E do outro lado da grande casa, no último quarto do corredor estava ele, Colin Bridgerton sentado em frente a janela. Passou os últimos meses se questionando o porquê de não obter resposta das cartas que enviara a sua amiga, mas agora sabia, a razão por qual teria sido ignorado, um erro. Teria cometido um grande erro, suas palavras pela primeira vez teriam magoado alguém, além disso, as palavras que ouvira de Marina finalmente teriam feito sentido.
Se simplesmente abrisse os olhos, para o que está a sua frente veria que há pessoas na sua vida que já faz feliz
– Quem seriam?
Tem a sua família... Você tem... a Penelope!
E ela estava certa, estava? O jovem dissera uma vez que a melhor parte de viajar, eram retornar a sua adorável Londres, a sua casa, a sua família e se lembrara de que não ouve uma só vez desde que começará suas aventuras em terras distantes, que em seu retorno não tenha visto o rosto afetuoso de Penelope, para lhe dar boas vindas... E assim perceberá o constante sentimento de que devesse voltar para casa, em sua viagem, pois lhe faltará algo, lhe fazia falta algo, ou melhor dizendo, alguém. Colin tocou seus lábios com as pontas dos dedos e ao fechar os olhos era como se revivesse cada minuto do beijo que dera em Penelope, ele havia errado com ela, sabia bem disso, mas o que ele sentia... Não era culpa, não era arrependimento, mas no entanto, também não tinha ideia do que seria, só que tudo parecia confuso, uma completa bagunça diriam.
Na manhã seguinte, Colin se levantará antes de que todos na casa, tão cedo era que nem ao mesmo os empregados de Lady Danbury estavam despertos. O jovem na verdade não teria se quer conseguido dormir, seus pensamentos invadiam sua mente o deixavam tonto. Sentindo que precisava de ar puro, o rapaz desceu as escadas, passou pelo grande corredor ao lado do salão, seguiu para o jardim e perceberá que caia do céu uma chuva calma, a grama estava molhada, e podia ouvir o som da água na terra afofada, quando pisará na grama. Nada o incomodava a chuva, para ele, a vista para o jardim de Lady Danbury que era diverso, haviam muitas espécies de tulipas, lilases, amarelas, vermelhas, laranjas e brancas, que decoravam o gramado a frente. Seguindo, em frente, o jovem descera o jardim a fim de ver o lago, a noite anterior diante dele não teria sido das mais animadas. Enquanto se aproximava, pode perceber do outro lado, uma movimentação, para sua surpresa, era a mesma pessoa que invadia seus pensamentos... Penelope.. E ela... Dançava? Isso mesmo, ele tentou concentrar seu olhar, nunca a teria visto assim, mesmo sabendo que estavam um tanto afastados da casa Cambridge, não era algo que já a teria visto fazendo, era uma nova versão da Pen que tanto conhecia. Penelope rodopiava pela grama lisa, como se estivesse em uma pista de dança, desta vez, dançava livremente sem o peso que sentia dos olhares que tanto a julgavam. Os cabelos ruivos molhados, estavam soltos sem muita arrumação e dançavam com o vento, diante de cada rodopio de cada movimento que a jovem fazia.
Colin não se conteve, enquanto a olhava dançar na grama molhada, durante aquela chuva, o rapaz se aproximou devagar, sem fazer alarme, pois não queria que ela corresse para longe. Apenas a queria ver de perto, desfrutar da miragem, da jovem ruiva com seu vestido em um tom suave de verde tão claro que parecia branco... Ou certamente quase transparente, já que a esta altura, já estava completamente molhado. E nem mesmo Penelope percebera que alguém teria a encontrado, mesmo que a jovem tenha saído de seus aposentos para ver o nascer do sol, já que não teria dormido um só minuto na noite anterior. A chuva a teria encontrado no meio do caminho e ela de alguma forma sentia que a abraçava, na tentativa de livrar seus pensamentos, a jovem se entregou em uma dança que vinha do coração, com os olhos fechados apenas para sentir a chuva tocando sua pele. Quando terminou um de seus maiores rodopios, a jovem abrirá os olhos e perceberá a presença de alguém, a fitando com um certo sorriso ao canto dos lábios.
– Colin – Estava surpresa, de todas as pessoas que poderia vê-la assim, seria logo ele, quem a teria visto.
– Dançava muito bem, tenho que admitir – Ele tentou sorrir.
