Em um cenário sombrio, Mavis e Will vagam pelas trilhas obscuras de suas vidas, marcadas pelos traumas deixados por famílias disfuncionais. Mavis, uma estudante de artes com a alma dilacerada, destila sua dor em desenhos e pinturas, transformando a...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Estou exercitando demônios, estou correndo pelo quarteirão agora Queda de localização, agora Pedale até o chão como se você estivesse fugindo da polícia agora Oh, que policial Você escolheu uma dança com o diabo e teve sorte SWIM - CHASE ATLANTIC
MAVIS JONES
A sensação de pânico se apoderou de mim quando finalmente percebi a gravidade da situação. O ar escapava dos meus pulmões, uma sensação de opressão sufocante se espalhando pelo meu corpo. Cada batida do meu coração ecoava como um tambor ensurdecedor em meus ouvidos, enquanto eu lutava desesperadamente por ar.
A escuridão ao meu redor parecia se fechar, como se o mundo estivesse desaparecendo diante dos meus olhos. A sensação de impotência era avassaladora, meu corpo tremendo com a certeza da morte iminente.
Em meio à luta agônica, uma vertigem se apoderou de mim, e a ideia de que poderia morrer naquele jardim sombrio tornou-se uma realidade assustadora. O gosto metálico da ansiedade invadiu minha boca, e minhas mãos instintivamente buscaram as de Will, tentando desesperadamente romper o aperto que me aprisionava.
Naquele momento de agonia, eu confrontei minha própria vulnerabilidade e a fragilidade da existência. A noite que começou com uma curiosidade inocente agora se transformara em uma experiência aterrorizante, onde a linha entre vida e morte tornou-se tão tênue quanto as sombras que nos cercavam.
Minhas mãos tocavam seu antebraço coberto pelo moletom preto, apertei com uma força que não sabia que tinha. Tentava puxar seu braço em busca de ar, podia sentir todo o meu sangue preso em meu rosto.
— Will… Você… — Minha voz saiu baixa, gastei meu último resquício de ar tentando pedir para que me soltasse e quando sentia minha mente ir para um mundo distante, sua mão cedeu.
Cai de joelhos no chão, machucado ambos pelas pedras. Minha mão seguiu caminho até minha garganta, que tossia freneticamente. Meu nariz, já não mais entupido, respirava todo o ar que podia, enchendo meus pulmões. Sentia meu peito doer conforme respirava e agradeci a todos os deuses pela dádiva de respirar novamente.
Minha visão estava turva graças aos meus olhos marejados e a tontura evidente. Ainda podia sentir a pressão da sua mão no meu pescoço, apesar dela já ter me abandonado. Aos poucos percebi recobrar a consciência que sequer reparei ter perdido.
Uma ira tomou conta do meu ser, a raiva tomou lugar de toda a curiosidade que estava sentindo e sem pensar duas vezes, peguei uma pedra entre meus joelhos e torci para que Will não estivesse reparando no que estava fazendo. Escondi a mesma nos meus punhos fechados com uma força sobre-humana, podia sentir o sangue daquele lugar sumir com tamanha pressão.
Buscando equilíbrio, levantei devagar e junto comigo, a mão que segurava o pedregulho parcialmente pesado. Quando já estava de pé, encarei firmemente o rosto de Will que tinha uma expressão vazia e um sorriso ridículo nos lábios. Enxergando tudo em vermelho e com uma determinação absurda, tentei acertar sua cabeça dando um passo à frente, mas, minha mão ficou suspensa no ar pela sua.