Não há nada mais cruel, que um coração partido. Essa sem dúvidas era a dor mais profunda que Penelope havia sentido, diante do misto de desastres que o baile em sua própria casa, se tornará. Para que não fosse pouco seu tormento, as palavras de sua amiga e confidente atingiram seu peito feito flechas envenenadas. Não sentirá arrependimento e nem poderia, das respostas ríspidas que dera durante sua briga.
Os olhos doces e atentos da jovem, deram lugar ao gélido ar de decepção, nada parecia semelhante a Pen que todos conheciam. A distância pairava, e o olhar da jovem parecia como se lhe tivera prendido dentro de seus próprios pensamentos.Penelope havia se trocado, tirará o vestido amarelo com tanta raiva que acabou, rasgando-o. O olhar que ela lançou para o tecido estirado no chão, era ódio.
Sem pensar, logo tratou de buscar outras peças, todos vestidos amarelos que tinha, os puxava pela costura abrindo-os de fora a fora, minutos depois de seu acesso de raiva, a jovem teria se livrado de todos vestidos amarelos, mas a dor de seu coração não tivera passado, respirando pesado lançou um olhar para o que sobrará de sua escrivaninha, assim como todo seu quarto estava uma bagunça, após Eloise tê-lo vasculhado. De fato, ao pé da escrivaninha havia um abridor de cartas, sem pensar, Penelope o puxou e então golpeou os vestidos, os furando um a um, em seu último ato, parecia querer cortar o que sobrava de uma echarpe, mas a segurou de forma equivocada e acabou cortando a palma da mão.
– Oh céus – Gritou se entregando a um choro sincero.
– O que faz aqui trancada? – Portia adentrou o quarto sem se quer olhar para filha – O que você fez? – Se aproximou e por segundos Penelope pensou que a mãe tinha notado o quanto sua mão sangrava. – Seus vestidos, estão destruídos Penelope! Porque fez isso, nos custaram uma fortuna e... – Enfim notará. – Sua mão! – Espantou-se.
– Os vestidos? – Gemeu – estou farta mamãe, farta de nunca me olhar – Mostrará o corte e doía, como doía.
Os olhos de Penelope estavam frios, mesmo com a dor – Me machuquei sem intensão...
– Não é o que parece Penelope! – Indagou Lady Featherington – Se os convidados souberem... nós...
– Mamãe uma vez na vida, se importe comigo, estou sangrando e dói muito! – Arfou com raiva. – Vou pedir a Mrs Varley que chame um médico – A olhava resmungando – Mal consigo resolver um problema e me aparece outro... – Saiu do quarto ainda argumentando.
Penelope encarava a porta fechada incrédula, havia enrolado uma parte da mão no que sobrou de um de seus vestidos. Não demorou para ouvir os sons das carruagens, após os fogos, a briga, as cruéis palavras de Colin, e para finalizar a noite, o corte em sua mão, era como se Londres desabasse por cima da jovem.
Após pouca espera, e muita dor diante dos curativos, havia levado alguns pontos em sua mão devido ao corte, por conta disso, passara os próximos dias reclusa em casa. Além do fato, da mãe tê-la castigado por ter rasgado diversos vestidos em pleno estado.
Fora das habitações dos Featherington, precisamente do outro lado da rua, na casa dos Bridgertons, Eloise, embora ressentida, observava da sala de visita informal, no segundo andar, por dias e notou a falta da presença de Penelope, e até mesmo das colunas de Lady Whistledown, não que as quisesse ler, a última a magoara demais para que continuasse com tanto apresso, não depois da descoberta.
Eloise segurava o livro, o apertando enquanto olhava para fora da janela – Devia tê-la entregado a rainha? – Questionou-se, enquanto suas últimas palavras a ex-amiga ecoavam em sua mente.
Você é o que parece... Uma pessoa ensossa, de fato!
Mas não eram apenas as próprias palavras que ecoavam a dias em sua mente...
“Você tem ambição, grandes planos, mas fui eu que fiz alguma coisa grande... E você não suporta isso, não é?”
Eloise balançava a cabeça em sinal de negação – Algo grande – Suspirou em desdém – Ofender boa parte de Londres... a própria família, a minha família – Constatou – Ofender a mim, isso não é ser grandioso, é ser cruel, egoísta! Apenas para se safar... – Seu olhar era de decepção.
As semanas que se passaram em Londres, causaram efeitos em todos, Colin embarcara para mais uma viagem, e desta vez não fora apenas este Bridgerton que empenhou um rumo distante, para a surpresa de muitos, Eloise a convite de Lady Mary Sharma e Edwina, fora para Índia, por apenas algumas semanas, longas semanas.
Assim, poucos meses se passaram, com ele o verão também, abrindo mais uma temporada, em que jovens da mais alta sociedade de Londres, pudessem debutar, e as que não tiveram tanta sorte nas temporadas passadas, pudessem enfim, talvez, encontrar um pretendente a altura.
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Nada mais cruel que... Colin Bridgerton
FanfictionCaros leitores, fora muitíssimo tempo que estivemos afastados, mas está autora, não lhes pode afirmar seu retorno, apenas lhes escrevo, o que penso ser uma suposição do que pode nos aguardar está temporada... De fato teremos grandes emoções, e está...