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Na manhã seguinte, eu acordei sentindo cheiro de panquecas. Eu me mexi levemente, rolando nos lençóis, mas não abri os olhos.

"Bom dia, dorminhoca."

Scott disse com uma pequena risada.

"Eu fiz panquecas. Eu sei que você gosta. É melhor levantar antes que eu coma tudo."

Eu soltei um grunhido de aborrecimento e rolei até a beirada da cama, me sentando. Eu esfreguei os olhos e me levantei. Entrando no banheiro, molhei meu rosto e escovei os dentes, antes de pegar meus óculos e ir para a cozinha. O cheiro das panquecas estava delicioso, para dizer o mínimo. Eu me sentei na mesa e peguei uma panqueca.

"Está gostoso."

Eu murmurei entre pequenas mordidas.

"Que bom que gostou."

Scott respondeu com um sorriso.

E então, eu recebi uma mensagem do meu chefe.

"Você poderia voltar para casa de Chase? Já retiramos o corpo. Precisamos de provas concretas de que realmente foi um suicídio. Eu estou te esperando."

Ele disse. Com um suspiro, eu me levantei.

Scott se virou para mim com uma expressão confusa.

"Você já vai embora?"

Ele perguntou.

"Trabalho."

Eu respondi, sem rodeios. Troquei minhas roupas e peguei minhas chaves, saindo. Enquanto andava até meu carro, percebi algo em minha visão periférica embaçada. Era o mesmo cara do elevador? Não. Não poderia ser. Eu olhei para o lado e não havia nada. Balancei a cabeça e entrei no carro, me dirigindo até a casa novamente.

Chegando lá, sai do carro e parei na frente da casa por alguns segundos. Soltei um suspiro e entrei. Eu subi as escadas e entrei no quarto de Chase, encontrando meu chefe.

"Que surpresa, Senhorita Le'blanc. Eu tinha quase certeza de que você não viria."

Ele fez uma pausa de suas piadinhas irritantes, enquanto ria levemente.

"Aliás, meus pêsames."

Ele completou.

Eu o encarei e ri baixo, mas forçado, enquanto acenava com a cabeça.

"Você pode, por favor, me deixar sozinha agora? Isso ajudará no meu trabalho."

Eu disse. Ele apenas acenou e saiu.

Enquanto mexia em alguns livros jogados na prateleira de Chase, notei um livro um pouco diferente, mais parecido com um diário velho. Eu peguei ele e abri, lendo as anotações esquisitas. Era como coisas de cultos e possessões. Mas ele não era de nenhum culto, muito menos relacionado com coisas como possessões. Eu ignorei e continuei passando as folhas, até que parei em uma foto. Havia muitas coisas bizarras, como bonecos de voodoo, tabuleiro ouija e alguns símbolos estranhos. Enquanto eu estava prestes a fechar novamente, percebi uma pequena folha caindo da última página. Eu a puxei e comecei a ler.

"Está tudo errado. Isso não é para mim. Nunca foi. Mas agora não tem como voltar atrás. Eles estão me perseguindo. Ele está me perseguindo. Scarlett, eu sinto muito."

Eu imediatamente fechei o diário, encarando a capa com os olhos arregalados. Como ele sabia que eu estaria lendo isso? De quem ele estava falando? Quem estava perseguindo ele? Havia muitas perguntas na minha mente agora.

E de repente, meu chefe entrou na sala sem dizer nada. Ele se aproximou.

"Você já terminou?"

Ainda congelada, eu acenei. Mas então ele começou a se aproximar mais, invadindo meu espaço pessoal. Eu recuei um pouco.

"O senhor está chegando muito perto."

Eu disse, enquanto ainda recuava.

"Esse é o objetivo."

Ele respondeu, se aproximando mais e agarrando meus braços. Ele segurou meus braços nas costas e pressionou o corpo contra o meu.

"Você não sabe o quanto eu te quero, Scarlett. O quanto eu sempre quis."

Ele disse, beijando minha nuca. Mas quando ele se aproximava para outro beijo, um dos vasos da prateleira voou em direção a ele, acertando a cabeça dele e quebrando. Ele me soltou e cambaleou para trás, soltando um grunhido de dor, antes de cair no chão com um grande corte na lateral da cabeça. Eu engasguei e olhei para o vaso no chão. Era o vaso favorito de Chase. O de concreto. Assustada, peguei o diário e corri para fora, entrando no carro e fugindo rapidamente.

Through Life | Dark Romance +18Onde histórias criam vida. Descubra agora