Não muito distante, observando cada gesto daquela figura desconhecida para ele, Colin por alguns segundos franziu o cenho, nunca verá nenhum outro cavalheiro até mesmo se aproximar de sua amiga, após alguns passos para se aproximar, o rapaz fora detido pela atenção das jovens, rosto desconhecidos e alguns nem tanto, como Cressida, que tentava a todo custo lhe impedir de olhar para direção, ficando em sua frente. Após alguns minutos torturantes em que Colin passou tentando desviar seu olhar das jovens, sem parecer grosseiro e com a desculpa de que teria avistado sua família, pode enfim, se afastar. Pena ter sido tardio, a presença que procurava não estava mais ali, apenas a rainha, o cavalheiro que ainda era um desconhecido para ele, e Lady Danbury... Mas atrás de si, ouvida algumas risadas
Era Cressida, nem em mil quarteirões esqueceria uma voz tão maldosa – Pode acreditar que ela, pensa ter se tornado alguém, olhe a postura, apenas por ter sido elogiada pela coroa, grande feito... com algumas aulas até mesmo eu poderia ser milhões de vezes melhor que esse concerto da horrenda Featherington – Sorria de forma sarcástica para as jovens que a acompanhavam.
Colin não precisou procurar muito, logo seus olhos alcançaram a presença de sua amiga, que parecia apressada por sair do salão, não havia dúvidas, ela com certeza teria ouvido o comentário maldoso.
– Nem em mil anos, a senhorita se igualaria a ela, Penelope Featherington é em diversas formas diferente, muito mais distinta que vossa senhorita – A olhou com desprezo. Nunca em nenhum evento Colin havia sido rude ou grosseiro com alguém, mas não seria a primeira vez que ouvia alguém destratar sua amiga.
Sem pensar, o jovem cavalheiro seguiu os passos de Penelope, atravessando o salão, os corredores para fora do evento de Lady Danbury.
– Pen... – Chamou, mas não obteve resposta, a jovem continuava andando – Penelope
– Boa noite, Sr. Bridgerton – O olhar da jovem não para Colin foi rápido, como se estivesse fugindo...
– Não precisa de acompanhante? – Questionou na tentativa de impedi-la de deixar o evento sozinha.
– Solteironas não precisam de acompanhantes – Respondeu sorriso em falso, ele sabia, ela estava fria.
– Você não é solteirona... – Tentou ser cortês e sorriu.
Penelope o cortou – Estou no meu terceiro ano sem casar, sem pretendentes para apresentar, como você chamaria isso? – a jovem estava claramente em modo de defesa, cada palavra sairia como um contra-ataque.
Colin notou, estava nítido incômodo nos olhos azuis de Penelope – Há algo errado, Pen? – A fim de buscar resposta para também distância – Entre nós – O olhar da jovem era cirúrgico, quase como se o analisasse a cada palavra que dissera – Eu te escrevi nesse verão, como sempre... Bem, você não respondeu... Admito, poucas responderam – A olhava nos olhos, e que olhos, já sabia que eram azuis, mas nunca notará quão intensos eram – Mas, se você quer que eu fale em voz alta...Eu senti sua falta – Terminou tentando sorrir, mas foi novamente cortado pelo olhar de Penelope.
– Você sentiu minha falta? – Questionou sorrindo em falso e ele sabia, novamente – Sentiu minha falta, mas nunca me cortejaria, estou certa? – Havia ressentimento nos olhos dela, talvez fosse perceptível e quase palpável a dor que ela transmitia em cada olhar lançado
– Pen, eu...
– Eu te escutei, no baile da minha mãe, na temporada passada. – Continuo o olhando magoada. – Dizendo a todos como nunca cortejaria Penelope Featherington – Tinha certa raiva na voz.
Alguns convidados passaram por eles a fim de irem para uma parte do jardim.
– Talvez devêssemos conversar sobre isso em algum lugar privado...– Tentou alertar.
