Capítulo trinta e dois

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Sexta feira- 6h

Bella Hall

Meus olhos estão pesados, a última coisa que lembro é de estar na sala e agora acordei no banheiro, deitada no chão.

A sensação da droga já passou, e não consigo me arrepender de ter usado, eu precisava sair um pouco desse mundo merda, já ouvi dizer que se usar uma vez não consegue parar, mais eu vou parar de usar quando eu quiser.

Me levanto do chão e aproveito que estou no banheiro e tomo um banho, hoje começa o meu trabalho de novo, estava afastada do trabalho...ordem do psiquiatra, mais vou voltar hoje.

Enquanto me lavo, uma tristeza fria me domina, sinto que estou desmoronando e ninguém consegue me ajudar, nem eu.

Saio do chuveiro e ouço o toque do meu celular, um pensamento impostor me diz que pode ser Claire me ligando para dizer que seu trabalho está uma merda, ou contando algo enquanto tomamos café juntas, mais eu sei que ela nunca mais vai me ligar, e isso me faz chorar.

Atendo e seco as lágrimas, ouço a voz da minha mãe

—Bom dia bella, como está hoje ? - ela pergunta, faz questão de ligar todos os dias, deve ter medo de eu não atender e alguém me achar morta, foi isso que me tornei...uma bomba relógio.

—eu tô bem - nao estou bem porra nenhuma, mais ela não precisa saber

—Ah...ok então, fico feliz - mamãe boceja do outro lado da linha —Já tomou café da manhã?

—não, eu acabei de acordar, tava indo fazer isso agora - saio do meu quarto e vou até a cozinha, vestida apenas com meu roupão de banho

—Certo minha filha, coma algo ok? Não fique sem comer - ela está preocupada, sinto isso

—eu sei...vou comer. - respondo —eu vou desligar tá bom? eu te amo

—eu também te amo, tenha um bom trabalho e qualquer coisa me liga

—sim, beijo mãe -ela desliga logo depois

Preparo um pão com queijo e coloco na sanduícheira, não estou com fome alguma, mais sei que se não comer eu não vou aguentar um dia todo de trabalho 

Vou até meu quarto e troco de roupa, vestindo uma calça e uma camiseta de manga longa, apenas penteio o cabelo e volto para a cozinha

Como em silêncio, dingo se senta em cima da bancada e me olha comer

—você tem sua comida, mentirosinha - faço carinho no seu pescoço

•••

9:12h

Saio do apartamento e olho a rua, vejo Willian do outro lado da rua me olhando, ele está encostado em seu carro, provavelmente vai me seguir, e eu estou cansada dessa porra

Atravesso a rua, e vou na direção dele.

—eu tô cansada disso, para de me seguir, já chega ! - empurro seu peito, ele nem se move

—Você quer morrer ? - me pergunta —Usando drogas bella, acha que isso é a solução pra resolver o que você tá sentindo?

—para de me seguir, e não se meta na minha vida porra. - eu faço o que quiser

—Sinto muito, mais eu não vou parar de te seguir, e também não vou deixar você se matar aos poucos .

—eu não preciso da sua ajuda. - eu só quero desaparecer, meus olhos ardem e sei que estou prestes a chorar

Viro as costas, e tento andar mais ele me segura pelo braço

—Eu te levo - começo a chorar e não digo nada —Vem... - ele me oferece a mão

—não vou pegar na sua mão, não precisa dessa merda toda. - entro em seu carro, se chamar um táxi, vou me atrasar

—Tá - ele diz, entrando no carro também

Seco minhas lágrimas com a palma das minhas mãos e olho pela janela

—Sinto muito que você tenha perdido a Claire... - Willian me diz

—fica quieto. - me controlo para não chorar mais

—Tá bom - ele volta sua atenção na rua, e eu olho para o chão do carro

Vazio, é isso que sinto

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Danger lives in the nightOnde histórias criam vida. Descubra agora