Capítulo 2

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Seu cansaço era tanto que já não conseguia distinguir as imagens que observava através da janela do carro. Se sentia perigosamente exausto e não via a hora de voltar para casa. Teve a sorte de conseguir um táxi silencioso hoje, às vezes se via com algum conversador e não estava no ânimo para se quer falar alguma coisa. Tinha acabado o seu terceiro dia naquele cassino e senti que não tinha futuro nenhum ali. Os clientes seguravam em si, o deixavam desconfortável, estavam todos bêbados e mesmo assim tinha que aguentar para não perder aquele emprego. Um suspiro cansado escapou de seus lábios, agravando a tontura em sua mente. 

Quando finalmente chegou em casa, pagou as pressas o motorista e correu para a cozinha  de casa, precisando urgentemente comer. Apesar de não ser nem de longe um dos seus piores trabalhos, a falta do medicamento que precisava estava embaralhando seu organismo e mesmo sabendo que não podia fazer suas tão sonhadas seis refeições por dia, era inevitável não se sentir morto de fome. Acabou decidindo que seria melhor preparar um ovo cozido, sem sal nem nada do tipo, afinal não tinha muito em casa, e na realidade havia ficado bem gostoso. Não foi o suficiente para acabar com a fome, mas pelo menos teria algo em seu organismo.

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Depois de comer ele finalmente tomou banho e deitou em sua cama apreensivo, estava com medo de começar a dormir e não parar mais mesmo sabendo que o dia amanhã seria igualmente cheio. Odiava ter que viver em torno dessa doença, não importava o que os médicos dissessem parecia não passar nunca e ainda nem tinha atingido seu auge, era exaustivo. E enquanto não pudesse resolver, teria que ficar ali, se debatendo na cama e sentindo como se todo seu corpo pudesse se desligar a qualquer momento e mesmo assim não querer que isso acontecesse. Uma ansiedade se instalava em seu peito todas as vezes que pensava sobre isso. Às vezes queria dormir, apenas para acordar em uma época onde ainda não teria tomado decisões tão ruins. 

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Já eram três horas da manhã quando resolveu que iria tentar dormir um pouco, até que se lembrou vagamente do cartão que havia recebido mais cedo. Não tinha certeza de que aquilo havia acontecido mesmo, mas a lembrança estava viva demais e por isso resolveu confirmar. Calmamente se levantou e andou através do piso gelado até chegar na calça na qual tinha usado mais cedo, conseguia claramente ver que tinha algo nos bolsos e sem exitar segurou o que estava dentro. Assim que retirou o objeto viu que era um cartão cinza muito elegante, no qual estava escrito um número de telefone de uma pessoa que nem imaginava quem era. Se sentindo um pouco confuso, resolveu que seria melhor anotar um lembrete no seu quadro para ligar nesse número pela manhã. 

Caminhou novamente até o lado da cama segurando o pequeno cartão sobre as mãos, e anotou em um quadro branco o número e um lembrete para ligar nele assim que acordasse. Feito isso o sono o atingiu de maneira que não tinha como mais evitar, por isso se deitou na cama e esperou que acordasse no horário certo amanhã. 

… 

As 18:30 do dia seguinte Naruto finalmente despertou, ainda sentindo um sono perturbador, mas que conseguiria aguentar até o final do turno. Pelo menos deveria tentar segurar seus impulsos para não cair na cama e dormir por mais no mínimo dez horas.

“Ainda tenho 1:30 para me arrumar”, pensou 

Alongou seu corpo sentindo todos os músculos das suas costas estalarem. A noite tinha sido péssima, cheia de sonhos estranhos e sem sentido dos quais não se lembrava praticamente de nenhum. O único que restava em sua memória foi um pequeno trecho onde um homem lhe entregava algo na saída do trabalho dizendo que deveria ser assistente de alguém, mas não conseguia ver nitidamente quem era. Talvez esse tivesse sido seu sonho mais normal naquele dia, por isso fez questão de anotar cada detalhe do que se lembrava em seu caderninho de sonhos e logo começou sua rotina. 

Gucci, baby - Narusasu/SasunaruOnde histórias criam vida. Descubra agora