Capítulo 4

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Dezembro 2012

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Dezembro 2012


Estamos quase no fim do ano, e eu ainda nem acredito que sobrevivi a tantas emoções, vivenciadas, nesse terrível ano. Já havia se passado alguns meses, desde o dia em que meu primo, sem ter a menor noção do que estava acontecendo, me salvou de ser terrivelmente machucada naquele banheiro. Ele chamou o amigo desesperado, batendo na porta, que alguém ali do meio deles estava passando mal. Assim que ele saiu para ajudar, corri imediatamente para o quarto com minha prima e tranquei a porta, e chorei muito, agradecendo a Deus por ter me livrado. Só de imaginar o que poderia ter acontecido, eu sinto uma dor no meu estômago, e um medo absurdo.

Mesmo eu sendo livrada do pior, não fui poupada do trauma. Por muito tempo, quando um homem se aproximava, meu corpo gelava, minhas mãos suadas e frias, um tremor em minhas pernas, e um medo de me paralisar. Não consegui contar para ninguém, então se tornou um fardo a se carregar sozinha, o que não facilitou em nada a minha vida.

Hoje em dia, eu lido melhor com tudo isso, mas ainda não consigo dizer que consigo confiar em alguém facilmente, o que é totalmente justificável. Eu nunca mais voltei na minha tia, depois do que aconteceu. Quando meus pais eram chamados para alguma coisa, eu sempre inventava alguma desculpa para ficar em casa. Eu passei a evitar os meus primos e seus amigos, que viviam por lá, pareceu ser o melhor a ser feito, principalmente, porquê eu não fazia ideia do que ele havia contado para as pessoas, e eu já estava me culpando o suficiente, por ter dado alguma liberdade para conversarmos.

Levantei um pouco mais tarde hoje, um sábado perfeito para curtir um dia na praia, porém preciso entregar um trabalho escolar na segunda, e ainda falta muita coisa para ser concluído. Meu grupo decidiu se reunir na casa do Léo, que fica perto da escola e acessível para todos os integrantes. E para mim, era ótimo porquê me dou muito bem com a mãe dele, e já estou acostumada a frequentar a casa, por sermos muito amigos e jogarmos muitos jogos de RPG juntos. Após o meu café da manhã, nada reforçado, arrumei o meu quarto que estava uma bagunça, ouvindo minhas músicas preferidas, que a essa altura, já não tinham muito a ver com o que uma pessoa cristã, deveria estar ouvindo. Me arrumei em seguida, pois queria ficar pronta para logo depois do almoço, me encontrar com Alyssa, para irmos juntas. Com o passar do tempo, eu e Alyssa nos tornamos quase que, inseparáveis. Eu agradeço muito a Deus por tê- lá em minha vida.

— Laura, Alyssa chegou, vou pedir para que ela venha até aqui. — Minha mãe me informou, com um certo contentamento em sua voz, o que me tirou um sorriso sincero, como se eu conseguisse ler em seu pensamento, o divertimento por saber que iríamos para casa do Léo, que segundo ela, era apaixonado por mim. O que eu achava ser fruto de sua imaginação fértil, principalmente por ele nunca ter falado nada comigo sobre isso, ou com a Alyssa, apesar dela ter a mesma opinião que minha mãe, por ele sempre fazer questão da minha presença, em todas as ocasiões.
— Já sabe o que você vai falar na apresentação do trabalho segunda ? — perguntou Alyssa, me tirando dos meus devaneios, que me deixaram tão distraída, que nem vi ela entrando e deitando na minha cama.
— Tenho uma pequena noção, mas ainda não está pronto, não gosto de falar na frente da turma, eu fico nervosa em público.
— É fácil, imagina todo mundo pelado, mas não tenha uma crise riso, quando olhar para dona Regina, pelo amor de Deus, porquê você não vai conseguir se explicar. — disse com um tom de voz divertido.
—Alyssa! — Dei um grito espantada, com o comentário. — Isso foi muito específico, quer se explicar ? — Perguntei no mesmo tom de voz.

O Amor me EscolheuOnde histórias criam vida. Descubra agora