Dazai estava entediado e a fala irritante de Mori não estavam ajudando em nada, ele estava mais uma vez escutando um discurso sobre como deveria dar um passo maior em relação ao seu trabalho na mafia. Dazai não concordava, ele sempre concluía as missões e nunca nada de diferente acontecia, por que ele deveria se esforçar mais que o habitual em um trabalho que até uma criança consegue fazer?
— Dazai, eu quero que você me impressione. Descubra algo que eu não sei, consiga algo, não importa. — O olhar de Mori era sério, porém divertido, ele provavelmente apenas estava quase tão entediado quanto Dazai e queria uma mudança na rotina — Fique ciente de que estarei esperando esse avanço. E eu quero que você faça tudo sozinho, sem nenhum assistente. Sozinho.
— Certo, certo, farei essa besteira, — ele se retira antes que Mori o dê outro trabalho irritante — Conseguir algo? — Dazai pensa alto, pensando em algo inútil como ele considera essa importunação que Mori chama de "missão". Ele pensa em apenas conseguir algum outro usuário de habilidades, é útil e rápido, pegue a lista, vá atrás do escolhido e o leve.
Dazai procura no banco de dados e encontra um garoto chamado Byron, na ficha dele tem informações o suficiente para Osamu ter uma ideia da localização dele. Dazai não poderia se importar menos com essa missão, ele só queria passar o dia lendo seus livros sobre suicídio e tristeza eterna! Enquanto estava a caminho do local onde o garoto poderia estar, pensando em seus interessantíssimos livros, ele notou e começou a observar uma borboleta, grande e bonita.
Ele não pode negar que se surpreendeu, borboletas não costumavam estar perto daquela região, se existiam borboletas, em algum lugar por perto existiam flores. Fazia tempo que Dazai não via flores. A borboleta deixava o local com um contraste interessante, ruínas e uma coisas bonita voando, isso é algo lindo. Ele nem ao menos queria fazer aquela missão, seguir aquela coisa bonita parecia uma alternativa muito melhor do que seguir coordenada atrás de um garoto que provavelmente seria inútil no final das contas.
Ao seguir a borboleta, ele tem um pensamento que o diverte: "a borboleta está voando mais alto do que eu, como se tivesse mais poder do que eu, mas, voa rápido como se estivesse fugindo de mim, mesmo que seja eu que supostamente deveria ter menos poder", Dazai gosta de jogos, um de caça só o deixa mais instigado, pois a borboleta tem tamanha estupidez se estiver fugindo para casa. Nenhum peixe leva o tubarão em direção a suas algas favoritas.
O pensamento de destruir as flores que aquela borboleta almeja o trás uma diversão que ele não esperava conseguir nessa missão. Um imprevisto pequeno e irrelevante está o deixando menos entediado do que completar o trabalho, Mori deveria rever os métodos para distribuição de tarefas, se não ele vai acabar com funcionários frustrados, se eles tiverem o mesmo pensamento que Dazai (o que provavelmente não tem, mas ele ignora esse fato).
Ao ver as camélias vermelhas, Dazai não se surpreende, mas fica instigado, pois, um garoto de cabelos ruivos as destruiu. As flores mortas fizeram a borboleta se desinteressar e voltar por onde tinha vindo. Mas ele não volta. Ele para e observa de longe o garoto pegar uma das últimas flores vivas e fazer ela flutuar. Um usuário de habilidades instável. Esse não era Byron, o menino não tinha cabelos ruivos e não controlava a gravidade, ele era mais desinteressante do que o garoto impulsivo que Dazai observava.
Chuuya estava com raiva, com ódio por mais uma vez não ter sido capaz de ajudar seus amigos. Novamente e novamente, ele nunca seria um rei das ovelhas conhecido e temido se não fosse capaz disso, ele estava frustrado e aquelas flores vermelhas passariam esfregar na cara dele que ele nunca seria capaz como elas eram. Elas viviam juntas, elas viviam, elas eram belas e pessoas as admiravam. Chuuya decidiu que odiava aquelas flores.
Dazai percebeu a frustração de Chuuya e aquilo o prendeu em um pensamento: ele nunca iria precisar de Byron. Mas ele poderia usar o garoto de cabelos ruivos. Dazai retornou a máfia no mesmo momento e desvendou tudo que poderia e não poderia sobre o garoto impulsivo. Chuuya era um inseto na maior teia de aranha de todas e ele não sabia disso e talvez nunca soubesse, mas Osamu iria fazer questão de que ele soubesse que não era o maior predador do ecossistema. Sem excitação, Osamu não se deu ao trabalho de matar os amigos dele, ele apenas causou indiretamente a morte deles, ao dar a localização deles para uma organização. Isso iria acontecer de qualquer maneira, visto que eles não conseguiram nem sobreviver a um grupo pequeno, provavelmente iriam morrer em breve. Ele matou dois coelhos em apenas um ataque: completou uma missão pendente (essa organização pequena que estava dando um trabalhinho para encontrar) e conseguiu algo que surpreendentemente, não é inútil.
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Butterfly - Espelhamento
Fanfiction• Teoria do Caos: Mudanças insignificantes no início de um determinado evento podem gerar mudanças profundas no futuro; o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas. • Espelhamento: Espelhar o comportamento...