Capítulo 3

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Leiam as notas finais ❤️

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Seis e trinta da manhã seu alarme já estava martelando na sua cabeça. Não sabia o porquê tinha achado que seria uma boa ideia abrir uma garrafa de whisky depois de seu banho especial na noite passada. Não se lembrava de nada depois do quarto copo, só conseguia rezar para que nem a Sarada, nem Itachi tenham visto naquele estado deplorável — mas muito divertido. Não era uma pessoa que tinha o costume de beber em situações não sociais, mas tentava sempre se lembrar de que era jovem e que deveria aproveitar a vida como tal. Talvez fosse um modo de sua mente compensar tudo o que havia perdido durante a adolescência, mesmo que não trocasse sua vida por nenhum momento de “curtição”, precisava saber que ainda poderia fazer tudo o que quisesse.
Com muito luto, finalmente conseguiu levantar da cama e se arrastou em direção ao banheiro para tomar uma ducha gelada muito bem vinda. Tirar a roupa foi fácil, afinal estava usando apenas uma cueca samba canção da qual nem se lembrava se era sua ou não — e também preferia não saber. Quando sentiu as gotas d'água por suas costas, percebeu como era revigorante e calmante, precisava daquilo para encarar mais um dia de trabalho. Ficou alguns bons minutos ali antes de finalmente conseguir sair, usando para se secar uma toalha preta que sempre mantinha ali ao lado do box do seu chuveiro. Em passos calmos, ele voltou para seu quarto observando a leve bagunça de lençóis que havia causado, mas resolveu ignorar e ir até seu closet para pegar uma de suas roupas pré separadas para o trabalho. Nesses momentos se lembrava das palavras de seu pai: “ter uma roupa pra cada dia da semana evita muita dor de cabeça”, era algo bobo mas que o fazia sorrir todas as manhãs enquanto se vestia.
Rapidamente já estava vestido, modéstia a parte a roupa caia perfeitamente sobre seu corpo era um colírio para os olhos. Escovou os fios de cabelo, que ainda pingavam algumas gotas de água, tomando bastante cuidado para esconder toda a lateral que raspava com certa frequência. Logo em seguida usou um spray com uma de suas fragrâncias favoritas, torta de limão — a mistura perfeita entre o doce e o cítrico — e passou por cada cantinho da roupa e atrás da nuca. Quando finalmente acabou, deixou o quarto com uma nota mental para si mesmo que deveria dar um jeito naquela bagunça mais tarde.
Trancou a porta do quarto e calmamente foi descendo as escadas. Ao longe conseguia ouvir um som sutil de passos a mais na sua casa. Se perguntou quem era, mas logo suas dúvidas foram respondidas ao ver uma senhora muito gentil parada próximo a mesa onde seu irmão e sua filha tomavam seu café da manhã.
— Oh, bom dia — cumprimentou a governanta que a alguns dias já não via em sua casa — você não tinha tirado uma licença? — disponibilizou a ela um sorriso simpático e chegou perto para apertar suas mãos calejadas por conta do trabalho pesado.
