𝘘𝘶𝘦𝘮 é 𝘊𝘩𝘢𝘳𝘭𝘰𝘵𝘵𝘦?

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A luz invade meu quarto através de uma brecha minúscula na janela, o que me obriga a fazer uma careta antes de abrir meus olhos, relutante. Não é um dia feliz, nem triste, nem nada. Não é nada, não tem nada que eu possa fazer para tentar entreter minha mente entediada, já assisti todos os filmes de Jennifer, já bisbilhotei as redes sociais de todas as pessoas mais famosas que conheço, até já li alguns livros, não por vontade própria, mas li. Não entendo como a vida saiu de uma rotina animada, para esse martírio monótono, que chega a me dar um nó no estômago.

"MERDA!", ouço minha própria voz ecoar por toda a extensão do meu quarto vazio.

Me levanto, quase que num pulo e corro para escovar os dentes. Passo os próximos três minutos encarando o meu reflexo enquanto quero dar um soco nele. Me visto mais rápido do que os homens com quem dormia faziam na manhã seguinte. Pego meu carro, e quase bato nos portões, e então em um poste, e em menos de 15 segundos quase atropelei 3 bêbados na rua.

"Jennifer, está atrasada! Charlie vai ficar uma fera!", diz minha produtora — Pamela — assim que saio do carro, fazendo meu coração parar por um segundo, "Anda logo!", ela me puxa pelo braço enquanto corremos cambaleando e nos escorando uma na outra

"Charlie vai matar você!", diz um homem alto — e visivelmente gay — a Pam, "Vai matar vocês duas.", ele suspira com sua melhor atuação,"Foi bom te conhecer!", disse apoiando uma de suas mãos no ombro da mulher na qual eu estava agarrada — quase fincando as unhas em sua pele. Ela dá uma risada forçada e continua me puxando

"Jennifer Tilly! É um prazer finalmente conhecer o principal motivo de murmúrios de Hollywood!", Martin Scorsese, simplesmente o maior diretor da história acabara de falar comigo

"Digo o mesmo, senhor Scorsese!", estendo a mão para um aperto amigável, mas ele nega com a cabeça

"Me chame de Martin! Não precisamos dessas formalidades, não é?", ele me puxa para um abraço, é como abraçar um avô, mas que cheira bem e que provavelmente vai tentar me levar pra cama

"Acho que posso deixar vocês conversarem. Tenho que ir ver se Charlie precisa de alguma coisa! Te vejo depois, Jenn!", Pam sai com um sorriso, que logo se desfaz quando volta aos seus devaneios

"O que você acha de trillers?", o homem de cabelos grisalhos, mas sobrancelhas ainda escuras finalmente quebra o silêncio

"Como?", volto meu olhar a ele

"Filmes de terror!", sigo o encarando, ainda com os pensamentos perdidos, "Me lembro de quando fez os filmes do Chucky. Não me entenda mal, estava incrível neles, mas eu gostaria de saber se conseguiria acrescentar mais seriedade, medo, até mesmo, sensualidade em um novo papel... Em um novo filme..."

"Espera, está querendo que eu faça um filme? Que o- o senhor vai dirigir?", ele me olha com reprovação, mas me corrijo antes que ele o faça, "Você! Desculpe, um filme que você vai dirigir... mas tem certeza disso?"

"Você é linda, é incrível, e sexy. É disso o que eu preciso. Acha que consegue?", posso sentir meu corpo inteiro vibrando

"Sim!", mal o espero terminar a frase

"Ótimo! Você está dentro!", meu peito dispara, "Na próxima semana, vamos fazer um teste de química, só pra ter certeza do resto do elenco, pra saber se não vamos ter que mudar um pouco a história, ou algo do tipo. Tudo bem por você?"

"É perfeito!", não consigo conter minha alegria, dou alguns pulinhos e o abraço

"Que bom que está feliz. O roteiro estará em suas mãos até o fim do dia.", ele diz dando mais atenção a algo atraz de mim, "Tenho que ir, mas estou ansioso para começarmos, tenha um ótimo dia, Jennifer!"

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⏰ Última atualização: Sep 25 ⏰

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𝘼𝙡𝙡 𝙩𝙝𝙚 𝙩𝙞𝙢𝙚𝙨 𝙮𝙤𝙪'𝙫𝙚 𝙡𝙤𝙨𝙩 𝙢𝙚Onde histórias criam vida. Descubra agora