★ Mas eu já estou louca.

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★— 34 minutos; 1° tempo.

A torcida gritava, o desespero começava a tomar conta. Precisávamos ganhar esse jogo, faltava pouco para um título inédito, mais 4 jogos, 4 jogos era o que faltava para finalmente alcançarmos a Copa do Brasil. O torcedor começava a se conformar com o 1x0 deprimente que tomava conta do primeiro tempo, quando de repente Calleri recebe a bola em um passe perfeito e isola na rede. GOLAÇO. A torcida vibra e o Morumbi estremece.

NÃO ACREDITO! GOL, É GOL!!! — Isabel gritava com as mãos para o alto —

“TOCA NO CALLERI QUE É GOL!“ ouvimos a torcida cantar. Fim do primeiro tempo, finalmente meus batimentos cardíacos voltam a se alinhar, pego alguns petiscos no buffet do camarote e fico esperando a volta do jogo para o 2° tempo. Isabel trocava mensagens com Rodrigo, era nítido que falavam melosidades de casal a julgar por seu sorriso de orelha a orelha.

“5 minutos para o início do 2° tempo.“ anunciava o comando de voz dos camarotes, Isabel se senta ao meu lado e nos concentramos mais uma vez.

★— 40 minutos; segundo tempo.
O jogo seguia de forma agressiva, os atletas do time adversário cedendo a pressão cometiam muitas faltas, uma delas gravíssima e resultou na expulsão de um dos jogadores rival. Calleri recebe um passe de Nestor, rapidamente toca pra Luciano e se posiciona dentro da área, Luciano faz o rebote e Calleri se prepara para chutar, quando de repente em uma disputa agressiva pela bola Jonathan é derrubado dentro da área, ele cai no chão gritando com a mão no joelho, rapidamente a equipe médica entra em campo, o juiz corre até a cabine do VAR e enquanto Calleri é atendido recebemos sua resposta: PÊNALTI.

Luciano bate sem enrolação direto pro gol, a torcida pula, Isabel grita, os jogadores correm, e eu apenas me ajoelhei com os olhos cheios d'água. É GOL. ESTAMOS NAS SEMI FINAIS! Calleri que havia sido substituído estava sentado no banco de reservas com as mãos erguidas como se agradecesse pelo gol que tanto precisávamos.

“FIM DE PAPO NO MORUMBI.“ Anuncia o narrador, rapidamente saio correndo do camarote rumo ao gramado, Isabel me segue. O segurança libera nossa entrada e logo quando piso no gramado Rodrigo corre até mim;

A GENTE CONSEGUIU — Rodrigo gritava com os olhos lacrimejando — ESTAMOS NA SEMI, RAFINHA

'Orgulho. Era isso que eu sentia vendo meu irmão gritar de alegria no gramado do Morumbi enquanto a torcida tricolor vibrava com a tão sonhada classificação. Aquele garotinho de 8 anos que me ensinou a amar o São Paulo, que assistia aos jogos comigo na casa da vovó enquanto comemos pipoca, hoje é o protagonista dessa história inesquecível que está sendo escrita no São Paulo.'

EU SABIA QUE VOCÊS IAM CONSEGUIR — falo sentindo cair lágrimas que não conseguia conter em meio a emoção, abraço Rodrigo e ele me ergue com os braços me girando no ar como se fossemos crianças outra vez —

Quando o contato do abraço é quebrado, Rodrigo e Isabel se abraçam e se beijam em meio a alegria que não podia ser medida.

Quando olhei em sua direção, ele estava sentado sozinho no banco de reservas, sorrindo e observando os jogadores comemorando. Me aproximo e me sento ao seu lado.

Você foi incrível, sabia que ia conseguir! — falo apoiando a cabeça em seu ombro —

Eu te disse, Ella! Você é minha sorte, se você está comigo eu ganho tudo. — ele sorri e se vira beijando o topo da minha cabeça —

Tá doendo muito? — pergunto me referindo ao machucado em sua perna —

É, tá sim. Foi uma lesão complexa, acho que não é grave demais. — ele diz e solta um longo suspiro tenso — Não posso ficar fora da final.

Ei, você não vai ficar fora da final, vai dar tudo certo — falo erguendo o olhar e encarando seus olhinhos que brilhavam ao olhar o estádio Cicero Pompeo de Toledo. — Preciso ir pra casa, tenho muito trabalho amanhã, a gente se vê — sorri e me levanto, viro e quando estou prestes a sair sinto sua mão segurando meu pulso e me viro outra vez —

Ella — Jonathan diz de forma desajeitada devido ao seu "portunhol" — Podemos sair para jantar essa semana? Só eu e você.

Eu adoraria — digo sorrindo — Vamos marcar algo! Até logo, Jonathan — sorri e viro saindo de perto ouvindo apenas um “essa mulher vai me deixar louco“ vindo de Jonathan —

Mal sabe esse Argentino que ele já me deixou louca.

INCONDICIONAL - Jonathan Calleri' SPFC. - Onde histórias criam vida. Descubra agora