— Eu chamei ela. Você não tem noção de como o apartamento estava quando o pai da ChowChow me deixou aqui. O que você fez noite passada? — disse Sarada enquanto mastigava um sanduíche de manteiga de amendoim e geleia de goiabada que tinha sido preparado pelo tio aquela manhã, sinceramente não dava para dizer que era um dos mais gostosos que já havia comido.
— De todo jeito já estou indo embora. Tenha um ótimo dia, senhor Uchiha — disse a governanta sem deixar espaço para nenhuma dúvida por partes de Sasuke, já que logo em seguida saiu do apartamento com um sorriso amável e um pouco sacana entre os lábio o que deixou todos os presentes ali um tanto quanto confusos.
— Noite boa, ein — disse Itachi assim que o click da porta foi ouvido, indicando que não teria o perigo de ser ouvido do lado de fora no corredor.
Sasuke não respondeu de primeira, apenas se sentou sobre a mesa e serviu uma pequena xícara de café já com açúcar. Tinha uma vaga lembrança de ter chamado Suigetsu  para passar em casa, mas tinha total certeza de que não haviam feito nada, afinal um pouco de álcool não seria o suficiente para pôr em prova sua sexualidade. Apesar de admitir que talvez tivesse exagerado para um dia da semana, era bom se descontrair um pouco, além de que tinha que manter sua reputação de empreendedor estilo kugler*.
— Foi uma vez no mês que eu não tinha filha nem irmão, eu só chamei um amigo pra beber. Se puderem não me encher o saco, eu ia agradecer— proferiu finalmente calando os outros dois que estavam na mesa ainda se entreolhando com um ar de desconfiança,. Era nítido que ambos tinham muitas perguntas mas que também não seriam respondidas — Como foi a noite, Sarada? — desconversou enquanto servia uma pequena quantidade de café sem açúcar.
— Foi muito boa, na verdade. Apesar de termos passado a maior parte do tempo acabando aquele trabalho e não fazendo algo realmente divertido — disse a garota com um sorriso sem graça enquanto dava a última mordida no seu sanduíche dando graças a deus por ter acabado — Você vai me levar para a escola hoje? — perguntou ao pai
— Melhor que eu leve — Itachi interrompeu — seu pai vai ter uma reunião hoje com um possível secretário e é melhor ele agilizar o trabalho pela manhã. Não é? — tinha um tom levemente ácido na voz que não disfarçava seu ceticismo a situação.
— Não podia estar mais certo — Sasuke disse enquanto terminava de tomar sua xícara de café e já se levantava para ir ao trabalho — Eu vou agora, então tenham um ótimo dia! — se despediu dando um beijo na testa da filha e pegando seu celular, chaves e carteira para logo então sair pela porta da casa em direção ao corredor.
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O relógio já batia às oito horas da manhã quando finalmente conseguiu entrar em sua sala,  era impressionante a quantidade de vezes que teve de parar para dar os cumprimentos a algum desconhecido dentro de sua própria empresa. Felizmente a sala perfeitamente refrigerada e estampada com uma enorme vista da cidade, conseguia melhorar o humor de qualquer um. E hoje deveria mesmo estar alegre, afinal havia tido uma impressão maravilhosa daquele garoto

