1 - Sobre Meninas e Lobos

Prólogo

Capítulo dedicado a melhor amiga que eu tenho no mundo (depois da minha mãe) e a minha leitora mais fiel também. Foi ela que, lá no começo, lia minha história e me - obrigava - incentivava a terminar, foi ela a primeira a ler e a se apaixonar. Ela mesmo vive dizendo que é minha fã número 1 (Como se houvessem muitos fãs, né? É só ela mesmo).

Dediquei o prólogo porque sou uma amiga boa e dedicada e essa é a parte que ela MAIS ODEIA NO LIVRO INTEIRO. E até o chamava, carinhosamente, de PROLONGO. Te amo, Elizabeth <3

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Parte 1

VALE DOS LOBOS

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— Nós vamos morrer! — Bella disse, assombrada, quando Aurora e Anabel contaram o plano para ela. — Meu pai me falou que a floresta é muito perigosa, cheia de lobos e monstros.

Anabel e Aurora soltaram uma risadinha e, juntas, explicaram para Bella que voltavam sozinhas pela floresta com frequência. Atualmente com oito anos, andavam por lá desde que tinham sete.

Era o maior segredo que possuíam e foi preciso muita coragem para compartilhar, pois Bella era amiga das duas há apenas três semanas e havia muita chance de parar de falar com elas depois que fizesse outros amigos na sala, mas Aurora pensara que se ela não tinha se afastado depois de ouvir as histórias de Anabel sobre como os bebês vêm ao mundo, então não se assustaria com mais nada.

— Mas... Por que vocês fazem isso?

— É mais perto.

— É mais divertido! — Anabel respondeu, quase ao mesmo tempo.

— Tem certeza de que não têm lobos lá? — Bella ainda não parecia ter certeza, mas as duas assentiram imediatamente. — Tudo bem, eu aceito ir pela floresta.

O Vale dos Lobos não tinha perigo algum, mas diziam que a floresta, presente nas redondezas, era infestada de lobos assassinos e outros diversos tipos de monstros. Claro que era uma mentira. Aurora sentira muito medo de entrar no começo, e Anabel precisou insistir muito, mas valeu a pena. Era lindo e jamais viu nada de estranho por lá.

— Mas não pode contar para ninguém — Anabel a lembrou, era a segunda vez que alertava. — Nem para sua amiga Acrecia, pois ela vai contar tudo pro pai dela.

— Acrecia não faria isso se eu pedisse segredo. — Aurora e Anabel a encararam com desconfiança e desaprovação. — Mas, mesmo assim, eu não vou falar. Prometo.

Quando saíram da sala, em direção a grande aventura, as duas estavam animadas por terem alguém pra compartilhar, mas Bella tinha uma expressão de medo. Aurora ficou feliz, era bom conhecer alguém mais medrosa do que ela.

Contudo, nenhum dos sentimentos durou, porque as tias de Aurora — Primrose e Prímula — estavam na entrada da escola. Era raro alguém buscá-las, pois sempre fingiam voltar com os outros; entravam na floresta e, quando chegavam antes de todos, escondiam-se atrás das casas até aparecerem, então se juntavam ao grupo e ninguém nunca notava.

Aurora sentiu uma enorme tristeza, pois não poderia provar para Bella que não tinha perigo algum na floresta. Ela não veria a beleza das árvores, a pequena estradinha que levava diretamente ao outro lado do vale, a casa abandonada que existia lá. Talvez, no dia seguinte, a garota pensasse melhor e decidisse não entrar e, pior, ficasse com medo e se afastasse delas, então perderiam uma amiga.