– Porque tem vergonha de mim! – afirmou quase como se quisesse sussurrar – Claro que você nunca me cortejaria, sou o motivo de piada da cidade, mesmo quando mudo todo meu guarda-roupa... – Ela estava magoada ele sabia que as palavras de Cressida a havia afetado – Só nunca me ocorreu, que você, de todas as pessoas, poderia ser tão cruel – Suas últimas palavras saíram como se rasgassem a alma, o abandonando-o.
Colin observou Penelope se afastar, mas não poderia deixar que ela pensasse nem mais um minuto, que sua intenção foi magoá-la, assim, ele a seguiu para o píer do lago Cambridge.
– Pen... – A chamou – Pen me deixe explicar – Pedia na tentativa que ela parasse de andar em direção ao fim do píer.
– Não há mais explicações, Sr. Bridgerton, tudo ficou bem claro naquela noite – Disse o ignorando.
– Não é verdade, você não entendeu o contexto da conversa, não sabe a forma como Fife insinuou... – Foi interrompido.
– Não foram as palavras do Sr. Fife, quem me magoaram! – Segurou para que ele não a visse chorar – Como agora mesmo, me afastei do senhor, mas por estar longe o suficiente dos olhares de todos, agora o senhor quer se explicar, as escondidas!
Penelope não buscava mais respostas nos olhos de Colin, ela mostrava o quanto havia sido ferida.
– Pen...
– Srta Featherington – O corrigiu – Não somos amigos, não deve me chamar de forma tão informal, alguém pode estar escutando e apenas esperando para lhe caçoar, por estar diante de minha presença... – Dessa vez fora ela, quem havia sido interrompida.
– Deixe de dizer bobagens, Pen... Penelope me escute – Quase suplicou – Deixe-me explicar o que você ouviu na outra noite, Fife estava caçoando por termos dançado, pelos olhares que demos depois de termos descoberto a farsa do seu primo Jack...
Penelope bufou em desdém
– Você bufou? Bufou para mim – Questionou, nunca ela o tivera tratado assim.
– Basta! – Penelope indagou com ressentimento, havia raiva em suas palavras
– O que está acontecendo aqui? – Perguntou se aproximando.
– Eloise, agora não – Colin fez sinal para que sua irmã se afastasse.
– Não! – O respondeu olhando para Penelope – Por que grita com meu irmão? Vamos diga Lady...
– Chega Eloise – Penelope deu um passo para trás, queria fugir daquela situação, correr para longe, mas se esquecera de que já estava no fim do pier e estava encurralada – Um Bridgerton me ofendendo eu posso aturar, mas os dois, eu não...
Penelope se desequilibrou e sem tempo, caiu no lago, uma queda rápida, logo seu corpo sumia na escuridão daquela noite, apenas se via o movimento da água agitada.
– Colin pule, ela não sabe nadar – Afirmou Eloise em preocupação – Ande logo ela vai se afogar!
Sem tempo para muito pensar, o rapaz mergulhou, logo subira a superfície trazendo Penelope inconsciente em seus braços, ela havia afundado muito rápido.
– Ela tem água nos pulmões, terá que ajudá-la – Eloise disse se abaixando.
Colin deitou o corpo frio e molhada de Penelope no chão de madeira velha do píer
– E como farei isso? Não entendo de medicina Eloise, me ajude! – Implorava em preocupação.
– Terá que colocar os seus lábios nos dela e soprar, com toda força, para que ela retome o fôlego – Dizia agitada.
Colin não entendera bem, mas executou conforme sua irmã disse, mas ao tocar os lábios de Penelope com os seus, era como uma onda de choque o tivera percorrido e alcançado seu peito, mas ignorou, apenas se importando com ajudar sua amiga. Não demorou para que Penelope despertasse, tossindo e logo em seguida soltando toda água que havia engolido.
– Leve-a para lá – Eloise apontou para uma pequena cabana de leitura, uma construção afastada dos olhos dos convidados. – Vocês estão encharcados, lá deve ter uma lareira, se alguém os ver assim poderão criar caso – Disse ajudando o irmão a pegar Penelope no colo, não teve muita dificuldade para dizer a verdade. – Irei trazer cobertores e algo para que se sequem, vá Colin – Ordenou.
