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Prim. Prim. Prim.

   Um som de resmungo surgiu de seus lábios. Satoru se contorceu embaixo das cobertas enquanto girava e resmungava sobre ter apenas ‘mais alguns minutos’.

Silêncio.

   Ele não se lembrava de ter posto algum despertador.

Silêncio.

   Com os olhos arregalando rapidamente, Satoru levanta em um pulo. Seus pés se enroscando nos lençóis e o causando uma queda da cama que antes ele dormia.

Mas que-’

   O mesmo estava confuso quando retirou a cabeça de baixo dos cobertores, erguendo os olhos e observando o cubículo que ele considerava seu quarto quando estudava na Jujutsu Tech.

   Confusão era visível em seus traços enquanto ele tentava procurar algo fora do lugar, qualquer coisa que indicasse que isso era um sonho.

   Mas até o chiclete que ele colou no teto estava lá, algo que só ele sabia, nenhuma maldição conseguiria criar um domínio tão perfeito.

   E ele gostava de se gabar, sempre dizendo que não era fácil o mesmo ser enganado.

Mentira.

‘Sua hora não é agora, vamos fazer um pacto e mudar um pouco o futuro, o que você acha, Satoru Gojo?’

Um pacto, algo poderoso entre maldições.

   Apenas entre maldições. Algo que um feiticeiro nunca poderia fazer com outro feiticeiro.

Humanos não tem palavra.

   Mas ele tinha certeza que ela não era uma maldição, na verdade, ele não sentia energia amaldiçoada alguma vindo daquela mulher misteriosa.

   E pela segunda vez na vida, Satoru foi deixado no escuro, tendo mais perguntas do que respostas.

Onde ele estava?

Ele estava vivo?

Quem era ela?

   Ele não iria acreditar nas palavras dela, mas já era tarde para dizer isso, a lembrança era vivida em sua mente. O brilho que rodeou seu pulso quando a mão da mulher, ele apertou.

   De forma imperceptível, Satoru deslizou uma mão pela outra.

   Porque ele sentia que havia cometido o maior erro de sua vida?

Talvez o tivesse feito.

  Mas ele se importava o suficiente para questionar mais? Talvez não, talvez sim. Depende de até onde aquela mulher mentiu.

Toc. Toc.

   Duas batidas na porta foram o suficiente para cortar sua linha de pensamento.

   O platinado ergue uma sobrancelha em dúvida, pensando que mais alguém poderia estar preso neste domínio, mas foi quando ele sentiu.

   A energia amaldiçoada dessa pessoa era familiar, familiar o suficiente para o hipnotizar, o fazendo abrir a porta sem ao menos ele se lembrar de quando tocou na maçaneta.

E lá estava ele.

Seu primeiro erro.

Seu maior arrependimento.

   Ele nunca esqueceria aqueles olhos violetas. Mas algo parecia diferente. Ainda havia o mesmo brilho que ele se lembrava.

   Suguru parecia mais novo. Mais vivo.

ParadoxoOnde histórias criam vida. Descubra agora