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Depois da brincadeira, um silêncio invadiu o quarto, cada uma se perdeu dentro de si por causa de seus próprios comentários.

- Acho que quando eu voltar para Seul, vou espalhar pela empresa que a toda poderosa editora chefe adora um cafuné de manhã - Haerin começou dizendo com seriedade. - Vou dizer que ela fica toda manhosa e que nem parece que é capaz de acabar com a vida de alguém só com o olhar.

- Você não se atreva, Haerin - Danielle a olhou com os olhos semicerrados.

- Vou falar que tive que ficar segurando na mão dela para ela andar de barco, pois estava tremendo de medo - continuou com seu devaneio.

- Haerin…

- Vou dizer também que eu acabei com a pose dela de durona - usando um pouco mais de força que usou das outras vezes, Danielle empurrou Haerin e isso a fez deslizar pelo colchão caindo no chão. A gargalhada de Haerin ecoou pelo ambiente. - Tudo bem, já entendi. Não direi nada sobre a minha chefe.

Por toda a parte da manhã, elas conversaram sobre muitas coisas aleatórias e riam uma da outra a cada coisa nova que descobriam. Pela primeira vez na vida desde que seus pais faleceram, Danielle se sentiu ouvida por alguém, por mais besta que fosse o assunto. Haerin escutava tudo atentamente e algumas vezes fazia algumas perguntas mostrando seu interesse pelo assunto.

A festa já tinha começado quando Haerin desceu do quarto arrumada. No ambiente tocava uma música chata e tranquila enquanto os convidados conversavam entre si. Ao ver mais de trinta pessoas perambulando pela casa, a Kang sentiu o nervosismo tomar conta de seu ser. Se o que ela estava sentindo fosse similar com o que noivos e noivas sentiam ao pedir seus companheiros em casamento, ela definitivamente não queria casar.

Depois de conversar com sua mãe e com sua avó, Haerin sentiu um cutucão vindo de Hanni que estava ao seu lado.

- Se você perder essa mulher, primeiro eu te bato e depois eu invisto - uma ruga nasceu na testa da Kang sem entender o comentário, e então apontou para a escada. - Você tirou a sorte grande, prima.

Com um impulso e um sorriso desajeitado do rosto, Haerin foi até a Marsh ajudá-la a descer os últimos degraus. Sem se conter, ela a olhou de cima a baixo e sorriu mais largo quando seus olhos se encontraram.

Não era nenhuma surpresa ver Danielle vestida impecavelmente, mas para Haerin, ela tinha extrapolado seu próprio nível de beleza. A Marsh usava um vestido vermelho de mangas cumpridas justo ao corpo, seu costumeiro salto, um batom vermelho passado de forma perfeita e cabelos soltos.

Quando se deu conta que avaliava demais sua chefe, Haerin soltou o ar do pulmão com um nervosismo impressionante.

Foi bem ali no meio de tantas pessoas, diante de sua família e no aniversário de sua avó que Haerin percebeu que estava rendida pelos encantos de Danielle. De mãos dadas, a Kang a encaminhava para perto de Hyein, Leeseo e Hanni, mas então foi parada no meio do caminho.

- Haerin! - uma senhora veio de encontro a ela, a abraçando. - Quanto tempo!

- Bastante tempo mesmo. - sorriu nervosa. - Essa é Danielle - apresentou a Marsh ao seu lado que apenas deu um sorriso.

- Como vai a vida em Seul? - perguntou curiosa.

- Bem, muito bem.

- Sua mãe sempre fala de você e que você é uma editora de livros. Eu sempre quis saber o que um editor de livros faz.

- Haerin não é editora de livros - a voz de Song Kang apareceu na conversa. - Danielle é a editora, Haerin é assistente dela. Por que não nos diz exatamente o que um editor de livros faz além de levar escritores para comer e beber em restaurantes caros?

A Proposta. ᵈᵃᵉʳᶦⁿOnde histórias criam vida. Descubra agora