Eram uma e vinte da tarde quando finalmente conseguiu fazer seu corpo sair da cama. Quando acordava, seu primeiro pensamento sempre era de pânico, medo de ter acordado tarde demais. Mas, assim que olhou o relógio surrado pendurado sobre a cama, foi por pouco que não conseguiu conter um grito de felicidade ensurdecedor ao finalmente notar que não havia perdido a entrevista. Ele precisava urgentemente de um relógio.
Sem perder nem mais um minuto, se levantou para lavar seu rosto amassado e foi correndo até a cozinha tomar seu café da manhã — sem pão, já que havia comido o último na noite passada —  para finalmente saciar seu estômago faminto. Não demorou muito até estar debaixo do chuveiro, sentindo todas as gotas de água tão geladas que não iriam o fazer dormir mesmo que tentasse muito. Por último  vestiu a roupa pré selecionada na noite anterior para a entrevista de emprego, tomando todo cuidado do mundo para que não amassasse as peças, afinal não tinha nenhum passador.
Vendo que já estava tudo pronto, pegou sua humilde carteira e seu currículo— atualmente desatualizado por conta da demissão da noite passada —  que estava bem protegido em uma pasta laranja que tinha ganhado de presente, e deixou ambos bem separados em cima da velha mesa da sala antes de pegar seu quadro branco para ver se tinha deixado algo de fora de sua lista mental, precisava ser cauteloso  e não podia se dar ao luxo de esquecer nem um mínimo detalhe. Vendo que já estava tudo certo, resolveu que seria um bom momento para sair de casa já que assim poderia ir com mais calma no trânsito.
Pegou todas as coisas em cima da mesa, guardando a carteira no bolso traseiro, e saiu para o corredor do pequeno loft alugado, levando consigo o pequeno molho de chaves que foi usado para trancar a porta, sendo colocado junto da carteira logo em seguida. O prédio que morava era bem acabado sim. Infiltrações, rachaduras e até mesmo mofo, mas era o que podia pagar sem passar fome. Além de que, apesar do bairro pobre ele era lindo e muito bem cuidado pela vizinhança, ao ponto de ter até um telefone fixo em perfeito estado a duas quadras de seu condomínio. Uma coisa essencial para quem precisava pedir um táxi mas não tinha um telefone
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Faltando apenas cinco minutos para sua entrevista, Naruto finalmente conseguiu colocar os pés naquele monumento que era a U’s corp.  Era uma das construções mais lindas que já tinha visto, não parecia uma empresa pela quantidade de cor e vida que o ambiente emanava. Se sentia mais leve ao saber que talvez tivesse chance de trabalhar em um lugar daqueles e queria ter um pouco mais de tempo para olhar melhor cada cantinho que parecia ter sido minimamente trabalhado. Uma pena o motorista ter se enrolado tanto durante o trajeto, mas não poderia culpá-lo já que era sua primeira corrida e por isso nem fez questão da gorjeta — uma cortesia alta.
Entrou no prédio ainda encantado com a energia um tanto acolhedora que as paredes emanavam, mas sem deixar de se guiar para a  recepção que estava super bem localizada, e amostra com placas e cores. Uma garota gentil o abordou ao ver o loiro um pouco confuso pela novidade do ambiente. Naruto educadamente explicou que havia uma reunião com o diretor de marketing, uma entrevista de emprego para ser mais específico e sem perguntar mais nada,  ela o levou pessoalmente até uma sala que era o completo oposto do resto do prédio. A porta toda feita em carvalho escuro e adornada com alguns detalhes em prata deixava bem claro que o dono da sala tinha um gosto elegante e refinado, além da seriedade nítida.
A menina bateu duas vezes na porta e em seguida pode-se ouvir um “entre” vindo de uma voz masculina extremamente familiar lá de dentro. A garota gentilmente abriu a entrada e lá de dentro pode ver dois homens muito parecidos conversando, pareciam um pouco afobados mas talvez fosse só a sua impressão. Ambos tinham a pele pálida, cabelos e olhos escuros, mas um deles — que estava em pé — tinha um cabelo maior preso em um rabo baixo perfeitamente alinhado, além de um rosto sério e um tanto desgostoso.
Ninguém nada disse, mas um dos homens — o que estava sentado, imponente em sua cadeira presidente — fez um sinal para que deixasse o jovem entrar e assim foi feito. Naruto lentamente caminhou dentro da sala e despejou um sorriso tímido ao homem que estava de pé, logo vendo sua expressão se fechar de forma mínima fazendo com que o outro sorrisse minimamente quanto.
— Conversamos mais tarde — disse o emburrado um pouco antes de sair da sala batendo a porta com uma força desnecessária enquanto levava a garota consigo.
Todo o ambiente tinha sido decorado com tons de preto e os móveis com uma madeira escura muito parecida com a da porta. Uma das paredes era feita de vidro e dava uma visão linda de toda a cidade. Além da mesa com as cadeiras, também havia um sofá na cor preta e de modelo redondo que, além de deixar o ambiente bastante acolhedor, também combinava com o tapete que se estendia por toda a sala, sendo preto e muito macio. Para melhorar, tinha esse cheiro alucinante de torta de limão que definitivamente entraria nos sonhos do loiro pelas próximas noites.
— Pode se sentar — disse o homem enquanto apontava para o modesto par de cadeiras de couro que ficavam posicionadas de frente a sua mesa— Naruto Uzumaki, certo?

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⏰ Última atualização: Mar 09 ⏰

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Gucci, baby - Narusasu/SasunaruOnde histórias criam vida. Descubra agora