O rapaz assim seguiu, um tanto quanto contrariado pela irmã mais nova estar lhe dando ordens, mesmo sabendo que dessa vez, apenas dessa vez, ela estaria certa.
Colin abriu a porta da cabana de leitura de Lady Danbury e procurou mesmo no escuro, algum lugar que pudesse deitar sua amiga, até que bateu sua perna em algo e perceber ser um sofá de leitura, assim, o rapaz inclinou seu corpo e com cuidado repousara Penelope, que estava desperta, porém em total silêncio. Seus olhares se cruzaram, antes dele se afastar, quando ambos encararam os lábios um do outro.
Depois de um pouco tentar, o rapaz conseguiu enfim, acender a lareira, mas o sofá onde Penelope estava deitada, estava um pouco longe do calor, então, sem pensar Colin o puxou, para mais perto do calor.
Penelope olhará cada ação do rapaz enquanto pensava Como pode vezes ser tão cavalheiro e vezes tão cruel. Era nítido o ressentimento que a jovem sentia, até mesmo quando Colin olhou para ela, e a viu desviar o olhar.
Tossiu – Obrigada... ahn digo por ter me tirado do lago... Eu..– Tentava agradecer, mesmo sem vontade.
– Lhe devia isso Pen – Disse se aproximando da lareira, sem olha-la, apenas se encostando em pé.
– Como?
– É minha culpa que tenha caído no lago... Eu a encurralei, não foi por mal, apenas queria me explicar – A olhou brevemente – Mas... sua teimosia...
– Minha teimosia? – Lançará um olhar intrigado – Nós não precisamos conversar, somente lhe agradeci por ter me tirado do lago, nadar não é uma de minhas habilidades, isso não muda os fatos – Penelope virou o olhar apoiando o queixo em sua mão, suavemente.
Colin a observou, e compreendeu que desde a conversa no píer, algo havia mudado em Penelope, e lhe incomodava ser o fator de razão para essa mudança.
– Entendo que não queira me ouvir – Se aproximou – Mas minha intenção naquela noite não era ofender você... Céus eu não tinha ideia de que estava ouvindo... – Se ajoelhou de frente para a jovem.
– Você anunciou para todos, qualquer um perto de vocês pode ter ouvido tão bem quanto eu, que jamais cortejaria Penelope Featherington, nem em meus sonhos mais loucos – Seus olhos estavam mareados – Esperava está atitude de qualquer outro cavalheiro, mas..eu pensei que te conhecia Sr. Bridgerton – Sua voz comerá a embargar.
– Só queria defendê-la! Não faz ideia do olhar que Fife tinha quando sugeriu... Ele queria caçoar – Explicava.
– A vida toda, sempre ouvi comentários maldosos de mim, mas nunca tinham vindo de você... Digo Sr. Bridgerton – Foi interrompida.
– Pare de me chamar assim, nós somos amigos Pen! – Demonstrava descontentamento.
– Diga, quando foi que eu lhe pedi para que se casasse comigo? – O olhar de questionamento da jovem era quase como uma adaga, arranhando o peito de Colin. – Nunca pedi para que me tirasse para dançar, todas as vezes foi porque sua mãe lhe pedirá para ajudar a coitadinha da Featherington que não era tirada para uma valsa se quer – Debochava – Jamais demonstrei a ninguém que queria que se casasse comigo, que me cortejasse, sempre tive bem claro meu lugar... você mesmo sempre deixou claro que éramos amigos!
– Nós somos amigos! – Insistiu demonstrando sua falta de paciência.
– Um amigo não falaria aquelas palavras, nem mesmo se quisesse defender alguém... Foi cruel... Foi...
Penelope não pararia de argumentar, ela havia sido magoada, nenhum contra argumento que o rapaz desse, seria o suficiente para justificar a escolha equivocada de palavras que usara naquela noite. E ela não pararia de falar, não se não fosse interrompida, sem pensar, ele simplesmente se aproximou.
