Casamento Falido

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O sorriso largo ainda enfeitava o rosto de Emma, enquanto ela dirigia pelas ruas durante sua volta para casa. 

Sua mente girava em torno da descoberta daquela tarde e ela não poderia estar mais feliz. Emma não se importava muito com o sexo do bebê, pra falar a verdade. Mas, só o fato de poder dar um nome àquele ser que carregava em seu ventre, já era motivo o suficiente para deixá-la transbordando de felicidade e ansiedade. O quanto antes iria começar a pesquisar nomes. 

Por alguns segundos, sua mente desfocou daquela parte da sua consulta e passou a prestar mais atenção em uma outra parte bem específica. 

Os dedos de Regina tocando suas costas tinham deixado uma boa marca em Emma, sua mente acabara de lhe mostrar isso. A simples lembrança do ato, fez seus pelos se arrepiarem outra vez, na mesma intensidade de mais cedo. 

Um pequeno sorriso se formou em seus lábios e Emma sabia bem o que ele significava. 

Uma buzina a despertou de seus devaneios, fazendo Emma se lembrar de que deveria prestar bastante atenção no caminho. Por sorte, o trânsito já estava mais aceitável naquela hora do dia e isso ajudou a fazê-la chegar mais rápido. A fila de carros que se formava na entrada do Alphaville Residencial 4, a lembrava do quanto detestava viver ali. E não era pelo condomínio em si, mas por tudo que ele representava em sua vida. 

Emma dirigiu por mais quatro quadras até alcançar a Alameda onde ficava sua casa. Uma das últimas e que abrigava as casas mais sóbrias daquele residencial. Estacionou o carro ao lado do Renegade na garagem e respirou fundo antes de descer. Já imaginava que fosse encontrá-lo em casa, mas não estava realmente pensando nisso. Sua mente estava em outros lugares. 

Balançou a cabeça para espantar os pensamentos e se concentrar no que encontraria assim que atravessasse a porta. Peter estava atrás daquela porta, em algum lugar daquela casa e a esperava com todas as suas opiniões indesejadas. 

— Achei que te encontraria em casa quando chegasse — falou assim que avistou a cabeleira loira. 

— Eu tive uma consulta com a obstetra, avisei você pela manhã — Emma torcia para aquele assunto não se estender, mas ela tinha certeza de que Peter faria questão de fazê-lo. 

— Ah, claro! Agora faz sentido eu não lembrar! — um frio subiu pela coluna de Emma, lembrando-a da realidade que vivia.

Estava casada com Peter há quatro anos, mas estavam juntos há nove. E por um bom tempo, Emma amou aquele homem. Amou de verdade, mas conforme os anos foram passando e a carreira de Peter foi decolando, o relacionamento dos dois foi degringolando. Há muito não reconhecia mais a pessoa com quem dividia a casa e não sabia dizer em que momento que ele se perdeu. Se é que ele não havia apenas se escondido atrás de uma máscara por todo tempo que namoraram. 

Swan respirou fundo e caminhou até a cozinha, sabendo que logo ele estaria em seu encalço. Era sempre assim e o assunto era sempre o mesmo: ele não queria aquela gravidez. E além de não querer, parecia muito disposto a fazer Emma desistir dela também. 

— Já te falei que conheço algumas pessoas que podem te ajudar com o seu problema — manteve a água que acabara de beber em sua boca, evitando que uma resposta bem ruim saísse — Elas podem interromper isso, sem te machucar e ninguém irá saber. 

— Não existe uma realidade em que eu aceitaria sua proposta, Peter! — Emma deixou o copo usado na pia e virou de frente para seu marido — Eu já disse a você e vou repetir apenas mais uma vez: eu não irei interromper essa gravidez, queira você ou não. 

— Eu não quero esse bebê, Emma! 

— E ele não será seu, pode ficar tranquilo quanto a isso. 

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