terceiro cap.

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O relógio já marcava duas da manhã e eu precisava ao máximo que aquela noite não acabasse.

— Vamos ? — João perguntou chegando perto de mim.

— Ahhhhh, não — Falei meio embolado.

Sim, eu estava bebada.

As meninas já tinham também se entregado ao cansaço e estava apenas do meu grupinho eu ali em pé e dançando.

— Minha mãe falou que a Liz está acordando toda hora, deve ser por não ser você do lado dela..

— Amiga, hora de irmos ... já já uber não aceita viagem, você sabe que lá pra dentro é área de risco.

Eu comecei a chorar, eu tava realmente destruída pro dentro, eu já não tinha quase ninguém na vida e iria me mudar de cidade deixando pra trás as únicas pessoas que eu tinha.

— Juli, não chora. — Marcele me abraçou de lado.

— O que vai ser de mim lá só, eu, Liz e minha vó ...

Continuei me lamentando, até o uber das meninas chegarem e só ficar eu e o João.

O bar também já estava fechando e estávamos na porta, esperando o nosso uber quando eu senti o perfume que eu conhecia sem muita dificuldade.

Senti uma mão por dentro do meu cabelo e um forte puxão que me fez quase cair.

— Implora pra não morrer, vagabunda.

Com o puxão eu fiquei de frente para hoje o que era meu pesadelo.

— Solta ela ... — João gritou e um dos comparsas dele o segurou.

— Não faz nada com ele, seu problema é comigo.

Falei encarando ele e partindo também pra agredi-lo.

— Você é louca? Eu posso te matar. — Ele falou me segurando com força a ponto de me machucar.

— Eu não tenho medo de você Alex, nunca tive, minha vida você já destruiu.

Falei chorando, as poucas pessoas que tinham ao redor assistiam aquilo.

— Era tudo tão mais fácil se você tivesse abortado.

— Como você tem coragem de falar isso da tua filha? Você é um monstro. — Eu gritava histérica e partia pra cima dele.

— Ela não é minha, você sabe disso, não sei a quem você quer enganar ...

— Você é uma desgraça... — Esmurrei o peito dele.

E senti quando ele me segurou forte pelos braços e me jogou em uma parede, todos olhavam, mas ninguém tinha coragem de se meter, apenas o João gritava junto comigo pedindo ajuda e socorro.

— Você era pra andar na linha, mulher do dono da porra toda, mas você não, você queria meter o louco, ser igual, andar igual, fazer a mesma coisa que homem faz...

A cada palavra que ele falava ele me deferia tapas, socos, puxões de cabelo e eu mesmo que com uma força beeeem menor que a dele tentava fazer o mesmo.

Ouvimos o barulho do giroflex da polícia o que fez ele me jogar pro lado e correr junto com os comparsas dele pro carro e meter o pé.

Eu só sabia chorar, o João me abraçou e eu apoiei meu corpo ao dele, o canto na minha boca estava sagrando, no meu corpo com certeza amanhã teria vários hematomas.

Uma das meninas que trabalhavam no bar me deu um copo d'água e perguntou se eu queria que chamasse a polícia ou algo do tipo.

— Não não, eu vou pra casa. — Falei chorando, limpando com um guardanapo o canto da boca que estava machucado.

Cigana | GB10Onde histórias criam vida. Descubra agora