Nunca estiveram tão pertos assim, nem mesmo quando dançavam, Penelope já havia decorado em sua mente cada traço do rosto de Colin, talvez por isso divagava tanto pensando no cavalheiro que era, mas ele, por sua vez nunca reparara como os olhos dela buscavam por ele, o analisava sem julgamentos apenas como se quisesse entende-lo, seu rosto suave era levemente marcado por um avermelhado que mostrava quão envergonhada ou irritada estava. E os lábios, como nunca havia notado quão vermelhos eram, mesmo sem nenhum pigmento superficial, eram instigantes e convidativos. Ele sabia, bem no fundo, sabia que sua próxima ação lhe custaria ou lhe traria algo, só não entendia o que seria.
Quando os lábios de Colin calaram a voz de Penelope, naquele sofá enfrente a lareira, dentro daquela cabana de leitura, o mundo parecia ter parado em órbita, por poucos minutos, o frio e o calor se tornaram um misto, o arrepio lhe percorria a espinha na mesma medida que seu coração bombeava sangue. Não teria sido a primeira vez que Colin beijara alguém, mas nunca sentirá a mesma sensação antes, era inovador, uma sensação desconhecida, se surpreenderá tanto ao sentir logo por alguém que sempre conhecerá, alguém que lhe trazia a sensação de estar em casa, mesmo quando estava navegando a rumos distantes.
Quando apenas seus lábios se afastaram, levou poucos segundos para que abrissem os olhos e enfim se encarassem.
Penelope buscava o ar, as palavras lhe haviam fugido.
– Isso – Pigarreou – É... – Colin tentava falar.
A porta da cabana foi aberta e enfim, Eloise voltará com algumas toalhas, algo para que se cobrissem.
– Me agradeçam pois isso nos custou um favor considerável – Ela dizia entretida com o que carregava para dentro da cabana, quando enfim os olhara – Perdi algo? – Os olhares de Penelope e Colin eram de certo constrangimento.
– Hã? – Colin disse notando a presença da irmã, estava divagando perdido em seus pensamentos.
– Não... Não houve nada... Estamos com frio, apenas – Penelope respondeu sem conseguir encarar Eloise.
– Eu... Eu vou deixá-las a sós – Colin tentava fugir do próprio constrangimento, precisara se recompor, havia errado e agora seu erro era maior, mesmo que de certa forma não lhe parecia ter sido errado, de fato.
– Está frio lá fora Colin! – Eloise alertou
– Não faz mal, irei me despedir de Lady Danbury e avisar a nossa mãe que voltarei para casa...
– Lady Danbury nos convidou para passar a noite em alguns dos seus aposentos, procure um dos criados, é melhor que você se recolha do que pegar a estrada a esta hora, me escute uma vez na vida irmão – Como era boa em argumentar, essa Bridgerton.
Colin concordou e saiu com uma toalha branca em volta de suas costas.
Eloise voltará seu olhar para Penelope, que por sus vez ainda encarava a porta fechada.
– Você está bem? – A jovem parecia preocupada.
– Está noite ficará marcada como mais uma humilhação para meu acervo... – Penelope por fim suspirou.
– Lady Whistledown poderia escrever esse evento como um grande arsenal de acontecimentos... – Brincou
– Eloise – Penelope a olhou – Não ouve uma só vez que eu não quisesse lhe dizer a verdade
– Eu sei – Se sentou ao lado da jovem
– Minha intenção nunca foi te humilhar... Mas a rainha suspeitava de você e eu tinha que fazer algo... Não posso mentir, eu pensei muito e sabia o que estava fazendo, mas tentei lhe proteger e não havia outra forma a não ser revelando algo íntimo, sei que parece egoísta, mas não poderia deixar que todo meu trabalho fosse simplesmente interrompido e pior... Que colocasse você em apuros, por simplesmente demonstrar minhas opiniões
– Você tem opiniões extremamente incisivas e específicas...
