Prólogo

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- 17 anos de idade -

Noémia Detorri

Estar apaixonada pelo melhor amigo do meu irmão é uma merda, ele nunca olha para mim e sempre deixa claro que nunca vai me olhar como uma mulher e que para ele eu serei sempre como uma irmã. No princípio essas palavras me afetava tanto que já perdi as contas de quantas vezes  chorei por isso, mas agora já não sofro por isso mas pelo contrário, estou determinada a conquistar ele custe o que custar

Meu irmão viajou e eu fiquei apenas com os funcionários, ele disse que se acontecesse uma emergência eu tinha que ligar para o Lucas e decidi usar isso ao meu favor. Passei o dia todo elaborando um plano, tentei me jogar da escada, tentei me cortar, tentei me queimar mas no final de tudo não tive coragem de fazer nenhuma das coisas

Precisava que tudo parecesse real mas como não consigui fazer isso decidi fingir que estou mal. Coloquei uma cara de quem parece que está com muita dor e entrei na cozinha onde os funcionários estavam almoçando

— Mia querida, está tudo bem? - a governanta disse assim que me viu

— Ai Marta eu não estou bem, estou me sentindo muito mal - ela veio logo me segurando e percebeu que a minha temperatura está normal

— Não estás com febre, o que sentes menina? - conhecendo as minhas loucuras ela foi logo duvidando

— Meu estômago dói muito, uma dor insuportável, tia liga pro Lucas vir aqui por favor

— Não é necessário que ele venha, vou buscar seu comprimido e isso logo vai passar

— A senhora não se importa com... - não terminei de falar e baixei um pouco — aiii, está doendo muito por favor me ajudem

Marta se aproximou e logo os outros levantaram, para tudo parecer real me joguei no chão e fingi um desmaio. Ela sentou no chão me colocando no seu colo e passou a dar pequenos tapas no meu rosto. Como eu sou uma boa atriz não tive nenhuma reação e todo mundo pensou que era grave

— Marta deixa que eu a leve no quarto, o doutor António está aqui perto ligue para ele e depois liga para o senhor Lucas - Pedro o motorista me carregou e foi direto para o meu quarto

Ouvir que ligariam pro Lucas me deixou feliz e com a sensação de missão cumprida, sem me importar com o fato de que também ligariam pro doutor António. Pedro me colocou na cama e ouvi passos atrás dele sabendo de quem se trata

— O doutor acabou de chegar - o doutor António vive perto de casa e como ele só trabalha de noite chegou mais rápido que o flash — O senhor Lucas já está a caminho - pelo menos tinha o lado bom da história

O doutor fez algumas perguntas e antes que começasse a me examinar decidi abrir os olhos ou melhor acordar

— Matteo - falei baixo mas o suficiente para chamar atenção deles — Eu quero o meu irmão, cade o meu irmão - gritei e logo meus olhos se encheram de lágrimas

— Calma Mia, não avisei ao seu irmão porque essa viagem é importante e se ele soubesse largaria tudo para vir aqui - fiquei em silêncio e deixei o doutor me examinar

Ele me fez algumas perguntas e no final pediu que eu tomasse um comprimido para dor e me receitou um calmante para o caso de sentir muita dor. Achei atitude do doutor estranha, talvez ele soubesse que eu estava a fingir mas não disse nada, sem mais nada ele se despediu e foi embora. Fechei os olhos e fiquei pensando em cada loucura que eu faço só para ter o Lucas perto de mim mas não importa o que acontecer eu não vou desistir

Perdida em meus pensamentos não percebi o momento em que alguém entrou no meu quarto, ouvi passos de alguém se aproximando e continuei de olhos fechados. Depois que a pessoa se aproximou senti aquele cheiro que eu tanto amo e abri os olhos

— Lucas você veio - ele sentou do meu lado e passou a mão no meu rosto, senti um arrepio gostoso por todo corpo

— Princesa, como te sentes? - detesto ouvir ele me chamando de princesa, ele sempre me chamou desse jeito e eu simplesmente detesto

— Estou melhor agora, obrigada por vir me ver - me aproximei dele e o abracei

— Fiquei preocupado, és como uma irmã para mim e eu vou estar sempre aqui quando precisares

— Eu não sou tua irmã — gritei — Não sou e nunca serei tua irmã, eu amo você Lucas

— Já chega Noémia, não sei quantas vezes terei que repetir que nunca vai existir algo entre nós

— Casa comigo Lucas — falei e ele me olhou como se eu tivesse enlouquecido — Casa comigo e eu prometo que te farei o homem mais feliz do mundo

Lucas ficou parado por um bom tempo olhando para mim até que começou a rir e eu me senti tão mal por isso

— Eu nunca vou casar e ainda mais com uma criança como você — ele sempre diz que sou criança — Tenho 27 anos, existe uma grande diferença entre nós

— Eu não sou criança, faço 18 anos daqui a alguns meses, 10 anos de diferença não são nada quando se tem amor

— Pare de se iludir Noémia, eu não te amo desse jeito, nunca vou te olhar de outra maneira — ele olhou para mim — Serás para sempre a menina que eu vi crescer, descansa um pouco

Ele saiu e me deixou sozinha com o coração em pedaços, ele sempre fala isso para mim mas como explicar ao meu coração bobo que ele é um homem proibido. Eu amo ele demais e não vou abrir mão de ficar com ele.

Minha  Obsessão - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora