Capítulo 26

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POR AURORA

Além de sentir a solidão, sinto meu corpo quente e fraco

Sinto que estou prestes à desabar, num enjoo e uma vontade enorme de vomitar, tento me levantar e não consigo e volto à me sentar

Vejo um Sang impassível, ao contrário do outro fardado que olha com certa preocupação pra mim, quando a aeromoça passa por mim, seguro seu braço e peço que me ajude à ir ao banheiro

Já no banheiro, a vontade de vomitar aumenta e o enjoo também, logo outra turbulência que me faz cair no vaso

E ao me vê nessa situação, totalmente sozinha, me abraço e assim deixo as lágrimas que segurei até agora serem liberadas

Não sei quanto tempo fiquei aqui, mas só abri meus olhos porque estavam forçando a porta

Não era bem a voz de Sang que eu ouvia, mas ao tentar me levantar... cai

E não sei se foi um baralho alto, mas ai o Sang talvez tenha saído do estado entorpecido dele e tenha notado a minha presença ou melhor a falta da minha presença lá

Eu respondi que estava bem, mas não acalmou ninguém

-Aurora a gente vai parar o avião para abastecer, então essa é a sua hora de sair daí e parar de fazer birra (Sang fala irritado)

Birra?

Sério?

Porra!

Isso machucou, ele não sabe que eu não gosto de fazer beicinho?

Talvez ele tenha esquecido, mas eu não me enfraqueci nesse tempo que ele me deixou...

Cada mudança que fiz... Moldou ainda mais meu caráter, me fez vê que sou audaciosa, astuta e corajosa.

Quando vou na porta e abro, três pares de olhos fixos em mim, ele tenta me tocar e eu me afasto e por estar fraca tropeço nos meus pés...

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Agora acordada, dentro dum quarto improvisado e tomando soro, ouço de longe uma discussão acalorada de Sang com alguém

Pode ser a língua que for, se falarem no meu nome eu identifico e agora possa escuta-lo sendo repetido várias vezes

Uma outra pessoa fala mais alto e os dois de antes se calam e quando estou tentando me levantar, eis que a porta se abre, um Sang com olhos assustados quer entrar e se aproximar, mas eu olho tão feio para ele que ele paralisa na porta

Eu realmente não o quero aqui, não agora, quando meu corpo dói, minha cabeça pesa...

Quando eu me sinto sozinha, mesmo ele sendo o único que amei, a presença dele, mas me irrita que me acalenta

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-Aurora (ele trava)

E eu grito -SAI

-Aurora (e vai se aproximando)

E assim como ele vai tentando se aproximar, eu vou tentando me levantar e como estou com soro numa mão, a mão livre não tem nenhum objeto próximo que eu possa jogar nele, eu simplesmente não o quero aqui, ele diz que é por birra, então que seja, ele pode pensar o que quiser

Ao me levantar, consigo ir até ele e fico gritando para ele sair e empurrando ele, quando ele está perto de sair, sinto a agulha sair do meu braço e foi só vê aquele pouquinho de sangue a tontura, o calafrio e a falta de ar vieram me fazer companhia.

Não sei, mas...

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As voltas que o mundo dá. Parte IOnde histórias criam vida. Descubra agora