A Day Of Leisure

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  Há muito tempo eu tive que aprender que as nossas feridas se curam sozinhas e que por mais que tenhamos paciência, sempre seremos nós por nós mesmos. Essa sempre foi minha triste realidade, mas, agora, tendo tanta gente preocupada comigo, cuidando de mim e tratando-me como eu sempre quis ser tratada quando era criança... Por mais que seja estranho, é uma sensação muito acolhedora.

  — Você deve estar exausta. — Ryan, com a maior facilidade, abriu a porta de meu quarto e repousou-me na cama, o que me fez desejar seu corpo próximo ao meu, me fez querer seus braços rodeando meu corpo  e a sensação de seu toque próximo ao meu. — Imagino que queira fica sozinha.
  Ryan estava sentado ao meu lado, quando ele ia se levantar, agarrei firmemente sua mão e à trouxe para perto de mim.

  "Por favor, eu estou implorando. Mantenha seu corpo próximo ao meu. Eu estou com medo! Medo desse mundo sobrenatural, estranho! Eu não quero ficar sozinha, por favor!

  — Obrigada! — Saiu de uma forma seca, um olhar melancólico. Eu desejava que ele pudesse ler meus pensamentos, mas, o moreno a minha frente sorriu, e como um singelo gesto, deixou um beijo casto em minha cabeça.

  — Caso precise, estarei no meu quarto. — O lobisomem ia saindo do meu quarto. Ele parou em frente a porta do quarto, deu meia-volta e me encarou. — Boa noite, Bruxinha! — Ele piscou um daqueles olhos escuros e saiu, deixando-me sozinha naquele quarto: imenso e solitário.

  — Esse cara demorou muito para sair! — Aneres havia se materializado na poltrona de veludo vermelho que ficava próxima à sacada do quarto. Dei um pulo com o susto.

  — Não sabia que você podia sair da minha mente. — Respondi, encarando-a com uma das sobrancelhas arqueadas.

  — Eu sou um espírito ancestral, claro que posso estar dentro e fora de seu subconsciente a hora que eu bem entender. — Ela disse. Por conta do véu preto que sempre cobria seu rosto, nunca consegui ver seu rosto, mas, imaginei que ela estaria revirando os olhos ao falar.

  — Então, por qual motivo está aqui? O momento de perigo já passou. — Falei, o que fez o espírito bufar.

  — Antes, não havia motivo. Agora há! — Aneres materializou-se novamente, mas, desta vez, sentada à beira da cama. — Myrelle, esse foi o sinal que o mundo sobrenatural precisava.

  — Do quê está falando? — Me endireitei na cama, encarando aquele véu preto que cobria seu rosto.

  — Myrelle, numa altura dessas, todo o mundo mágico já deve saber da sua existência e devem estar à sua procura. — Aneres recitou um encantamento e fez com que vários livros e pergaminhos aparecessem em cima da escrivaninha.

  — Não tenho medo. Sei que os Granger's vão me proteger. — Falei determinada.

  Aneres me encarou por aquele véu com um olhar de deboche, dando a entender o recente ocorrido.

  — Ok! Se você pensa assim, tudo bem. — Aneres deu as costas pra mim e encarou o quarto. — Mas, saiba que o seu treinamento acaba de começar!
  Com um gesto de sua mão, Aneres fez com que aquela fumaça negra nos cercar-se, levando a nós duas para meu subconsciente.

  Andamos para sua cabana no meio daquela floresta sombria, onde paramos na porta de entrada da cabana.

  — Myrelle, eles estão lhe ensinando magia básica. Eu vou te ensinar, tanto feitiços de ataque quanto defesa. Esteja preparada!
  A Bruxa ergueu suas mãos para o alto e evocou uma esfera de energia sombria, lançando em minha direção.

  — Que comecem os jogos!

  ...

  Eu estava exausto!
  Minhas pernas doíam,
  Meus braços,
  Meu corpo inteiro!

Uma bruxa No Mundo Real - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora