Dores

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───※ ·ᵃˡᵃˢᵗᵒʳ ᵒⁿ· ※───

Com a saída de Husk o silêncio voltou a se juntar ao ambiente do quarto, com um estralar de dedos suas roupas manchado pelo sangue do aracnídeo era trocado por roupas mais leves, usava uma camisa social avermelhadas com algumas listras mais claras, suas mangas estavam puxadas deixando a mostrar um pouco seus braços que estavam sendo cobertos por longas luvas negras, o cervo caminhou tranquilamente até próximo de sua poltrona favorita, se sentando e podendo alcançar um livro próximo onde estava, teria um pequena estante próximo de seu pequeno canto da leitura, então poderia começar a ler o livro que pegou.

Sua leitura era rápida e silenciosa, única coisa que fazia barulho seria o passar das folhas e um suave Jazz que seu rádio tocava, ele lia com tranquilidade até, um quebrar de sua paz foi feito por Angel, os olhos escarlates corriam em direção a cama, se acalmando a ver o aracnídeo se mexer diante de seu descanso. Era bom ele estar se mexendo, mas a maneira que movia seu corpo diante a cama incomodava Al, suas orelhas ficavam eretas diante tantos pequenos barulhos, o fazendo bufar e se levantar.

Dirigiu finalmente sua atenção ao aracnídeo, observava a forma que ele agia enquanto apagado; os murmuros mesmo sendo baixos ainda incomodava um pouco o cervo, ele iria se afastar de Angel devido sua irritação; teria sido impedido sentindo um peso em seu pulso, seus olhos se arregalaram e um alto feedback saia de seu rádio, os ruídos do rádio ficavam estáticos e distorcidos diante todo a situação, Al não gostava de ser tocado, ele odiava toques físicos. As ondas sonoras de seu rádio ficavam cada vez mais altos e agitados, seus olhos se transformavam em ponteiros de rádio se aprofundando aos poucos em seu olhar, sua silhueta negra voltou a se mostrar podendo retirar a mão de Angel do pulso de Al.

Al ficou em silêncio voltando ao seu estado normal, sua sombra cuidadosamente segurava a sombra de Angel confortando o aracnídeo que tremia em meio aos seus sonhos, o cervo encarava de maneira confusa e aos poucos entendia. Angel não fez por querer, ele apenas estava com um pouco de medo do que vivia em seu subconsciente, a sombrava observava o cervo tocar seu pulso com uma repulsa, toques era algo que ele não suportava. Mesmo acabando por agir de maneira imatura diante de um "paciente", ele tentava se acalmar um pouco.

— Isso ainda não me agrada — Dizia olhando a sombra que entendia os reais sentimentos de seu dono, as súplicas de quaisquer barulhos vindo do aracnídeo, diminuía com apenas o acolhimento de um peso sobre sua mão, o cervo observou aquilo tendo isso mentalmente anotado, diante que ele poderia ter feito suspirou e apenas voltou a sua poltrona. Retomou sua leitura, tentando ao máximo não perde seu foco em sua leitura, era difícil concentrar sua atenção diante a sua sombra que agora "brincava" com os cabelos de Angel, bufou diante a cena em sua frente; ele merecia alguma misericórdia de si mesmo, aquela humilhação por Satan ninguém via, com os estalar de dedos a sombra voltava a estar conectada a Angel, não querendo voltar para seu dono.

— Melhor não me irritar — O cervo se levantou mais uma vez, se aproximou da sombra de Angel enfiando suas garras nela, agarrando sua sombra e a puxando de onde estava, com um olhar desafiador a sombra o encarava dando algumas risadas. A incompreensão de entender porque toda essa rebeldia era difícil, tudo que se tratava, mencionava ou vinha de Angel, fazia sua sombra não ser tão obediente como antes. Uma tosse vinha de Angel, isso deixou suas orelhas em alerta ao barulho repentino, ele não queria que aquela situação ficasse complicada.

O aracnídeo não teria se engasgado como Al pensava, só estaria limpando a garganta ao acorda depois de muito tempo, estava ainda desnorteado tentando entender o que havia acontecendo e como chegou naquele lugar, seus olhos percorriam todo o quarto ao caírem a Al que estava parado próximo a ele, o assustando.

𝘕𝘰𝘴𝘴𝘰 𝘪𝘯𝘧𝘦𝘳𝘯𝘰 𝘱𝘦𝘴𝘴𝘰𝘢𝘭Onde histórias criam vida. Descubra agora