Nada como fugir dos problemas

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- Acho que deveria limpar meu quarto amanhã... É seria uma boa ideia- murmurou Effie enquanto conversava com um de seus pôsters

Quando achou estar em paz naquela noite, a porta do seu quarto abre em um grande impulso

- EI! Maluca! Não tem geladeira em casa não? Vou bater a sua porta e aí...

Antes que pudesse continuar sua frase , Sheyla sua irmã mais velha, que grita um murmúrio qualquer, logo se assenta de forma bruta no pobre puff branco que já deveria ter se aposentado a anos, e continua:

- Escuta que tenho algo a dizer

Effie aceita a grosseria habitual da garota, e relaxa na ponta da cama, esperando o que vem a seguir

- Meu futuro está em jogo agora, falta meses para que eu vire oficialmente uma desempregada, o que me deixa em pânico, de certa forma não posso mais relaxar só porque sirvo cafezinho em uma empresa de renome- diz quase cochichando enquanto mechia nas postas do seu longo cabelo - Não posso fingir que está tudo bem, quando claramente me sinto de pernas para o ar, cara isso é muito louco! Não sei explicar o que está passando pela minha cabeça- continua a mais velha mais para si mesma do que para a irmã, jogando seu cabelo para trás, agora a olhando fixamente com seu olhos arredondados

Seu trejeito bruto mais bem inseguro sempre esteve presente, Effie sabe do medo do futuro que sua irmã semeia, e talvez tenha um pouco disso também. Desde que seu pai largou tudo para começar do zero em Portugal, elas o assistiram prosperar, enquanto sentiam na pele sua mãe decair

Qual lado o destino escreveu para elas?

Effie apenas observava o rosto expressivo da irmã, ela se abrir é algo raro, vê la mostrar um mísero fio de fragilidade é um evento único, ela sabe que apenas ouvir será um grande serviço

- Não é como seu eu quisesse que o pai se orgulhasse de mim por ficar tão bem sucedida quanto ele, pouco importa na verdade, única certeza que venho aceitando, e que preciso me desafiar! Parece loucura...Eu sei disso, mais não é tão louco como da vez que você descoloriu o cabelo todo escondido da mãe! - ela ri após ver a cara da irmã

Effie estava atônita, derrepente seu espanto derrete, e forma um sorriso desacreditado

- Em minha defesa esse foi meu presente de aniversário!-  e joga uma almofada na irmã- E eu nem acho isso tudo uma loucura

- Isso nem é uma defesa! sem contar que você ficou parecendo uma gema de ovo ambulante por uns 2 meses!- retribui a almofada

- Mais então o que você pensa em fazer?

- Vou ir pelo velho caminho da faculdade, queria ter mais tempo pra pensar, só que como o relógio não espera, peguei o único curso que eu olho e penso "vou sobreviver", então vou cursar desing gráfico, é algo que vem crescendo ainda mais ultimamente

-  Então você vai fazer prova para entrar em alguma facul daqui? Aqui nessa cidade deve ter umas quinhentas opções

- Que nada!- a morena revira os olhos- Não quero nada nesse lugar fedido a petróleo, aliás já passei em uma facul, fica em uma cidade recente por assim dizer, o prédio é pequeno comparado com os daqui, mais a experiência de ir ao mercado e não encontar 55 conhecidos já me encoraja bastante na real

- O que? Calma lá que foi muita coisa pra processar garota! Cidade nova? Como assim?

- Ai deixa de ser burra Clara, é Jundiaí, ela só não tem 1 bilhão de anos igual a grande São Paulo, já tá tudo milimetricamente planejado, deixa a parte chata para eu lidar com a dona Annelise

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