TRÊS

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Um faz-me ver borboletas de tanto amor dado, escrever poemas. Leva-me para sair, ouve-me, dá presentes e é presente, pois, sempre fui carente. Ele entende-me, ou (pelo menos) tenta. Ele esfria-me quando o meu mundo esquenta. Ele é muito fofo, eu amo isto, ele é a solução para os meus conflitos. Já o outro... o outro é um outro nível, uma outra realidade, faz-me viver coisas além da minha idade, fodemo-nos até nas ruas da cidade, com ele vivo vidas caras, algo mais louco que a vaidade. E na verdade, eles não podem existir ao mesmo tempo, ou coexistir no meu universo, no mesmo sítio, caso contrário não poderei solucionar esse conflito. Ambos são partes importantes do meu mundo, para a minha vida, para aquilo de que gosto e que me faz sentir bem. Mas eu não posso escolher apenas um, por isso hoje eu sou refém. Refém da forma que um me abraça e do jeito que outro tira a minha roupa. Sou apaixonada pela atenção que um me dá, mas eu amo o jeito que o outro faz – me deixa louca. Quem eu devo escolher? Quem o meu ego quer? É complicado demais (para mim) ter que escolher. Os dois fazem-me bem e gosto disso, acho que um dá o que o outro não consegue e isso deixa tudo equilibrado, eles são amáveis para mim. Um proporciona vida cara (quem não ama?) mas ele não consegue dar-me o carinho e a tranquilidade que o outro me dá. Até o escolheria, mas estou dividida e a morrer de dúvidas, preciso de ajuda. O dinheiro e vida cara complementam o amor, talvez devesse sacrificar-me, a verdade é que eu já não sei amar, por mais que eu tente. Sei também que isso é utopia. 

NADA - PERPLEXIDADES DE UMA TÓXICA COMPULSIVAOnde histórias criam vida. Descubra agora