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003 - HEY

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003 - HEY

Mabel Scarlett Ross



Texas, 00h01
07 de novembro de 2023.

Minha consciência se recobra, não totalmente, quando vejo uma luz se passar diante de meus olhos.

Eu tive uma morte tão paia assim?

- Você está bem? - uma voz masculina com sotaque enrolado me faz perceber que não estou morta. A luz se minimiza quando o smartphone é afastado. Estou deitada no chão tentando entender o motivo do barulho e da ardência em minha testa e pernas. - Não se apavore. Você sofreu um acidente e está ferida. - Analiso o homem que pega uma bolsa e ergue minha cabeça colocando a mochila atrás da última. Asiático e tem fones pendurados em seu pescoço. Não consigo analisar a roupa pois uma tontura me domina e jogo minha cabeça para trás.

- Grande bosta. - Murmuro respirando fundo tentando não desmaiar pela dor novamente.

- Qual o seu nome? - O mesmo homem pergunta enquanto da leves apertos da minha coxa para baixo.

- Mabel. - Ranjo meus dentes tentando não gemer a cada aperto não forte o suficiente, mas dolorido o bastante pra me fazer ver as estrelas. - Não está se fazendo de paramédico só para me tocar, certo? - Pergunto confusa quando ouço as sirenes à distancias.

Ele solta o ar pelas narinas como um sorriso e passa a fazer apertos na perna esquerda.

- Não sou paramédico, admito, mas... - Ele franze os cenhos quando solto um xingamento após seu leve aperto em minha coxa. - ... Fiz primeiros socorros. Nenhuma fratura ou deslocamento, o que houve aqui? - Ele termina sua frase inicial, mas logo se refere às ataduras na pele.

- Nada demais. - Faço pouco caso e me ergo sentando na calçada. - A minha bebê está bem? - Pergunto me lembrando da Harley.

O de olhos puxados paralisa após minha pergunta. A ambulância chega e avisto vários profissionais saindo da mesma com macas.

- Você estava com uma criança?! - Ele se levanta do chão de onde eu estava ainda em desespero, mas logo sua feição é substituída por confusão quando começo a rir, mesmo com dificuldade, de seu comportamento. Eu iria esclarecer, mas um paramédico pede para o homem se afastar e outros dois vieram com uma maca em mão.

- Boa noite, senhorita Scarlett. - Um deles me cumprimenta e começa a analisar minha testa, eu logo percebo ser do hospital particular do FBI. - A senhora consegue se deitar sozinha? - Ele pergunta após o segundo colocar a maca no chão.

- Eu consigo andar. - Falo já frustrada. Me levanto, com a pior cara de dor existente, e checo meu corpo. O vestido estava intacto, o ferimento da bala parecia ter aberto e há arranhões na extensão das minhas pernas.

- Certo. Bebeste algum tipo de bebida alcóolica ou usaste entorpecentes? - Ele chega mais perto me ajudando a andar até a ambulância.

- Não. Ouvi tiros e daí pra frente foi só pra trás. - Chego na porta da ambulância e olho para trás encarando a multidão tentando achar aquele rosto. O mesmo cara me ergue e eu adentro o automóvel me sentando na cama. - Onde está minha moto? Anthony mandou vocês aqui?

- O departamento vai investigar sobre isso, mas descanse. - Ele anota algo em sua prancheta enquanto responde. - Sua Harley está indisponível e está nas mãos da polícia local. - Bufo. - O sr. Anthony logo soube do acontecimento e, de imediato, mandou a equipe vir aqui.

- Tudo bem. Peço que faça apenas uma sutura e me dê analgésicos. - Amarro meu cabelo com os próprios. - É horrível estar naquele hospital, então me faça esse favor? - Pisco para ele com um sorriso ladino e ele engole o seco.

- Bom... - Ele coça a nuca enquanto encara o segundo paramédico que estava próximo à porta. - Não há fraturas e nem nada grave. Então posso fazer esse favor a senhorita.

[...]

Avisto as 7 ligações perdidas de Jean quando desbloqueio o celular 30 minutos depois do meu lindo acidente. Entro no elevador do meu prédio e retorno a chamada com dificuldades - já que a tela estava quebrada. Após o 2º toque ele atende e fito os números da caixa metálica.

- Alô, Mah?! - Sua voz grave é ouvida através do aparelho. - Graças à Deus! Eu e Barb estávamos muito preocupados, minha filha! - Sua voz se acalma.

- Benção, pai. - Começo brincando. - Não estavam assim quando eu quase morri naquela missão louca dos streamers. - O elevador se abre e ando devagar até a última porta.

- É! Mas é diferente agora. Você está bem? - Esclarece e pergunta.

- Sim, eu estou. Nada de mais, só os pontos da ferida que abriram e tals. - Ignoro a quantidade de caixas na porta do apartamento da frente do meu. Ponho a senha e ouço o som da porta se abrindo enquanto ouvia também Anthony reclamar sobre minha incompetência. - Eu estava andando na velocidade normal, senti disparos no pneu e quase fui de arrasta pra cima.

- Vocês vão analisar isso amanhã. - Distante, Barb diz. - Mas olha o horário, querido, vamos deixar a Mah descansar um mouco.

- Obrigadão, mãe, se não fosse pela senhora eu iria passar a madrugada tentando descobrir o porquê e quem. - Sorrio olhando o sr. cookie bebendo água em sua tigela.

Encerro a chamada depois de me despedi e me jogo no estofado do sofá enquanto esfrego minhas têmporas. Não que eu esteja totalmente obcecada, mas o cara que me socorreu antes da equipe médica chegar não me é estranho. O vi numa padaria, talvez? Talvez na lavanderia? Talvez atrás de talvez. Não me importa mesmo.

Quase adormeço pelo cansaço ou/e tédio, mas batidas na porta me despertam. Com um suspiro - por estarem me incomodando às 4 da manhã - abro a porta me deparando com uma criança de aparentemente 4-6 anos. Tinha cabelos loiros e usava uma jardineira azul.

- Oi? - Indago confusa. Seus olhos azuis se arregalam quando me analisa e ele passa a segurar a caixa em seu colo com as duas mãos.

- Me desculpa, confundi o apartamento. - Ele curva a coluna como reverência típica da Ásia, o que faz mais perguntas dominarem a minha mente. Uma criança americana com costumes asiáticos?

- Nicholas? - Antes de eu falar que está tudo bem, uma terceira voz se faz presente. O menino olha para onde vem a voz me influenciando junto. - Filho, é no lado esquerdo.

Seus olhos negros desfocam na criança e passam a focar nos meus. A minha mente se torna nublada e a única coisa que poderia fazer agora era ficar igual uma estátua, perplexa.

- Oi, Scarlet, como está sua perna?





jh.emyyz

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⏰ Última atualização: Oct 11 ⏰

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ALVO DESPERCEBIDO (revisão geral)Onde histórias criam vida. Descubra agora