– A sociedade Londrina não costuma dar atenção a bajulações... Por favor Eloise... Você mesma adorava Lady Whistledown por considera-la a frente de nosso tempo, de ser audaz por ter uma opinião formada – Tentava ser positiva
– Você teve certa razão... Quando disse que pelo menos havia feito algo... Mesmo que de certa forma tenha me magoado e que tenha escondido de mim...
– Eloise – Indagou
– Deixe me terminar... – A jovem buscava palavras – Nós duas já desferimos palavras cruéis o suficiente, uma a outra e... Eu te conheço uma vida toda, praticamente, e mesmo que tenha me magoado me escondendo seu segredo, eu entendo o que quis dizer, entendo que a coluna é algo que te instiga, que lhe dá voz embora na realidade sejamos muito silenciadas, eu entendo que a maioria dos comentários sobre minha família não fora para nos atingir, ou denegrir, é o seu trabalho fazer com que a informação siga a diante, mesmo que eu não goste disso, eu posso respeitar, porque pude perceber o quanto nosso afastamento não é nem de perto uma razão plausível para perder uma amizade de longa data, e pude constatar isso, pois pouquíssimas pessoas sabem que você não sabe nadar... – A olhou – Você me confidenciou isso quando ainda éramos duas meninas, e eu nunca esqueci, quando você sumiu na água do lago eu tive medo, senti um pavor de perder sua amizade para sempre e que minhas últimas palavras tivessem sido tão duras, tão maldosas – Uma lágrima escapou mas logo fora secada.
– El...– Penelope disse tentando não chorar – Me perdoe...
– Isso ficou no passado – Tentou sorrir – Senti sua falta Pen... Ou Lady Whistledown... De fato terei que me acostumar com isso – Riu.
Penelope chorava e ria ao mesmo tempo, era bom estar se reconciliando com sua amiga
– Eu disse coisas horríveis... Você ainda fará grandes feito... Minhas palavras eram de mágoa, não eram e nunca foram o que eu realmente penso sobre você, mesmo que eu não concorde com seus pensamentos totalmente, nós somos amigas, somos confidentes – Segurava a mão da jovem – Ficaria honrada... Melhor dizendo, ficaria agradecida se pudéssemos retomar nossa amizade, sinto sua falta El – Sorriu.
Eloise concordou.
– Nos ficaremos bem... Agora...Devo confessar, você me surpreendeu, sem vestidos amarelos – Sorriu
– Rasguei todos eles na noite do baile de minha mãe... fui repreendida, mas valeu a pena, mesmo que agora eu pareça um pato encharcado – Riu da situação – creio que as únicas que notaram essa mudança, seja sua Lady Danbury, Lady Violet, Lady Sharma e a Srta Edwina... E você claro – concluiu com um olhar entristecido. – Nenhum cavalheiro se quer deva ter notado...
– Pen, me diga, o que houve aqui? Digo, quando entrei por aquela porta você e Colin pareciam tão assustados, como se tivesse lhes acontecido algo – Questionou.
Penelope arqueou as sobrancelhas, por alguns minutos havia se esquecido o que tinha acontecido com o jovem Bridgerton.
– É... Nós... – Ela apertava as mãos enquanto tentava encontrar as palavras certas.
Eloise desvendou o constrangimento da amiga, estava escrito nos gestos dela, era óbvio.
– Se beijaram! – Afirmou – Céus... É isso não é, vocês se beijaram... Pen – Constatou animada.
– Eloise não precisa anunciar para os quatro cantos! – Tentou repreende-la, envergonhada – Ainda não entendi o que foi aquilo... Nós estamos discordando da opinião um do outro...
– Discutiam – Completou
– Sim! E o Colin... Ele... – Penelope se lembrava da cena
– Ele tomou a iniciativa! – Constatou – Meu irmão é um devasso
– Ele parecia arrependido – Abaixou o olhar entristecida – Tenho quase certeza que iria se desculpar por tê-lo feito...
Eloise se deu conta, estava tão claro como o dia, os sentimentos de Penelope pareciam estampar o ar em sua volta.
