Meraki

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Chaeyoung's Pov

Meraki (V.): Fazer alguma coisa com a alma, criatividade ou amor.

- Quantos anos você acha que ela tem? - soltei a pergunta aleatoriamente enquanto caminhava com Dahyun de volta ao bloco de arquitetura de Harvard.

- Quem? - Perguntou de volta, sem entender de quem eu falava.

- A professora... - ela continuou me olhando sem entender. - Myoui Mina...

- Ah! - exclamou, como se agora entendesse do que eu falava.

- Em que mundo você tá? Só tivemos uma aula até agora e foi com Myoui Mina.

- Desculpe, eu estava totalmente pensando em outra coisa. Minha mente estava em outro lugar. - ela admitiu e pareceu sentir-se envergonhada, como se eu pudesse ler os seus pensamentos.Naquele caso eu realmente podia.

- Ou-tro-lu-gar-cha-ma-do-Sehun. - falei fingindo uma tosse, o que me rendeu um beliscão no braço.

- Ai!!

- Mas ele não é lindo de morrer? - Perguntou-me em um tom de súplica, quase como se estivesse implorando para eu também estar caidinha por ele, ® para que ela não se sentisse tão boba. Eu precisava concordar que Sehun era realmente muito bonito. Era lindo. Mas eu não me sentia caidinha por ele. Nem perto disso.

- Ele é realmente muito lindo. Dá pra entender porque está assim. - Comentei enquanto subíamos as escadas.

- Ele é quase um Deus! - ela exclamou, exagerando em todas as formas possíveis.
Ri de seu comportamento embaraçoso e lhe dei um tapinha no ombro.

- O lado bom de tudo isso é que ele vai ficar grudado em nós o semestre inteiro. Chance pra você é o que não vai faltar.

- Ué! - Dahyun exclamou, imitando um sotaque sulista. - Pra você também não.

- Acabo de repassar, oficialmente, todas as minhas chances para você. - Fingi colocar uma coroa na cabeça dela. Ela entrou na brincadeira e fingiu fazer reverência. Rimos juntas.
Era fácil estar com Dahyun. Ela era uma pessoa, em todos os sentidos, muito leve. Sua presença emanava pureza e divertimento. Nos conhecíamos a pouco menos de dois dias e as coisas eram tão fáceis que eu podia jurar que a havia conhecido a vida inteira.

- Não, sério... Você não está nenhum pouquinho interessada nele? - ela perguntou, agora em um tom mais sério, querendo uma resposta realmente sincera, sem tons de brincadeira.
- Seríssimo. Meu interesse nele é o mesmo interesse que tenho por uma porta. - Falei, observando de relance as portas das salas pelas quais passávamos, todas muito bonitas, com design moderno e ao mesmo tempo com um toque de antiguidade. Aquilo era de longe obra de algum arquiteto ou designer muito sensível ao mundo e genial. - Não, esperai
Eu tenho muito interesse em portas, mas em Sehun eu não tenho nenhum.

Dahyun soltou uma gargalhada muito alta, o que fez todos os alunos que estavam por ali, olharem para nós. Ela logo se recompôs e ignorou os olhares.

- Se ele for um cara egocêntrico e tivesse escutado seu comentário, teria mexido com o ego dele. - Ela assinalou. - Porque essa doeu até em mim.

- Ainda bem que ele não ouviu então...

- Eu tenho uma dúvida. - Dahyun disse, encostando-se de lado nas portas dos armários enquanto eu colocava o código que haviam me dado, no pequeno cadeado vermelho com o H de Harvard cravado nele.

- Qual? - perguntei, questionando-me mentalmente qual a necessidade de tantos números em um cadeado.

- Se Sehun, que é o supra sumo dos caras gatos não chama a sua atenção, que tipo de cara te atrai? - perguntou, olhando-me atentamente. Aquela pergunta me pegara desprevenida e talvez eu não tivesse deixado a chave cair se eu soubesse como respondê-la. Talvez eu não tivesse deixado meus livros caírem, se eu soubesse como respondê-la. Talvez eu não tivesse ficado tão desconsertada com a pergunta de Dahyun. Talvez eu ainda estivesse namorando Changbin, se eu soubesse como respondê-la. Talvez eu tivesse aceitado namorar algum cara que tivesse me pedido em namoro até aquele ponto, se eu soubesse como respondê-la. Talvez...

Wonderfall - MichaengOnde histórias criam vida. Descubra agora