Glances | FreenBecky

7. Primeiro encontro

Apesar de sua habitual inépcia perto de Freen, Becky conseguiu manter a calma durante a maior parte do encontro.

Houve algumas vezes em que ela se pegou olhando descaradamente para o decote de Freen. Começou a se sentir um pouco culpada por isso e tentou ser uma perfeita dama, mas então percebeu que havia uma boa possibilidade de Freen ter usado aquela camisa de propósito. E até a viu sorrindo para ela na quarta vez que a pegou olhando.

Freen levou Becky ao seu restaurante favorito na região.

Elas passaram a noite se conhecendo um pouco mais. Quanto mais Becky aprendia sobre ela, mais ela gostava de Freen. Meio que a assustou se apaixonar tão rapidamente por uma garota nessas circunstâncias. Talvez porque nunca tivesse estado nesta situação antes.

No primeiro encontro com a garota com quem ela já havia feito sexo por telefone, raramente houve um momento de silêncio entre elas durante todo o jantar. Trocaram histórias de sua adolescência e descobriram que cada uma tinha uma boa quantidade de histórias embaraçosas.

Freen deixou claro que sua história favorita de Becky era aquela em que Becky roubou o carro de seu pai quando ela tinha quatorze anos porque ouviu a garota por quem ela tinha uma queda, que por acaso estava no último ano do ensino médio e era a líder de torcida, falando sobre como ela nunca namoraria alguém sem um carro legal.

Acontece que o pai de Becky dirigia um belo Porsche e ela queria muito impressionar sua líder de torcida aparecendo com o Porsche no jogo de futebol. Apesar de Becky mal saber dirigir, muito menos dirigir com câmbio manual, ela conseguiu chegar ao campo de futebol. E por acaso parou bem ao lado de onde as líderes de torcida estavam reunidas antes do jogo. E sua paixão por acaso a viu quando saiu do carro.

Becky deu-lhe um sorriso arrogante enquanto casualmente jogava as chaves no ar e as pegava. Podia ver a garota olhando para seu carro, mas o que não viu foi o carro andando lentamente para trás. Ela havia estacionado em uma ladeira e não percebeu que precisava puxar o freio de mão. Ela e todas as líderes de torcida assistiram horrorizadas enquanto o carro ganhava impulso na descida. Becky o perseguiu, mas não antes que ele batesse de costas em um poste de luz. O que piorou foi que o impulso de Becky foi tão rápido que não conseguiu se conter quando o carro parou e ela acabou rolando para o capô. Então basicamente foi atropelada por um carro estacionado.

Becky ficou vermelha ao relembrar a história. Ela pensou que já tinha passado tempo suficiente para não ser mais constrangedor, mas estava errada. Pelo menos ela fez Freen rir. Que fez tudo valer a pena.

"Então o que aconteceu?" perguntou Freen entre suspiros.

"Todas as líderes de torcida vieram correndo ajudar. Sério. Eu estava deitada no capô do carro completamente atordoada e vi todas aquelas líderes de torcida gostosas correndo em minha direção. Eu estava tão fora de mim que era como se elas estivessem correndo em câmera lenta. Como uma cena de Baywatch. E estavam todas correndo em minha direção. Uma delas estava segurando minha cabeça para ter certeza de que eu não me machuquei gravemente e outras duas estavam tentando me ajudar."

"Então três líderes de torcida colocaram as mãos em você ao mesmo tempo", perguntou Freen, incrédula.

"Eu não poderia ter planejado melhor nem se tentasse."

"Eu acho que você poderia ter feito isso."

"Você está certa. Eu poderia ter feito isso. A líder de torcida que conquistou meu coração não era uma daquelas que me ajudaram. Ela acabou tirando fotos de todo o incidente e colocando-as no Facebook para todos verem."

"Isso é horrível." Becky riu.

"Na verdade não. Isso meio que me tornou uma lenda depois disso. Felizmente, não houve nenhum vídeo do acidente. Mas fotos das líderes de torcida em cima de mim? Certamente ajudou meu status de humilde garota gay. Quase valeu a pena ficar de castigo pelo resto do ano e ter que trabalhar em dois empregos de meio período para pagar os danos. Quase."