Penelope tentou se recompor a medida do possível, estava completamente encharcada, e era tão nítido o quanto seu corpo estava marcado no vestido que usara, sua pele clara e arrepiada por conta da chuva, pelo suave vento e principalmente por estar diante do homem que lhe fazia sentir tantos sentimentos que não poderia se quer resumir em palavras, logo ela, quem sempre as dominou muitíssimo bem.
– Irei voltar para o quarto, com licença Sr. Bridgerton – Penelope abaixara seu olhar e deixou o jovem, dando suas costas a ele e seguindo o caminho de volta para casa Cambridge.
Não havia nada que eles pudessem conversar naquele momento, nenhum conversa terminaria bem, não enquanto houver tanta dor e ressentimento, estava estampado nos olhos de Penelope que ela não abaixaria sua guarda, ou se renderia aos encantos do jovem Bridgerton, e ele, por sua vez notará isso, mesmo no breve silêncio dela.
– Então é isto! – Precisava da atenção dela, teria que continuar tentando – Nós não iremos mais se quer conversar? Pretende mesmo me ignorar? Até quando Pen? – Questionava seguindo-a.
– Pelo que depender de mim... Para sempre Sr. Bridgerton! – Se quer olhara para trás.
Colin apressou seus passos e puxou Penelope pelo braço, com cuidado, não queria fazer mais mal a ela.
– Nós precisamos conversar Pen – Seus olhos se encontraram, se encaravam em meio a chuva – Nós não podemos fingir que nada aconteceu, que ontem na cabana... Que o beijo que demos não aconteceu...
– Mas será exatamente isso que eu farei! – Ela afirmou se desprendendo do rapaz – Aquele beijo, mesmo que tenha o meu primeiro, e provavelmente o último... Não passa de mais um erro de sua lista, não preciso e nem estou disposta a continuar está conversa
Penelope tentou se afastar, mas Colin impediu que ela passasse, se mantendo em sua frente.
– Pen... – Tentou se aproximar
– Não Sr. Bridgerton, minhas intenções ficaram muito claras! – Ela o encarava – Não precisa mais fazer a caridade e o esforço de se manter perto de mim, tão pouco fingir que somos amigos, nós não somos! Eu e Eloise somos amigas e este é e será meu único vínculo com os Bridgertons! – Enfim o deixou para trás.
Colin a deixou ir. E sabia que se não procurasse por um esclarecimento certo de ideias, ele a perderia, certamente. A amizade que criaram, mesmo que não se lembrasse ao certo quando fora, quando houve um momento em que não tivesse a presença alegre de Penelope em sua vida desde que chegaram a Mayfair, já que ele a vira crescer junto de sua irmã. Talvez por isso nunca a notara, por sempre estar ao lado de Eloise, por sempre ser quase parte da família, por ter os comentários mais incisivos, por ter o olhar sempre tão atencioso e atento, por se lembrar sempre, até o último detalhe e por reparar sempre que ele demonstrava suas próprias opiniões. O cavalheiro, apenas a observou se afastar, até que ela sumiu de seu alcance após entrar na casa Cambridge.
O jovem não demorou para fazer o mesmo, ele retornou para seu quarto, banhou-se e se vestiu para encontrar seus irmãos, precisava ter alguém para conversar, para clarear suas ideias e quem sabe lhe mostrar uma direção.
– Então, irmão... – Benedict se serviu com uma dose – Qual seria a urgência da vez?
– Não nos diga que já pretende partir em outra viagem, você acabou de voltar, literalmente voltará a menos de dois dias Colin – Anthony o olhava.
– Eu cometi um erro... Magoei uma pessoa e agora parece ser irreparável – Se quer conseguia encara-los – Escolhi as palavras erradas em uma conversa com outros cavalheiros e... E agora creio ter acabado com uma boa amizade...
– Se refere a Penelope Featherington? – Anthony questionou sem demonstrar qualquer surpresa.
– Como você... Como sabe? – Colin parecia atordoado.
– Na noite do baile da Lady Featherington, eu notei quando Penelope Featherington saiu apressada da festa, e ela passara perto de onde você estava com outros cavalheiros, pareciam conversar animados que falavam alto...
– Céus – Desabou em uma das cadeiras.
– O que exatamente você falou sobre a Penelope Featherington? – Benedict perguntou curioso.
