Capítulo 25

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POR AURORA

É UM PESADELO E EU NÃO CONSIGO ACORDAR

Desde a trágica decisão de ir morar com Sang na Coreia, meu mundo ruiu

Agora são 07h da manhã e em meus cálculos fazem 28h que eu nem prego o olho, estou alucinada sem nem mesmo usar alguma coisa

 Sinto meu corpo quente e meu apetite é inexistente

Aqui estamos, eu, ele, os fardados, o piloto, o copiloto e 2 aeromoças....

Na minha miséria pessoal, me iludi na esperança que viajaríamos numa linha de aviação e eu veria gente e poderia por algum tempo não pensar nessa coisa toda

Ledo engano.

Como sempre, ele é surpreendentemente fodido e fretou um jatinho

As malas, nem quis saber, trouxe 4 enormes.

Eu trouxe tudo que podia e parecia que faltava mais alguma coisa... 

E eu sei que o que faltava...

Era caber na mala, o colo dos meus avós... a minha cama... o meu quarto... as risadas dos meus colegas... as minhas viagens... chorar e rir com a Mel...

O que faltava colocar na mala... Era justamente o que não viria comigo.

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Eu tenho dinheiro e amor próprio, eu tenho coragem e tenho força de vontade e tenho fé...

Isso é um mantra para mim agora, que isso vai passar e rápido...

Eu realmente quero acreditar e preciso...

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Não consigo nem pregar o olho, estou numa pressão psicológica terrível.

E o fardado que esteve ao lado de Sang o tempo todo, não para de olhar para mim e cada vez que passa por mim dá cada meio sorriso bem generoso e um pouco malicioso.

Isso deveria pelo menos me tirar um sorriso, mas...

Me sinto tonta...

Enjoada...

Irritada...

Devastada...

Desamparada...

É um misto de sentimento que se eu não me cuidar, uma depressão será minha companheira.].

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Hoje me vejo sem ninguém, nem mesmo o fardado que me casei...

Esse nem se quer olha para mim, está totalmente disperso e me arrastou pra cá.

Mesmo que eu não queira pensar, me bate uma certa curiosidade de como ele viveu esse TEMPO que ficamos separados...

Quantas mulheres ele esteve...

Se tem filho...

Casou...

Se conseguiu à tão sonhada patente ao qual ele me deixou...

Se continua sério e apático, de meio sorrisos...

Ou ele agora se soltou e criou asas que nem eu fiz...

Talvez eu nunca saiba, ou talvez amanhã eu saiba, tudo é incógnita para mim...

Acredito um pouco que também ele tenha incertezas...

Pensando se vamos morar juntos...

Continuaremos de onde paramos...

Como vamos começar a conversar...

Se vamos rir e tentar consertar o que quebrou...

Ou talvez, o que quebrou não tenha mais conserto...

São tantas dúvidas...

São tantas dores...

São tantas coisas que eu penso e em tudo que em nem queria pensar...

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Enquanto olho na janela e vejo tudo nublado, lembro que como aqui dentro é sufocante.

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Passa uma aeromoça fardada e oferece algo e eu mesmo estando faminta, me recuso a comer, não por birra, mas porque essa ansiedade está me deixando muito enjoada

Passamos por 2 turbulências desde que entramos aqui...

E eu calculando, não tem nem 2h que estou aqui dentro e já me sinto totalmente sufocada e com falta de ar.

Só em pensar que ainda ficarei aqui por muito tempo.

Eu me sinto encurralada, pois as palavras que meus avós me falaram antes de sair de casa foram muito fortes:

-Aurora não vai ser fácil lá, mas aqui muito menos, um Seo que nunca aceitou perder... Nunca ter nem tido você! Ia ser um inferno na sua vida! Então cuide-se! Não confie em todo mundo!

E com certeza, o olhar do Seo na reunião e quando ela foi encerrada, afirmaram muito do que meus avós falaram.

Mas agora, nem tenho o Sang... 

Deplorável essa situação.

Deplorável essa situação

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