Enquanto Hanni mostrava para Danielle tudo o que ela precisava saber, Haerin entrava no quarto de sua avó.
- Queria falar comigo, vovó?
- Sim! Venha até aqui - fez um gesto com a mão direita para ela se aproximar. - Como está sua noiva?
- Está bem, por que?
- Gostei muito dela - fez uma pausa. - Ela me parece ser uma mulher muito decidida no que quer.
- Ela é até demais - colocou as mãos na cintura. - Às vezes até me irrita.
- Se irritasse tanto não iria tão longe nessa história, iria? - se virou para olhar a neta.
Vovó Kang era uma senhora muito sabia, ela sempre pegava as coisas no ar, até as mais difíceis de serem desvendadas. Por saber disso, Haerin se perguntou se em algum momento das pouquíssimas horas que esteve junto de Danielle na frente dela, fez algo que a fizesse suspeitar que tudo aquilo não passava de uma farsa.
- O que quer dizer com isso, vovó? - Haerin se limitou a perguntar.
- Ninguém vai tão longe por alguém que não tem o mínimo de sentimento no coração - se aproximou da neta. - Sei que há bem mais nessa história do que estão contando e não me interessa saber os detalhes, pois já decidiram. Eu sou velha, mas não sou cega, minha neta.
- Vó... é... eu…
- Tudo bem, não tem que se explicar. - tirou algo do bolso de seu pijama e colocou na mão da mais nova. - Vai ser mais eficiente se ela tiver uma aliança de noivado no dedo. Essa era minha, vai trazer boa sorte para vocês.
- Co-Como? - olhou para a aliança que estava em sua mão e depois para a avó. - Vó…
- Entregue a ela amanhã na minha festa. Não sei como tudo isso começou, mas sinto que tinha que começar de algum jeito.
- Começar de algum jeito? - sua expressão era de completo embaraço.
- Seja gentil com ela, Haerin, uma pedra preciosa não é achada facilmente, tem que procurar muito entre tantas pedras que são descartáveis. Depois que você a acha, tem que lapidar para que ela se torne brilhante e de valor. Não é diferente com relacionamentos, seja ele de qualquer tipo - levou as mãos ao rosto da neta. - Nenhuma de vocês duas são descartáveis uma para outra, talvez só não tenham notado ainda. Então pense nas palavras de sua avó.
- Mas amanhã é seu aniversário, vovó. Não posso simplesmente anunciar que vou me casar e entregar essa aliança.
- Por que não? Já vivi 89 aniversários, mas um grande amor só se vive uma vez - começou a se afastar.
- Vó, mas nós não…
- Pense no que eu te disse e vai entender o que eu estou falando - sentou na cama. - Agora vá ficar com sua noiva. Tenho que ter o sono da beleza, para que eu esteja apresentável na minha festa amanhã.
Sua avó não era esfinge, mas adorava soltar alguns enigmas para os netos resolverem sozinhos.
Até um certo ponto da conversa Haerin compreendeu que vovó Kang sabia que as duas estavam mentindo, mas o que significou todo o resto? O que significava toda aquela metáfora com pedras preciosas? Ela ou Danielle eram pedras preciosas? Mais questões que seu cérebro teria que dar conta de achar uma resposta.
- Boa noite, vovó! - desejou depositando um beijo em sua cabeça.
Voltando para seu quarto, Haerin percebeu que Danielle não estava lá. Aproveitando a ausência da Marsh, guardou a aliança que havia ganhado pensando em como contaria a ela sobre o presente de sua avó e, ao que tudo indica, ela sabia que as duas estavam mentindo.
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A Proposta. ᵈᵃᵉʳᶦⁿ
Fanfiction[ EM REVISÃO ] Danielle Marsh é uma poderosa editora de livros que corre o risco de ser deportada para a Austrália, seu país natal. Para poder permanecer em Seul, ela diz estar noiva de Kang Haerin, sua assistente. A jovem aceita ajudá-la, mas impõe...