– Que eu jamais a cortejaria... Nem nos sonhos mais loucos do Fife – tossiu de vergonha – É realmente ruim, não é?
– E o que ela te disse quando descobriu? – Anthony parecia curioso.
– É... – Reconsiderou – Ela me questionou... Me perguntou quando fora que ela tenha me perguntado para que eu me casasse com ela... – Engoliu seco enquanto seus irmãos o encaravam – Penelope disse que jamais demonstrou a ninguém que queria se casar comigo, que tinha intenções de que eu a cortejasse e que eu teria deixado isso muitíssimo claro a ela... – Terminou e por fim encarou os irmãos
Anthony e Benedict se olharam e riram.
– Ora não há graça alguma nisso!
Benedict tentava controlar o riso – Desculpe meu irmão – escapara um riso – Mas você... Você conseguiu magoar a jovem mais gentil que nossa família conhece – Se entregou as gargalhadas.
– Pela primeira vez na vida, serei obrigado a concordar com o Benedict – Anthony disse um pouco complexo – Mas... – Se aproximou do irmão mais jovem, e deu um leve tapa sobre a cabeça – Onde estava com a cabeça Colin!
– Eu definitivamente não sei, pensei ter escolhido as palavras adequadas para calar o Fife... – Olhou para os irmãos – Ele queria caçoar usando a Penelope
– E para isso, achou que seria certo dizer que jamais a cortejaria? – Anthony questionou – Oh Colin, Penelope Featherington sempre esteve introduzida em nossa família, a amizade dela e Eloise é a relação mais longa que todos nós conhecemos... além do mais, que não é totalmente impossível que você um dia pudesse a cortejar, isso não seria o fim do mundo e tão pouco incesto, ela não é nossa irmã, Colin – Reforçou.
– Colin e Penelope Bridgerton? – Benedict anunciou como quem quisesse testar o nome de um possível casal – Não é nada mal, na verdade – Constatou.
– Parem! – O rapaz parecia impaciente – Já estou confuso o suficiente! – afirmou.
Mais tarde, ao entardecer todos convidados retornaram a Mayfair, sem dúvidas a noite anterior teria trago novidades suficientes para que Lady Whistledown pudesse enfim, retornar e como já havia se tornado quase uma tradição, abrir enfim a nova temporada de debutantes.
Não ouve demora para que os entregadores de correspondência começassem a oferecer e entregar os novos folhetins, com certeza recheados de novidades, calorosas.
“Caros leitores, não há nada mais glorioso, de fato, que retornar depois de meses esperando, assim como meus adorados leitores, por boas novas notícias, suficientemente interessantes.
Estive muitíssimo entediada pela falta de novidades consideráveis durante esses meses.
O último evento na grandiosa casa de campo Cambridge, de Lady Danbury, nos proporcionou emoções suficientes, começando pela surpreendente valsa da Rainha, com o misterioso e recém chegado, Duque de Sardenha, um grande e próximo amigo do príncipe Frederick, qual não recebemos mais noticiais depois do fracassado cortejamento a hoje atual Duquesa de Hastings. É certo, que nossa rainha dançar uma valsa é no mínimo inovador, mas, está autora não pode se resumir apenas a surpresa desta noite de sarau. E quero adianta-los que, teremos muitos rostos novos está temporada, alguns nem tanto, como é o caso da senhorita Edwina Sharma, que retornou a Londres ao lado da mãe, Lady Mary Sharma, depois de um fracassado e escandaloso fim como meses atrás. Como já podem esperar, está autora não se baseia em apenas passado, mas sim nos recentes acontecimentos, como o futuro debute da senhorita Francesca Bridgerton, a sétima filha da honorável Lady Violet Bridgerton, que demonstra ser um dos destaques. Nós sabemos que haverá um diamante, mas qual será a jovem debutante que mais brilhará, lamentavelmente, nem todas as jovens podem atrair a luz!
Aguardo ansiosamente, pelas emoções que está nova temporada nos trará, não há dúvidas que será no mínimo inesquecível.
Lady Whistledown. “
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Nada mais cruel que... Colin Bridgerton
FanfictionCaros leitores, fora muitíssimo tempo que estivemos afastados, mas está autora, não lhes pode afirmar seu retorno, apenas lhes escrevo, o que penso ser uma suposição do que pode nos aguardar está temporada... De fato teremos grandes emoções, e está...