VINNIE HACKER
Quando estava voltando do banheiro escutei uma voz linda cantar uma música linda e triste.
A voz mansa e calma é dela, da mulher do hospital dona dos lindos olhos azuis.
Os olhos dela são...perfeitos. Foram a primeira coisa que vi assim que acordei do coma, a primeira coisa que vi assim que a vi pela primeira vez, não estou desmerecendo todo o resto de seu corpo e ser, mas seus olhos azuis me fascinam de uma forma que me encanta cada vez mais que eu os olho.
Encosto meu ouvido na porta e somente agora percebo o quanto sua voz me parece como a de quando a abracei e ela chorava.
Ela está chorando enquanto canta...
Bato na porta três vezes.
— Quem é?
— Vinnie Hacker, 22 anos e namorado da Star Leister — digo repetindo o que Jordan me disse a horas atrás e ela abre a porta — Foi o que gravei até agora.
Seus olhos estão vermelhos, seu nariz e boca extremamente rosada revelam que está chorando há um bom tempo.
Ela sem nem exitar ela corre até mim e me abraça...
"Tchau my boo"
Me vejo abraçando uma ruiva...
É uma memória.
A aperto na mesma intensidade que ela abraça meu abdômen.
Sinto seu corpo todo tremer por inteiro enquanto passa suas mãos pelas minhas costas, me tocando...me segurando como se a qualquer momento pudesse me perder.
— Você queria me dizer algo antes de perder a memória, mas eu não deixei e agora eu não sei o que é...eu me arrependo tanto — a sinto negar com a cabeça em meu peito — Não deveríamos ter saído de casa aquela noite amor. — ela encosta a cabeça em meu peito e as mãos sobem para meu pescoço o segurando e acariciando — Eu vi fazerem cada corte em você e cada corte, tiro ou soco eu pensava que iria te perder.
Seu peito sobe e desce rápido demais e ela começa a suar... seu corpo está tenso.
— Ei... — sussurro — Eu tô aqui.
— Não...— ela tenta se soltar do abraço mas eu a seguro — Vinnie... — diz enquanto chora descontroladamente — Eu tive tanto medo de te perder. E agora você está aqui, mas não é a mesma coisa. — ela escapa do meu abraço — Não era para ser assim. Não era. — ela passa as mãos trêmulas pelo cabelo
Eu não sei como acalmar ela.
O que eu faria se eu me lembrasse das coisas que vivemos?
Aqui parado enquanto a vejo andar de um lado para o outro o desespero me domina.
— O que quê tá acontecendo? — um homem alto e de cabelos pretos e olhos azuis caminha até nós, ele parece a versão masculina da mulher em minha frente — Aí merda — ele corre até ela — Ei olha pra mim maninha. Ei. Ei. Ei — ele segura o rosto dela — Tá tudo bem.
— Não, não tá. — ela responde — Você. Vocês o mataram
— Não. — ele responde
— Vocês me traíram. Vocês desligaram os aparelhos — ela o empurra — Não posso confiar em vocês.
— Maninha...
— Não...e se ele não tivesse acordado?
— Ele está aqui. — fala e se aproxima lentamente dela de novo e faz um gesto com a mão pra trás e só agora vejo outro homem também de cabelos pretos mas sem olhos azuis se aproximando com um copo de água e um comprimido nas mãos e ele os pega — Aqui toma isso, vai te ajudar a se acalmar — ela joga o comprimido no chão
