CAPÍTULO 42.

717 86 8
                                    

POV LUDMILLA OLIVEIRA

Depende? O que caralhos essa ruiva de farmácia queria dizer com esse depende? Senti o meu sangue esquentar mas respirei fundo, afinal, não daria um show aqui.

– Daphene, essa é a Ludmilla, minha namorada — Brunna nos apresentou — Ludmilla, essa é Daphene, uma amiga dos tempos de colégio — explicou, me fazendo assentir.

– É um prazer te conhecer, Ludmilla — apertou a minha mão — o pouco tempo que reencontrei Brunna, já ouvi muito de você — disse sorrindo.

É bom que tenha ouvido mesmo..

– O prazer é meu mas sinto não poder dizer o mesmo, não me lembro de já ter escutado o seu nome — fui sincera recebendo uma olhada de canto de olho da minha namorada.

Ué? Eu só estava sendo sincera, não sou mentirosa. Se eu realmente nunca ouvi falar sobre a moça, por que mentiria?

– Sério? — perguntou rindo — como você é falsa, Gonçalves — afirmou empurrando a minha namorada levemente pelos ombros — vai se juntar a nós? — perguntou voltando a sentar.

– Com certeza — afirmei ao sentar ao lado de Brunna.

Elas voltaram a conversar sobre coisas do tempo do colégio, ora ou outra eu até ria para não aparentar ser tão séria assim. Mas ainda assim, eu estava incomodada com a situação.

– Então, Ludmilla — Daphene me olhou — qual foi o segredo para conquistar a mulher mais hétero que eu conheci na adolescência? — questionou me fazendo olhá-la.

É sério? Isso lá é pergunta que se faça? Pelo amor de Deus, que mulherzinha hein..

– Bom, um segredo deixa de ser segredo a partir do momento em que compartilhamos ele — afirmei olhando-a, fazendo a mesma rir.

– Eu gostei dela — afirmou rindo ao apontar o garfo para mim.

Gostou de mim? Sinto em dizer que não compartilho do mesmo sentimento. Não gosto de pessoas que eu não conheço mas que tem a audácia de chamarem a minha namorada de bunduda gostosa.. aposto que a Juliana concorda comigo! Só nós duas temos esse direito..

– Eu até tentei, sabia? — disse ao olhar para Brunna — mas ela afirmava tanto ser hétero que uma hora eu cansei — afirmou fazendo Brunna rir e meu punho fechar.

– Eu só não tinha encontrado a mulher certa ainda — Brunna deu de ombros, tomando seu suco.

Eu preferi ignorar aquele tópico da conversa porque não tenho maturidade suficiente para lidar com isso..

Conversa vai, conversa vem, até que finalmente a tal Daphene resolveu ir embora, alegando que faria um passeio de barco com o noivo.

– Precisava ficar tão emburrada assim? — Brunna perguntou ao entrarmos no elevador.

– Quem está emburrada aqui? — devolvi a perguntar, revirando os olhos.

– Não seja tola, Ludmilla — me olhou — vi como você estava tratando a Daphene, não tinha a menor necessidade! — disse negando com a cabeça — por sorte, ela levou tudo na esportiva — afirmou me fazendo rir.

– Realmente ela leva tudo na esportiva, né? — olhei para ela — brinca tanto que poderia assumir um cargo de palhaça com total facilidade — afirmei saindo do elevador, sem me importar com o que Brunna resmungava atrás de mim.

Passei o cartão na porta, entrando logo em seguida no quarto.

– Eu não vou discutir com você por causa de um ciúmes idiota — disse me fazendo olhá-la.

Doutora.Onde histórias criam vida. Descubra agora