Existem momentos que são determinantes na nossa vida. Muitas vezes nem sequer percebemos o impacto que aquilo pode causar seja no mesmo instante ou no futuro, mas de alguma forma, aqueles segundos, minutos ou até horas, se tornam um fragmento impactante, capaz de transformar tudo.
É assim que eu me sinto hoje, tendo a plena noção da importância do que está para acontecer. Algumas pessoas podem até achar bobo a importância que estou dando para esse acontecimento, mas eu sinto como se algo tivesse nascendo para mim, uma pessoinha, uma relação, e isso é grandioso, isso é determinante.
Já fazem alguns dias que estou em SP, depois da final, precisei ficar uma semana no RJ e só depois conseguir voltar para Alegrette. Precisava organizar minha vida lá, resolver burocracias e principalmente ver minha familia para tentar matar um pouco da saudade antes de voltar.
Na semana que estive no RJ, Anny ainda ficou comigo dois dias depois da final, pudemos conversar, alinhar as coisas, decidir quais passos iriamos seguir, ela precisava voltar em paz, e eu ficar assim aqui também.E era isso que estava acontecendo, um passo a mais estava sendo dado hoje. Finalmente eu iria conhecer o Lucca, ou melhor, toquinho, como eu costumo chamar. Ela tem uns compromissos aqui em SP e ficaria uns 3 dias, como pegaria um fim de semana, ela decidiu que traria ele junto dela, e como eu ja estava com um apartamentos alugado aqui, insisti que eles ficassem comigo, não faria sentido pegar um hotel.
Eu estava ansioso, combinei de buscar os dois no Aeroporto e já estava quase na hora. Conferi se o quarto estava bem arrumado, se os brinquedos que comprei estavam em ordem, se todas as compras do mercado estavam na geladeira e fui em direção a garagem pegar o carro provisório que estava usando. Nunca vou me acostumar com esse trânsito caótico de SP, agora que estou com pressa parece pior que o de costume, nada anda, nada funciona.
Depois de uma hora que mais pareciam cinco, finalmente cheguei ao aeroporto. Olho os painéis e vejo que o voo de BH acabára de pousar, ainda sou parado por umas pessoas que me reconhecem e pedem foto, falo com todos e me despeço dizendo que estou estrasado. E então finalmente chegou ao portão de desembarque, esperando ansioso aqueles rostinhos aparecerem, um misto de sentimentos toma conta de mim. Emoção, ansiedade, amor, tantas vezes brincamos sobre isso isso na casa, as pessoas brincaram sobre também, e agora finalmente iria acontecer, eu iria encontrar o toquinho.
Avisto os dois vindo animados em minha direção, Anny comenta algo com lucca que vem correndo na minha direção, não consigo fazer nada além de dar um sorriso largo e me preparar para recebê-lo. Ele chega até mim e para me analisando, parece não saber muito o que fazer. Anny está logo atrás observando a gente, ela não interfere, e ele solta bem tímido sua primeira falar para mim. Duas palavras que fizeram meu coração transbordar.
-Oi, titio!
-Ei guri, você é muito lindo e fofo. O tio pode te dar um abraço?
Pergunto um pouco emocionado.- Sim. Responde tímido vindo em minha direção e me abraçando.
Um abraço tão fofo e puro, com aqueles bracinhos pequenos, um pouco desajeitados, um abraço sincero e com amor, aquele que só uma criança é capaz de dar. Talvez ele nem tivesse noção de quão forte aquele abraço era para mim.
- Meu deus que abraço forte, parece o Hulk.
- É purte eu como tudinho, né mamãe? Ele sorri convencido com o elogio que recebeu.
- Meus Deus, eu quero ficar forte assim também, acho que preciso comer mais.
Depois do nosso abraço e primeira Interação ele continua próximo de mim, então decido pegar ele no colo e seguir até a Anny que estava olhando para nós dois com um sorriso e brilho nos olhos.
-Ei meu bem, que saudade! Dou um selinho rápido e um abraço nela.
- Muitas saudades! Você está um gato em. Ela fala olhando me analisando e rindo.
-Todo pra você! Pisco pra ela.
-Então, vamos pra casa, tem muitos brinquedos para o toquinho.
Falo olhando pra ele, vendo arregalar os olhos e bater Palmas.-Ebaaa, presentes filho, que legal!.
Já no estacionamento eu vou guardando as bolsas no carro enquanto Anny acomoda ele numa cadeirinha improvisada que peguei emprestado com um amigo. Termino de ver se está tudo ok, e damos partida.
Fomos o caminho conversando sobre os últimos acontecimentos, sobre os nossos trabalhos da semana, hora ou outra eu inventava algo para falar com Lucca, perguntava sobre a escola, os amigos, desenho favorito, ele parecia bem a vontade ali e respondia animado.
Como estava engarrafado ele começou a ficar um pouco estressado, então Anny colocou uma música do patrulha canina para tocar.
A música tocava, Anny acompanhava ele e eu comecei a viajar nos pensamentos.Dentro do programa, todas as vezes que ela falava do filho, com aquele amor e carinho, não tinha como não imaginar se em algum momento eu estaria inserido naquilo. Muitas vezes imaginava como seria quando nos encontrássemos, como ele iria reagir, se eu ia conseguir me aproximar, isso era inevitável de pensar. Não sabia se ela realmente ia querer que eu fosse presente na vida dele, ou em que tempo isso iria acontecer. E agora parando para olhar esse cenário a minha volta, parece que tudo aqui se concretizou e dá maneira como deveria ser.
Cá estou eu, num carro, com a mulher que sou apaixonado do meu lado, com o filho dela no banco de trás contando uma música de desenho infantil super animados, e eu vendo isso só consigo sentir felicidade de poder estar fazendo parte disso. É, realmente me sentia em casa.
Continua...
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Toquinho - Manny
FanfictionE quando esse encontro finalmente acontecer. Como será? Vamos imaginar!