Primeiro dia

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  Gente, não sei como é o comportamento do Marcelo no dia a dia dele, então vou apenas tentar.

Fernanda Bande

Assim que cheguei em casa, fui direto tomar banho. Faltava poucos minutos para 16h. Felizmente a aula dos meninas só termina 17:30, então tinha bastante tempo para entrevistar a moça e buscar eles na escola.

Decido colocar uma roupa mais despojada, já que estava na minha casa. Faltando 10 para 16h, escuto minha campainha tocar.

- Pelo menos é pontual. - Falo baixinho enquanto abria a porta da minha casa.

Por alguns segundos fico paralisada olhando para a moça que estava na minha porta. Era a mesma que estava hoje na minha doceria. E olhando ela de perto, pude ver que ela é realmente muito linda. Sorriso encantador, olhos hipinotizantes, um corpo bem desenhado e era um pouco mais alta que eu.

- Boa tarde! - Sou tirada dos meus pensamentos quando escuto sua voz.

- Até a voz é bonita.

- Desculpe? - Sinto minhas bochechas corarem assim que percebo ter falado alto demais.

- Não, desculpa! Só pensei alto demais. - Ela sorrir tímida e eu sinto vontade de enfiar minha cara em um buraco. - Entra! - Caminhamos até a sala, onde nos acomodamos no sofá. - Aceita alguma coisa?

- Estou bem, obrigada! Sua casa é muito linda! - Ela fala enquanto olhava delicadamente toda a decoração.

- Obrigada. Tentei deixar ela com meu toque. - Ela me olha ainda sorrindo.

- Com certeza conseguiu. - Isso foi um flerte? Eu só posso tá ficando doida, senhor.

- Enfim, quantos anos você tem? - Mudo o assunto.

- 25.

- Alane, certo?! - Ela assenti. - Tem experiência com crianças?

- Eu já trabalhei como babá e também como auxiliar para crianças com transtorno de espectro autista em uma escola.

- Nossa, então o currículo é perfeito! Não sei se sabe, mas meu filho de 11 anos, é autista. Então acabo tendo muito medo de deixar ele com qualquer pessoa. E minha caçula, é novinha, apenas 5 aninhos.

- Minha amiga me contou. Mas pode ficar segura que sou muito boa com crianças, e também se eu tiver dificuldade ou dúvidas, com sempre perguntar.

- Fico feliz com isso, Alane. Você é daqui do Rio?

- Não, eu sou de Belém do Pará. Tô morando aqui faz quase 2 anos. Divido apartamento com uma amiga minha e a noite faço faculdade de teatro.

- Que incrível! Tão nova e já se jogando no mundo. Quem sabe daqui a uns anos, você não esteja estrelando alguma novela da globo, hein?! - Ela sorrir toda tímida, o que me faz sorrir mais ainda.

- A meta é essa.

- Olha, se você puder, amanhã mesmo já pode vir conhecer os meninos. O horário é das 8am até às 16pm. Tudo bem?

- Sim! Tudo ótimo. Amanhã eu estarei aqui.

- Ótimo! Se você conquistar eles, o emprego é seu. - Nos levantamos e começamos a caminhar de volta até a porta. - Pelo menos a mãe você já conquistou. - Na minhas hora nós duas nos olhamos envergonhadas. - Nossa, saiu esquisita essa frase. Mas você deu pra entender, né?!

- Claro! Então, até amanhã, Fernanda!

- Até amanhã, Alane!

Alane Dias

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