Capitulo 2 - Rhodes

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Bem, agora vocês já conhecem bastante sobre meu mundo para que eu possa dizer algumas coisas, vivo em 2309, e o mundo não é mais como costumava ser, hoje existem 4 grandes regiões, a União do Pacifico, a América, Estados do centro e Ásia ocidental, basicamente divisões em grandes faixas no globo. Rhodes é considerada a capital da União do Pacifico, por onde passam toda as burocracias da região e outras coisas políticas do tipo, um verdadeiro caos, com seus enormes arranha-céus e carros para todo lado. E creio que talvez deva contar mais sobre como cheguei nesse ponto, pois bem, começamos a muitos anos atrás, quando algo realmente maligno emergiu em uma pequena vila no norte do Egito e rapidamente destruiu grande parte do que era a África e assustando a humanidade. Essas coisas malignas foram chamadas de entidades, e haviam diversos tipos delas, com diversos níveis diferentes de poder, tamanho e feiura. Essa destruição parou anos depois, quando uma pessoa alegando ter ganhado poder de entidades místicas surgiu e os derrotou, e depois vagou pelo mundo repartindo esse poder para as pessoas de bom coração que encontrava em seu caminho, essas pessoas ficaram conhecidas como caçadoras. E os caçadores tinham a missão de caçar e enfrentar essas entidades que continuaram a emergir e causar problemas, mas nunca como tanto poder quanto a primeira vez. Um dia eles voltaram a aparecer extremamente poderosos e vários caçadores morreram em batalhas, assim como muitos humanos e muitas cidades caíram até que um grupo de famílias se juntou e utilizou seu poder para criar uma realidade chamada limbo, que servia como uma espécie de armadilha para esse mal, impedindo que chegassem diretamente a nossa realidade, dando tempo e espaço para os caçadores lutarem com força máxima. Assim a guerra esfriou e com o tempo, os caçadores saíram vitoriosos, porém alguns anos atrás, as entidades mais poderosas voltaram a aparecer aos poucos, causando cada vez mais devastação entre os caçadores e muitos abandonaram seus postos, ou se tornaram malignos. Infelizmente esta também foi minha realidade, tendo nascido em uma tradicional família de caçadores, fui treinado desde pequeno, e em tenra idade manifestei muito talento e poder, e tinha orgulho disso, porém um dia quando cheguei ao campo de batalha no limbo para ajudar minha família, todos estavam mortos, restando apenas meus pais e vovó, que não estava lá. Após esse acontecimento voltamos para Tian, local onde vovó nasceu, e lá permanecemos em luto e temendo a perda dos entes queridos, por vezes tendo dúvidas sobre se voltaríamos para Rhodes, se voltaríamos para o campo de batalha.

Enfim, ainda era cedo quando chegamos a cidade, e paramos em frente a uma casa no distrito urbano, ali passei uma boa parte da minha vida, moramos nela antes de partirmos para Tien. A casa ainda estava do jeito que deixamos, minhas coisas ainda estavam organizadas nas prateleiras do meu quarto, lembranças e sentimentos passaram pela minha mente, pensei que logo veria rostos conhecidos, talvez estivesse com saudades deles. E de fato, antes mesmo de começarmos a arrumar a casa a campainha tocou, e na porta uma senhora esperava junto de dois jovens, eles sorriram quando nos viram. A senhora logo me abraçou e abraçou meus pais, conversando emocionada com eles e com vovó, enquanto os dois jovens permaneceram no portal, olhando com certa timidez para mim, sem saber muito o que fazer, então estendi meus braços e ganhei um abraço duplo.

- É bom ver vocês novamente.

- É bom te ver também Rayel - Lia tinha lagrimas nos olhos - Eu achei que nunca mais te veria.

- Não pudemos sequer estar com você naquele momento - Ty disse pegando no meu ombro - Eu sinto muito.

- Foi tudo muito rápido Ty, eu também estava perdido queles dias, e eu imaginei que se voltasse, talvez aquela dor voltasse também, mas, depois de todo esse tempo, me sinto tranquilo.

- Eu imaginei - Lia enxugava as lágrimas - Vovó disse para não procurarmos vocês por isso, senão já teríamos visitado você.

- Foram anos esclarecedores de toda forma,  entrem, não somos porteiros, e me contem, como estão as coisas aqui?

A vida do mundoWhere stories live. Discover now