Capítulo 14 - Aventuras Ilegais

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"O Rio de Janeiro continua lindo" 

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"O Rio de Janeiro continua lindo" 

Eu queria poder eternizar esse momento em uma foto, em um filme, em um microchip, sei lá, e reproduzi-lo infinitas vezes depois, sem nunca cansar de revivê-la. Mas nem um delas seria suficiente para armazenar a quantidade de sensações que meu primeiro beijo na chuva causa dentro de mim. Lauren, meu anjo, que caiu do céu na minha frente em um dia como esse, preenche todos os pequenos buracos em minha vida, que foram deixados abertos ao longo de meus quase trinta anos, calafetando-os com sua bondade despretensiosa.

Cada gesto dela para mim, ou para os outros, só me torna mais apaixonada por ela, mesmo que eu saiba que Lauren não tenha intenção de me conquistar. Apenas seu sorriso de menina já é capaz de descompassar meu coração. Como não me render completamente à tamanha gentileza, oferecida de maneira natural e com o coração puro? Fico dividida entre a pressa que esse amor tem de viver o momento intensamente, engolindo de uma vez até a última gota, e a minha racionalidade, que me lembra a todo instante que preciso ir mais devagar.

Eu não quero que o tempo que tenho com Lauren acabe logo, por isso, fico tentada a prolongar nossa estadia em Curitiba, na cama do hotel onde estamos hospedadas, e na qual transamos até o sol raiar. Vê-lo nascer da janela enorme do quarto, aquecendo preguiçosamente nossas peles nuas e enroscadas, redefine a palavra perfeição.

— Ainda está acordada, linda menina? — Lauren sussurra, com aquele sotaque mineirinho delicioso de escutar.

— Estou, anjo, fiquei vendo o amanhecer.

Ela me aperta mais em seus braços, respirando fundo o perfume de meus cabelos.

— Eu estou preocupada com a fortuna que vamos gastar para tirar o conversível do pátio da polícia.

Entre tantas coisas que Lauren podia me dizer nesse instante mágico, ela simplesmente escolhe a única capaz de quebrar todo o encanto. Eu realmente não ligo para o dinheiro, mesmo que cada centavo gasto depois seja revertido em doações, como acordamos. Consumir despreocupadamente é até uma coisa boa, nesse caso. O que me dói mesmo é meu lindo Porsche estar apreendido e eu não poder mais pilotá-lo por causa de uma burrada sem tamanho que cometi. Então, para quê tirá-lo de lá? Só para me deixar com vontade?

Fico chateada e com gana de mandá-la calar a boca e dormir de uma vez, mas não o faço.
Meu anjo é uma garota certinha e, entre tantas qualidades que ela possui, essa é uma que eu admiro e respeito.

— Vou resolver isso assim que eu acordar — digo por dizer, desanimada.

— Eu te ajudo. Acho que antes de irmos para o próximo destino, é melhor voltarmos à Brasília e colocarmos tudo em ordem pessoalmente.

— Está bem, Lauren. — Fecho os olhos e decido dormir. O silêncio dura somente o tempo do meu suspiro.

— Uai, o que foi, linda menina? — Ela já me conhece tanto assim que percebeu a mudança em meu humor?

Eu Sempre - Camren (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora