Heaven's Fracture

versículo 1: arcanjo 🪽

Uzumaki Naruto mantinha os olhos azuis fixos na janela do trem no qual estava. A velocidade do meio de transporte, apesar de constante, ainda permitia que ele absorvesse com calma a beleza da paisagem que o cercava. O dia estava claro e límpido, poucas nuvens flutuavam no céu e a grama verde parecia brilhar ao toque do sol em suas folhas, mesmo sem sentir em sua pele, sabia que o vento também estaria fresco; afinal, era primavera, não podia ser diferente.

Estava viajando havia pouco mais de um dia, tinha tentado dormir durante a noite, contudo, devido à ansiedade, tirou apenas rápidos cochilos. Seu corpo ainda não reclamava do cansaço, mas sabia que, quando finalmente chegasse ao seu destino, sentiria o peso da falta de um sono decente tão logo fosse o momento de colocar a cabeça no travesseiro.

Restavam poucas horas de viagem e de acordo com o que tinha sido dito pelo responsável pela condução do trem, especulava-se que chegassem ao distrito que era sua última parada em mais ou menos três horas, próximo ao meio-dia. Procurando encurtar o tempo que ainda lhe restava sobre os trilhos, Naruto puxou a cortina escura para cobrir a janela e esconder a claridade, descansou a cabeça no encosto e fechou os olhos para tentar cochilar.

O Uzumaki acordou quando escutou a movimentação que vinha dos outros passageiros de sua ala. Afastando apenas uma brecha do tecido sobre o vidro, constatou que havia chegado à estação do seu destino. A percepção lhe fez sentir um breve frio na barriga, ao mesmo tempo que se enchia de animação, ele também carregava um pouco da ânsia de estar em um local que não conhecia, e sozinho.

Aguardou que o corredor entre os assentos fosse desocupado, para logo se levantar e buscar por sua mala no compartimento acima das cadeiras. Com a bagagem na mão, desceu do trem, enfiando-se entre o pequeno conglomerado de pessoas que seguiam para a saída da estação. Do lado de fora, parou no meio-fio, observando o lugar onde estava.

O Distrito de Konoha não era muito grande em território, ficando afastado do centro do Paraíso, onde toda a administração do Céu acontecia, era a principal província responsável pela formação dos batalhões de guerra e elite; e era para isso que Naruto estava lá. Sendo um Arcanjo, o Uzumaki, após passar por um curso de preparação e ser eleito o melhor da sua turma, fora enviado para Konoha a fim de que concluísse sua evolução militar para receber uma promoção em sua patente.

Olhando para cima, viu alguns anjos voando apressados, por um momento, ponderou se deveria fazer o mesmo, afinal, com certeza chegaria mais rápido ao lugar que seria sua morada pelos próximos tempos. Contudo, por não saber para onde deveria ir, escolheu dar sinal para um táxi e ditar o endereço para o motorista.

Enquanto o automóvel se locomovia pelas ruas do distrito, Naruto deixava seus olhos correrem pela arquitetura que constituía os prédios, casas e estabelecimentos da cidade. Ao mesmo tempo em que tudo parecia histórico, remetendo ao período de fundação do Paraíso, podia-se notar certa modernidade; adaptações necessárias para tornar a vida um pouco mais fácil. Sentia-se empolgado por estar em um ambiente que em nada lembrava as suas origens, pois os bairros ao redor do centro do Paraíso eram pomposos, exibindo sua grande modernidade desde o exterior.

Levou por volta de quarenta minutos até que fosse possível ver o quartel de treinamento, localizado no alto de uma colina com grama extremamente verde. Era um lugar isolado da área central de Konoha, cercado por um grande muro e portões guardados por anjos, que não apenas estavam trajando armaduras de combate, como também mantinham-se armados com suas lanças. E à medida que o carro em que estava se aproximava até onde era permitido, Naruto sentia seu estômago um pouco mais frio.

O motorista parou o veículo aos pés de uma larga e longa escadaria, o Uzumaki então notou que a única rampa que dava acesso ao quartel era monitorada por uma guarita ao lado do portão principal, logo compreendeu que somente pessoal autorizado podia usar aquela via. Agradeceu ao taxista, pegou sua pequena bagagem e desceu do automóvel. Olhando para os degraus, suspirou, imaginava que seria descortês, além de perigoso, se apenas abrisse suas asas e cortasse a distância dali até os guardas, sendo assim, não pensou muito quando começou a caminhar.