Lembranças Doces

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•Olivia

O sol brilha lá fora, convidando-nos a explorar um mundo além das paredes que nos cercam. Caleb parece mais descontraído hoje, uma mudança bem-vinda em sua habitual aura de tensão.

- O que você acha de irmos dar um passeio pela floresta?-
Ele sugere, um brilho travesso nos olhos.

Surpreendida por sua proposta inesperada, aceito de bom grado. Afinal, é uma chance de escapar da monotonia e criar memórias que não estejam envoltas em medo e incerteza.

Caminhamos lado a lado, deixando para trás as preocupações do presente enquanto nos aventuramos pelos bosques familiares da nossa infância. A brisa fresca acaricia nossos rostos, e o cantar dos pássaros nos envolve em uma serenata reconfortante.

De repente, uma imagem surge em minha mente, vívida e cativante: um flash de nossa infância, correndo descalços pela grama macia do quintal, rindo e brincando como se não houvesse amanhã.

- Você se lembra daquele verão, Caleb?- Pergunto, os olhos brilhando com a lembrança.

Ele sorri, uma expressão de nostalgia pintada em seu rosto.

- Como poderia esquecer? Foi um dos melhores momentos da minha vida.-

•Caleb Aaron

- Caleb-
Ela começa, sua voz suave quebrando o silêncio matinal.
- Posso te perguntar algo?-

Assinto, sentindo uma pontada de nervosismo se agitar dentro de mim. Não estou acostumado a abrir meu coração, mas algo me diz que ela merece uma resposta.

- Por que você mudou tanto, Caleb?-
Ela pergunta, seus olhos buscando os meus em busca de uma verdade que talvez eu não esteja pronto para enfrentar.

Respiro fundo, tentando encontrar as palavras certas para explicar o inexplicável.

- É complicado, Olivia. Muita coisa aconteceu desde que nos separamos, coisas que mudaram quem eu sou.-

Ela parece ponderar minhas palavras por um momento, antes de continuar.

- E por que você não fala sobre isso? Sobre o que aconteceu, sobre como você se sente?-

Uma sensação de desconforto se instala em meu peito, mas sei que não posso mais fugir da verdade.

- Porque é difícil, Olivia. É difícil encarar meus próprios demônios, admitir minhas fraquezas.-

Ela me olha com compaixão, uma expressão de entendimento pintada em seu rosto.

- Você não precisa enfrentar isso sozinho, Caleb. Estou aqui por você, se precisar.-

Suas palavras me atingem em cheio, uma onda de empatia, pela primeira vez, depois de tanto tempo, senti que poderia contar com alguém. Talvez, só talvez, não esteja tão sozinho quanto imaginava.

- Obrigado, por estar aqui, por me entender.-

Ela sorri, um sorriso suave e reconfortante que ilumina o meu mundo. E, naquele momento, percebo que talvez, só talvez, haja esperança para nós dois depois de tudo.

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