeu que algo estava diferente. Ela olha em volta e vê Fernando sentado parece inquieto.

– Tio Fernando. – Ela corre para abraça-lo. – Quanto tempo que não o vejo! Estava com tanta saudade.

– Como está, minha querida? – Ele pergunta, e Aurora balança a cabeça. – Podemos conversar?

– Tio, eu não quero ser mal educada, mas estou muito cansada. Pode ser amanhã?

– Creio que não temos tempo, minha querida. – Ele diz. Aurora começa a ficar preocupada e então tudo faz sentido em sua cabeça; O seu tio Abelardo estar inquieto, o fato de ele concordar em ficar mais tempo na rua, o choro de Prímula.

– Não. – Ela diz. – Eu não vou.

– Temo que você não tenha escolha, Thalía. – Ele diz.

– Me chame de Aurora.

– Lembra que conversamos e você concordou que isso era o certo? – Ele pergunta, ignorando a sobrinha.

– Eu era uma criança quando tivemos essa conversa. – Diz Aurora. – Não é certo meus pais me abandonarem e, quando eu consigo construir minha vida, eles me quererem de volta.

– Eles não te abandonaram, minha querida, foi preciso.

– Sim, mas por quê? – Pergunta Aurora.

– Isso eles terão que lhe explicar.

– Não posso ir embora! – Ela diz e uma dor invade seu peito. – Por que agora?

– Seus pais souberam do ataque. – Explica Fernando – Um dos motivos para você ter vindo pra cá é que era um lugar seguro. Se não é mais assim você precisa ir embora.

– Contaram para ele? – Ela grita olhando para seus tios.

– Aurora... – Fernando se aproxima e coloca as mãos em seu ombro. – Lembra quando você era pequena e eu disse que quando fosse à hora teria que ir embora e não podia olhar para trás? Essa hora chegou, minha querida.

– Você não pode chegar aqui e me fazer esse tipo de pedido. Não sou uma máquina que liga e desliga os sentimentos. Eu tenho amigos aqui... – Aurora diz e então aponta para seus tios. – E eles são minha família.

1 - Sobre Meninas e LobosOnde histórias criam vida. Descubra agora