O Intrigante Homem-Aranha (The Intriguing Spider-Man) #1

Picada

O Intrigante Homem-Aranha (The Intriguing Spider-Man): A Picada

"Olá, eu sou Peter G. Parker! Eu sou esse garoto que tá correndo atrás do ônibus porque acordou atrasado de novo... E eu já sei que deveria dormir ao invés de estudar até tarde, mas eu tenho que estar pronto para as provas, certo?"

Peter não consegue alcançar o ônibus e cai de joelhos ofegante. - Meu coração vai parar de tanto que eu corri... Deu falta de ar aqui! Por que isso só acontece comigo?!

Peter vai a pé e chega muito atrasado à sua escola. Ele corre pelos corredores e esbarra em algumas pessoas que pareciam matar aula.

- Toma Cuidado, Parker! Não vê por onde anda?

Peter entra na sala e todos param de escrever para ver o garoto suado e ofegante à porta.

"Alguns me chamam de Pete, outros me chamam de Parker apenas... A maioria me chama de..."

- Quatro olhos! Chegou atrasado de novo, é? - Diz Flash, um garoto loiro, alto e com certeza muito mais fortes que Peter.

- Esse marica devia estar dando encima da Liz de novo. - Diziam alguns caras rindo de Flash.

- Como é? Esse panaca vai lamber o chão!

- Mas eu nunca...

A professora os interrompe. - Ok, ok... Chega de brigas na minha aula, se querem se matar feito animais, que façam lá fora depois da aula... E você Parker, já para a sua cadeira. Trate de não se atrasar novamente, e pegue o assunto com algum de seus colegas.

Peter caminha cabisbaixo em direção à sua carteira, arrumando seus óculos redondos e e segurando uns livros. - Como eu vou pegar essa droga de assunto se ninguém aqui fala comigo? - Murmura o garoto, chateado.

A aula acaba e Flash lhe dá uma surra na saída.
Peter leva chutes no estômago enquanto muitos da sala vêem sem fazer nada, outros tiram foto e riem do coitado que estava sem ar no chão.

- Tá curtindo isso aqui, seu bunda mole? Arruma sua própria gata, se é que é isso que tu curte. - Alguns soltam risadas e então um garoto aparece para salvar Peter.

- Que merda é essa, Flash? Deixa o garoto em paz!

- Oh, Harry! Acha que porque teu pai tem grana cê manda aqui?

- Exatamente. Acha que pode ganhar um processo judicial contra os meus advogados por agressão física? Quanto sua família tem para a indenização do meu amigo?

- Que merda...

A multidão se desfaz e Flash cai fora reclamando baixo.
Harry estende a mão para ajudar Peter a se levantar do chão, entretanto o rapaz recusa ajuda e tenta se erguer sozinho.

- Relaxa cara, eu tô ótimo... Obrigado por me salvar de novo. Já foram quantas vezes esse mês? 6?

- Quem sabe...

Peter se levanta com muito esforço e estava sujo com um pouco de sangue nos lábios, sobrancelha e testa.

- Qual desculpa cê vai dar dessa vez? Seus tios ficam preocupados... Eu não gosto de ter que confirmar as suas mentiras, Pete.

Eles andam pelo corredor em direção à saída.

- Eu preciso mentir, sabe como eles são. Vão ficar preocupados e vir fazer confusão aqui.

- E qual é o problema?

- Já te disse incontáveis vezes... Eu me sinto um peso por dar tanto trabalho à eles, não quero piorar tudo.

- Pete, cê sabe que eles não te vêem assim, né?

- Eles tem um coração puro demais pra achar que eu sou o problema, mas eu sei que sou.

- Eu discordaria, mas quem sou eu pra dizer que o gênio Peter Parker está errado em alguma dedução, não é mesmo?

Eles riem e Peter se despede do seu amigo, que entra numa limosine. - Certeza que não quer carona, Parker? - Pergunta Norman, pai de Harry.

- Relaxa aí, eu moro perto. Também vou ter que passar num lugar...

Peter vai até um laboratório alí perto, onde ele cumprimenta os seguranças e entra sem problemas. Peter entra numa sala e vê seu tio, Benjamin Parker...

- Pete! O que faz aqui? Não era para estar em casa? - Ben parecia feliz com a surpresa.

- É, eu acho que era sim... Mas tia May pediu pra eu trazer uma coisa... - Ele põe uma sacola de papel na mesa, onde uma aranha desce numa teia até o braço de Peter, se camuflando no casaco sem que ninguém percebesse.

- Outra vez? May é mesmo uma figura, sabe que eu amo as marmitas que ela prepara. Mas é raro ela fazer isso... O que deu nela?

- É sério que o senhor não se lembra, tio?

Ben o encara confuso tentando descobrir do que o garoto falava.

- É aniversário de casamento de vocês!

- O quê? Tá brincando!

- Tô mesmo - Peter diz rindo. - Ela só está testando umas receitas novas... Mas o aniversário de casamento é daqui a uns dias, então trate de se lembrar.

- O que eu faria se não fosse por você? Haha - Ben se senta e começa a comer a marmita que sua esposa lhe fizera.

- Então tio, no que tem trabalhado?

- Mutação genérica... Estamos tentando ver como alguns animais modificados se comportam quando expostos a raios de radiação. A pesquisa é para tentar criar super animais e talvez no futuro um humano capaz de coisas incríveis! Ah, e claro... Totalmente imune a exposição de certas radiações, o que pode facilitar numa viagem especial.

- Que incrível! Tá a quanto tempo nesse trabalho?

- Tem umas coisas que o governo não deixa eu dizer, mas tô nisso há um tempinho... Ficou interessado?

- Claro! - Ele estava deslumbrado e cheio de brilho nos olhos.

- Essa pesquisa tem como base uns trabalhos antigos de sua falecida mãe.

- Oh! Que maravilhoso! Isso é tipo um trabalho de família?

- Sim sim, por aí haha

O celular de Peter começa a tocar no bolso do casaco.

- Ah, espera um segundo tio, é a May...

- Claro, deve ser para você voltar.

Ao atender ele confirma que seu tio estava correto.

- Pois é tio, acertou em cheio... Tenho que ir! Eu te amo!

- Eu também amo você, Pete!

Peter sorri e corre para casa.
Ao sair do laboratório, sente um formigamento na mão, e quando ele olha para sua mão esquerda, vê uma aranha que estava a mordendo.

- O quê?!

Sua mão doía inexplicavelmente.

Peter tenta voltar ao laboratório, mas antes de raciocinar, ele sente um arrepio no corpo todo, de alguma forma ele "vê" tudo ao redor.

- O que é esse arrepio? - Por reflexo ele salta e desvia de um caminhão.

"Como... Como eu fiz isso? Eu saltei tão alto!"

Ao olhar para baixo, nota que ele está preso num prédio.

- Mas que p---

O som de uma moto que passava abafou a voz de Peter.

- Eu tô grudado na parede? Isso é coisa daquela aranha? O que tá rolando? São tantas... Dúvidas!

Peter escala as paredes e ao pegar num tijolo para subir, arranca metade do concreto do velho prédio abandonado. - Espera... Isso fui eu? Que força é essa? - O celular toca novamente. - Que droga! Eu realmente tenho que voltar pra casa... Melhor não falar pra ninguém quanto a isso... Se o bullying iria preocupar os meus tios, imagina essa joça!