– Pen... Você tem sentimentos pelo meu irmão – Eloise não perguntou, apenas concluiu.
Penelope não conseguia se quer olhar para sua amiga, sentia um misto de sentimentos, o que teria sido aquilo... céus teria sido o seu primeiro beijo e fora justamente naquelas condições, eles estavam discutindo e o mais importante, ele teria sido cruel se referindo a ela daquela forma, meses atrás.
– Estou certa, não estou? – Eloise a olhara
– El... eu – Penelope tentava olhar para ela – Me perdoe – Sem que pudesse se controlar, suas lágrimas escaparam.
– Por sentir? – Segurara a mão de sua amiga – Oh Pen, não se desculpe por amar, ou sentir seja lá o que esteja sentindo por meu irmão... Mas... Não é de agora não é? – Concluiu – Agora está tão claro, como pude não perceber antes! – Secou as lágrimas do rosto de sua amiga.
– Ele não sente o mesmo – Seus lábios estavam trêmulos.
– Como pode afirmar isso? – Buscava resposta nos olhos de sua amiga – Ele te disse isso?... Colin é o um tonto!
– Não... Mas ele.. – Reconsiderou, mas não queria mais segredos entre elas – No baile de minha mãe, na temporada passada, eu... Eu ouvi seu irmão falar a todos que o acompanhavam em uma roda de conversa, que ele nunca, jamais cortejaria a mim – Concluiu entristecida – Isso deixa claro, não é? Ele não sente e nem nunca sentirá algo, o que houve aqui foi um erro...
– Oh Pen, meu irmão é um grande tolo – Levantou o rosto da amiga com as pontas dos dedos – Isso não muda o fato de que ele tenha te beijado e agora ..
– Não muda nada, El eu não pretendo forçar seu irmão a se casar – Engoliu a seco – Mesmo que isso tenha sido como um sonho para mim por muito tempo, o que houve aqui nesta noite, não sairá daqui e eu não pretendo voltar trocar uma só palavra com o Colin, irei esquecer este beijo e ele não deverá significar nada...
– Ele realmente te magoou, não é?
– Mais do que possa imaginar – Tentou sorrir para disfarçar
– Irei falar boas verdades a ele! – Parecia um tanto irritada
– Não! Não quero que tente me defender, eu já disse tudo que deveria para o seu irmão – Tocou o braço de sua amiga, em segurança – Obrigada El, senti falta da sua amizade, da sua preocupação constante – Sorriu.
– Não prometo que não direi nada a ele... Ele merece no mínimo escutar algo – confessou.
– El...
– Não Pen, ele é meu irmão, eu tenho todo direito de dar uns bons beliscões para ser muito sincera.
– Eu espero realmente que não faça nada – Abaixou o olhar – Pode me acompanhar para o salão? Quero avisar minha mãe que pretendo voltar para minha casa...
– Ah, mas você não precisa ir, Lady Danbury também convidou sua família para ficar está noite, pelo que entendi iremos embora amanhã ao entardecer – Arqueou as sobrancelhas – Mas se quiser, posso acompanhar até deu quarto, o que acha?
– Está bem, está noite já teve emoções suficiente – Concluiu.
– Lady Whistledown terá finalmente algo para comentar – Riu – Oh, eu não estou caçoando, não me olhe assim – Penelope franzia o cenho, buscando entender – Agora que fizemos as pazes, estou animada por ter Lady Whistledown como uma amiga, e curiosa para saber as opiniões dela – Sorriu.
– Isso nós ainda veremos, cara leitora – Penelope disse claramente, como se estivesse mostrando a sua amiga, sua face mais secreta.
Elas riram, como a tempos não faziam.
As jovens deixaram a cabana e seguiram juntas, para a casa Cambridge...
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Nada mais cruel que... Colin Bridgerton
FanficCaros leitores, fora muitíssimo tempo que estivemos afastados, mas está autora, não lhes pode afirmar seu retorno, apenas lhes escrevo, o que penso ser uma suposição do que pode nos aguardar está temporada... De fato teremos grandes emoções, e está...