O relógio já marcava duas da manhã e eu precisava ao máximo que aquela noite não acabasse.
— Vamos ? — João perguntou chegando perto de mim.
— Ahhhhh, não — Falei meio embolado.
Sim, eu estava bebada.
As meninas já tinham também se entregado ao cansaço e estava apenas do meu grupinho eu ali em pé e dançando.
— Minha mãe falou que a Liz está acordando toda hora, deve ser por não ser você do lado dela..
— Amiga, hora de irmos ... já já uber não aceita viagem, você sabe que lá pra dentro é área de risco.
Eu comecei a chorar, eu tava realmente destruída pro dentro, eu já não tinha quase ninguém na vida e iria me mudar de cidade deixando pra trás as únicas pessoas que eu tinha.
— Juli, não chora. — Marcele me abraçou de lado.
— O que vai ser de mim lá só, eu, Liz e minha vó ...
Continuei me lamentando, até o uber das meninas chegarem e só ficar eu e o João.
O bar também já estava fechando e estávamos na porta, esperando o nosso uber quando eu senti o perfume que eu conhecia sem muita dificuldade.
Senti uma mão por dentro do meu cabelo e um forte puxão que me fez quase cair.
— Implora pra não morrer, vagabunda.
Com o puxão eu fiquei de frente para hoje o que era meu pesadelo.
— Solta ela ... — João gritou e um dos comparsas dele o segurou.
— Não faz nada com ele, seu problema é comigo.
Falei encarando ele e partindo também pra agredi-lo.
— Você é louca? Eu posso te matar. — Ele falou me segurando com força a ponto de me machucar.
— Eu não tenho medo de você Alex, nunca tive, minha vida você já destruiu.
Falei chorando, as poucas pessoas que tinham ao redor assistiam aquilo.
— Era tudo tão mais fácil se você tivesse abortado.
— Como você tem coragem de falar isso da tua filha? Você é um monstro. — Eu gritava histérica e partia pra cima dele.
— Ela não é minha, você sabe disso, não sei a quem você quer enganar ...
— Você é uma desgraça... — Esmurrei o peito dele.
E senti quando ele me segurou forte pelos braços e me jogou em uma parede, todos olhavam, mas ninguém tinha coragem de se meter, apenas o João gritava junto comigo pedindo ajuda e socorro.
— Você era pra andar na linha, mulher do dono da porra toda, mas você não, você queria meter o louco, ser igual, andar igual, fazer a mesma coisa que homem faz...
A cada palavra que ele falava ele me deferia tapas, socos, puxões de cabelo e eu mesmo que com uma força beeeem menor que a dele tentava fazer o mesmo.
Ouvimos o barulho do giroflex da polícia o que fez ele me jogar pro lado e correr junto com os comparsas dele pro carro e meter o pé.
Eu só sabia chorar, o João me abraçou e eu apoiei meu corpo ao dele, o canto na minha boca estava sagrando, no meu corpo com certeza amanhã teria vários hematomas.
Uma das meninas que trabalhavam no bar me deu um copo d'água e perguntou se eu queria que chamasse a polícia ou algo do tipo.
— Não não, eu vou pra casa. — Falei chorando, limpando com um guardanapo o canto da boca que estava machucado.
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Cigana | GB10
FanfictionAlgumas coisas o tempo não cura Você não mensura o bem que você me faz Cigana, você me olha Sempre pede pra eu assumir o controle do leme Me chama pelo nome, prestes a chegar lá Sempre tem fome, eu tento acompanhar Na abstinência, eu digo: Paciência...