Sinceramente, porque não sou bem-vindo no Jardim?
Não é como se eu fosse um tipo de praga
Talvez um... Gafanhoto?
Que iria destruir o lugar sem mais nem menos.
Sim, é certo, eu sou flor
Mas me tratam como uma erva-daninha
Assim como todos que são iguais a mim;
Sou flor, como todas as outras
Então o que me impede de me plantar neste solo?
Só por que as minhas pétalas
São diferentes das tuas?
Quanta ignorância...Já tentei cortar as minhas raízes
Já modelei minhas folhas em outros formatos
Já até pintei minhas pétalas de outras cores
Para tentar passar despercebido,
E conquistar um pedacinho de terra sequer
Mas, de nada adiantou
Pois as raízes cresciam novamente
As folhas, depois de um tempo,
Voltavam ao seu formato original
E a tinta se desgastava;
Não importava o quanto eu tentasse
Eu nunca deixaria de ser
Da espécie que sou.Ah, mas quer saber?
Quem é que liga para o Jardim, afinal?
Eu, talvez, possa encontrar um lugar para mim
Um lugar onde me deixem ficar
Um outro local
Onde possam me regar,
E me deixarem, finalmente, florescer.
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Nasceu no meu Jardim
PoesiaUma coletânea de alguns poemas Que se formaram nas costeiras De minha mente embaçada. Pesos que se tornaram palavras Palavras que se tornaram poesia Poesias que se tornaram um livro Tal livro que talvez alguém leia.