Prieten

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Nayeon's Pov

Prieten (adj.): almas amigavelmente apaixonadas;
encanto fraternal.

- Se você não me considerar a melhor amiga do mundo depois disso, você poder ter certeza que você é a pessoa mais ingrata do mundo. - Eu disse, olhando meu cabelo pelo retrovisor do carro de Mina, enquanto estávamos parados no semáforo a caminho de Roxbury-Um, um dos bairros mais pobre de Boston.

- Eu já considero você a melhor amiga do mundo.
- a mulher ao meu lado respondeu, fitando o vazio à nossa frente. - De qualquer forma, você me odiaria se eu considerasse você a melhor amiga do mundo só porque está indo passar a virada do ano em uma festa de calouros.

- Provavelmente! - Exclamei, reconhecendo e saindo com o carro assim que o semáforo mudou para a cor verde. - Você tem que me considerar a melhor amiga do mundo por uma infinidade de outros motivos.

- Não precisa lista-los outra vez, Nayeon. - ela disse, com bom humor. - elas estão gravados no meu coração de tantas vezes que você já me fez escutar. - Mina colocou as duas mãos teatralmente sobre o peito e, pela primeira vez em quase um mês, eu vi um sorriso sincero em seu rosto. — E olhe que eu tenho uma enorme dificuldade em gravar coisas no coração. Você sabe que é meu prieten.

- Olha só quem está sorrindo... - observei em voz alta sem querer e logo calei-me, percebendo que a observação exposta faria minha amiga recuar. - Você é meu prieten também. Mina sorriu fraco e resignou-se ao silêncio, fazendo-me amaldiçoar a mim mesmo por não ter controlado a língua. Cruzou os braços e repousou a cabeça no encosto do banco do carro, enquanto fixava seu olhar em um horizonte perdido à nossa frente.

- Seu carro é muito confortável pra dirigir. - Falei assim que encontrei em minha mente um comentário verídico e que desviasse o assunto para qualquer outro.

- Assunto errado. - Mina falou, sem tirar os olhos do horizonte. - Falar sobre o meu carro não vai desviar a minha atenção dela. "Dela", queria dizer Chaeyoung.

- Me desculpe... - falei, finalmente observando a cor do semáforo mudar para verde e seguindo em direção à rua que procurávamos.

- Não é como se ela realmente tivesse saído da minha cabeça só porque eu ri de alguma coisa. - Mina disse em um tom ameno, ainda fitando a rua.

- Eu não entendo... - falei, fazendo a curva para a direita, aproveitando para olhar Mina.

- Não vamos discutir isso de novo, Nayeon. - Minha amiga falou usando um velho tom de desproteção que antigamente eu a ouvia usar com frequência, mas agora, raramente aparecia.

- Me desculpe, mas eu não consigo. - Falei, atenta aos nomes das ruas, para não perder o endereço.

- Você está triste assim há meses, Mina. Tudo por causa de uma pessoa que, pelo menos aparentemente, também quer você. Isso não faz o menor sentido na minha cabeça.

- Uma pessoa que é minha aluna... - ela começou a responder.

- Isso nunca foi um problema pra você. Desde o início disso, o fato de ela ser sua aluna não impediu você, então nem tente usar isso como desculpa. Não comigo. - Parei o carro, assim que avistei a casa que procurávamos, no acostamento, bem à frente do endereço. Mina suspirou pesadamente e desviou o olhar da rua para mim.

- Eu fui atrás dela, deixei meus sentimentos expostos, expliquei-lhe como minha cabeça funciona, deixei mais do que claro que a queria quando a chamei para sair novamente. - Mina disse, olhando-me fixamente. - E ela disse que achava melhor nao. — minha amiga disse e aquilo pareceu doer-lhe tanto que teve dificuldade em piscar, de forma que seus olhos se abriram e fecharam lentamente demais. - Foi a decisão dela e eu aceitei isso. Além do mais, você sabe que eu tenho muita dificuldade em lidar com sentimentos. Estou fazendo o que sei fazer. - ela disse.

Wonderfall - MichaengOnde histórias criam vida. Descubra agora