Poetinha Simplório

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Sou pobre em minha estrutura
Peito cansado é o meu
Aquilo que em mim doeu
Não demonstra minha bravura

A cada passo que dou
O cansaço me domina
Deve ser a minha sina
Ser a folha que voou

Se desperto, me entristeço
Em sono me entristeço também
Sem carinho de ninguém
De tristezas, eu padeço

Cada passo que caminho
Não me leva a nenhum lugar
Acho que devo parar
Pra não me furar em espinhos

Machuco meus pés imundos
Cansados de tanto andar
Não pauso meu caminhar
Nem por míseros segundos

Luto, embora não devo
Canto quando sinto dor
Quando estou sem voz, senhor
Pego o lápis e escrevo

Meus versos são tão simplistas
Minha escrita é tão pobre
Que não há nenhum só cobre
Pra eu contar nas minhas conquistas

Meu caderno de poemas
Tem as folhas recheadas
As árvores estão cansadas
De escutarem meus problemas

Sigo em vida chateado
Fadado a fracassar
Tudo isso só vai passar
Quando eu for sepultado.

Versando AtosOnde histórias criam vida. Descubra agora