NADA - PERPLEXIDADES DE UMA TÓXICA COMPULSIVA

SEIS

Foi ummomento de prazer. Era para ser apenas isso. Pedi que não me amasses. Além de nãomerecer tal coisa, fiz-te jurar que aquilo seria apenas uma ocorrênciamomentânea, e sim... tudo bem. Sei que me vais chamar de louca, mas me diz... comofaço para esquecer o gosto dos teus beijos? Como faço? Não posso ignorar todoesse desejo que arde aqui em baixo quando estou sozinha no quarto. Te vejo e tepenso em tudo, mil coisas tento mas nada ajuda. O combinado era apenas umanoite, porém, já lá vão três meses que eu acordo na tua cama, e das vezes queacordei na minha, foram contigo a me fazer companhia. Preciso domar esseespírito selvagem que me faz querer tirar a tua roupa independentemente dolugar, tua pulungunza é digna de respeito, mas isso não pode dominar-me, eu nãoposso depender de ninguém. Não consigo te esquecer, e o pior é que me dei contaque com meu próprio veneno envenenei-me. Não sou de me apegar, e desconheço arazão desse grude. Tenho de desaparecer, talvez mudar de cidade seja uma boaatitude, não posso render-me ao amor, sou fraca demais para suportar quandoisso virar dor. Não importa o quão lindo seja no início, eu sei (muito) bemcomo terminam os compromissos.