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Eu ainda estava em choque, surpreso demais.

Vossa Alteza nunca esteve tão só.

Uma pena que só nos dava sua graça enquanto fumava um cigarro. Pareciam almas gêmeas. Tão grudados...

— Jeongin.

— Sim, Príncipe?

— Venha aqui — chamou-me com um sinal.

Caminhei desconfiado, varrendo sem querer o caminho até estar próximo daquele homem elegante. Meus olhos piscaram pedindo que, por favor, dissesse logo o que queria.

Aquele olhar estranho... aqueles lábios vazios... Seungmin estava horripilante! Estava doente? Talvez tenha perdido a memória. 

Pobre Príncipe...

— Os cigarros acabaram, Vossa Alteza? — sussurrei.

Talvez fosse um segredo. Poderia ser até um descuido de outro criado que esquecera de comprar com os traficantes.

— Estou em busca de outro vício, Jeongin.

— Oh! — gritei de susto pela confissão. — Não fuma mais?

Ele negou com a cabeça e eu tapei a boca muito mais assustado. Espera. Isso é bom não é? Fumar é péssimo, fede e estraga o corpo. Pessoas de nome como Kim Seungmin eram bonitas demais para morrer nesse vício terrível.

— Isso é bom! Como posso lhe ajudar, Príncipe?

— Me encontre um novo vício.

Estreitei os olhos, perdido como nunca. Como eu poderia? Decidiu não fumar e agora eu devo substituir o vício?

Chocolates? Jogos de aposta? Coleção de pedras preciosas?

Não. Esse último ele já tinha.

— O que foi, Jeongin?

— Nada... — respondi rápido, me sentindo incapaz de ajudá-lo.

Afastei e comecei a varrer seu quarto sujo.

— Você ficou estranho — O Príncipe franziu o cenho e abandonou a cadeira chique. — Está tímido?

Droga, ele é tão mais alto e por isso se curvou, para conseguir observar meu rosto escondido fitando o chão.

— Vamos, Jeongin. Sei que pensou em algo interessante.

— Eu não poderia, Vossa Alteza...

—  Como não? Se estou lhe pedindo, claro que pode.

Eu parei de varrer e lhe encarei. Ele sorriu empolgado e apoiou as mãos nas cinturas. Um feixe de luz invadiu seu quarto e tocou o pingente de ouro e cornalina que prendia seu colarinho de seda.

— Bela jóia, Príncipe.

— Quer usar? — Ele abriu o alfinete de ouro.

Arregalei os olhos e me apressei a segurar o objeto em sua veste, prendendo a jóia novamente. 

— Eu não poderia, Vossa Alteza.

— Claro que poderia, Jeongin.

Terrível! Um príncipe terrível!

Como pode se tornar Rei se oferece as jóias pra um simples criado?

Seungmin precisa, urgentemente, amadurecer.

Mesmo com seu corpo forte demais. Mesmo com tanta seriedade e bondade. Mesmo que seus lábios estivessem pela primeira vez tão... livres.

— Pensou em algo interessante que possa substituir meu cigarro, Jeongin?

— Não pensei, Alteza.

Seungmin caminhou em círculos enquanto alisava o próprio queixo. Estava muito pensativo. De repente, interrompeu os passos e sorriu quando surgiu uma nova ideia.

— Qual seu sabor, Jeongin?

Prince & Cigarrets | SeungIn Onde histórias criam vida. Descubra agora